Perdido

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Joui estava cansado, cansado de não entender bem o que tinha com Cesar, o moreno depois da última missão tinha se tornado bem mais próximo de si, porém mesmo com todos os flertes (alguns levemente alterados, por causa do álcool), ele ainda parecia ignorar os sentimentos que estavam estampados na sua cara.

Passou um bom tempo tentando conquistar o hacker, mas nunca pareceu ter um progresso muito grande, ele realmente estava começando desistir de ter algo com Cesar.

Nunca desistiu de seus sentimentos, não era muito fácil desanimar quanto a isso, mas dessa vez realmente achava que não ia para frente, maldito seja o momento que achou o moreno tão atraente, e mais para frente descobriu que o homem não era só bonito como tinha uma personalidade incrível.

Estava sentado refletindo sobre todas as desgraças que vinham acontecendo em sua vida ultimamente, e chegou a conclusão que era apenas mais uma alma azarada que desfrutou um pouco de felicidade em poucos momentos de sua medíocre vida.

Não se lembrava quando tinha perdido seu otimismo, talvez quando viu sua maior inspiração ser comido por aranhas, ou talvez quando viu Elizabeth perder muito de sua vida em poucos milésimos, mas provavelmente foi quando percebeu que Thiago não voltaria mais.

Mas voltando ao Cesar, Joui se sentia bem quando estava com ele, sentia a segurança que precisava para agir em momentos perigosos, mesmo que tenha se afastado do moreno e de Arthur, aqueles que eram o motivo de continuar lutando.

Quando se deu conta já eram quase 20:00 e estava de cabeça para baixo no sofá, sua cabeça próxima ao pequeno tapete felpudo e pela janela entrava uma brisa leve mas gelada, isso o fez ter um leve arrepio.

Se levantou sentindo tudo girar, quando o mundo parou de dar uma de carrossel andou até a janela, estava pronto para a fechar mas viu algo que chamou sua atenção, fazia um bom tempo que não observava a lua, coisa que fazia com frequência quando mais novo.

Perdeu novamente a noção do tempo enquanto a observava em silêncio absoluto de sua parte, porque a cidade movimentada de São Paulo não parava, ruas lotadas de carros e outros veículos, esses que precisavam de muita reforma para parar de fazer os barulhos dos infernos.

Escutou um carro passando na sua rua, e isso o fez desviar sua atenção, olhou na direção do veículo e nem precisou de muito para ter certeza que era o carro de Liz, fazia um tempo que não via a mais velha, achou até estranho a visita repentina, mas então lembrou que não olhava suas mensagens desde da noite anterior.

Andou rapidamente até onde quer que tenha deixado o aparelho, o qual não tinha tanta familiaridade, apenas utilizava para conversar com seus amigos e tirar algumas fotos, o pegou e viu dezenas de mensagens de Elizabeth e algumas dos meninos.

Poucos segundos depois escutou a porta ser esmurrada com força, olhou para si, estava todo torto e desarrumado, mas mesmo assim se dirigiu até a porta e abriu.

- Que bom que não morreu! - diz a mais velha irritada já entrando.

- Desculpa Liz, eu esqueci do celular, estava pensado... - fala olhando para baixo.

Elizabeth olha para o homem e percebe a cara de acabado que ele estava, o segura calmamente pelo braço o puxando para o sofá.

Ela senta e coloca uma almofada no seu colo dando duas batidinhas, o mais novo deita em seu colo e suspira, a jovem idosa passa a fazer um carinho leve em seu cabelo.

Após alguns minutos em silêncio o moreno se põe a falar.

- Sabe, eu acho que o Cesar nunca vai gostar de mim do jeito que eu gosto dele - Vira de barriga para cima - Talvez eu deva desistir.

- Você já tentou falar diretamente com ele sobre isso?

- Parece que toda vez que eu tento começar ele arruma uma desculpa e foge...

Eles conversam durante algumas horas, depois comem algo enquanto assistiam um filme qualquer que passava na tv, apenas estavam aproveitando o tempo juntos.

- Sabe... - Agora estavam sentados no chão olhando para o teto - Eu me contento com a amizade dele, ele não precisa gostar de mim.

- Porque se afastou dos meninos?

- Fugindo da rejeição, acho - Suspira - O Arthur não devia ter entrado na minha subtração... Nem o Cesar para falar a verdade.

Nesses dias desperdiçados, onde todo seu tempo foi jogado no lixo, ele queria apenas ter voltado para momentos que fugia do mais velho, talvez assim algo pudesse ser diferente e ao menos ter aproveitado o tempo que lhe restava com sua família.

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Essa acabou de sair do forno... Mentira já estou escrevendo faz tempo, decidi explorar meu lado mais melancólico, mesmo sendo mais da comédia (que não tem alguma) e romance clichê.

Pretendo escrever um segundo capítulo para essa, vai seguir a mesma vibe depre, só que com o ponto de vista do Cesar.

Se gostou favorita ai pra mim ficar feliz :)

Desistir - JoesarOnde histórias criam vida. Descubra agora