Capítulo 2

1 0 0
                                    

Após 15 minutos de estrada, estacionamos os nossos carros paralelamente, na parte traseira da universidade, quero evitar o máximo que puder a mídia e câmaras. Somos recebidos pelo reitor da universidade que após trocar palavras e breves sorrisos com Ivan, dirige-nos então ao anfiteatro para a primeira palestra com duração de duas horas. Ao entrar é inevitável deixar de ouvir os sussurros de jovens fascinadas por nós, olho para Nicolas e noto logo o seu sorriso pervertido, cenários do género são os seus favoritos e continua andando glorioso escondendo seus olhos atrás de seus óculos de sol, será um longo dia.


- Então, onde iremos almoçar? Sou capaz de comer a mula que é o Nicolas com a fome que tenho. 

– Pergunta o Ivan após termos passado duas horas sentados a ouvir os primeiros oradores. 

- De preferência não muito longe daqui, temos duas horas até a segunda parte da palestra – respondo – conheço um hotel com o melhor dos restaurantes aqui perto. 

Após o almoço, a caminho do anfiteatro enquanto olhava para o telemóvel, num brusco movimento, vem alguém contra mim derrubando o meu telemóvel que cai ao chão.

 - Ó palhaço não sabes ver por onde andas? – Pergunto irritado.

  - Peço desculpas, não foi de propósito eu posso pagar se tiver algum dano, eu não queria... – Diz a rapariga.Num movimento voluntário apanho o meu telemóvel do chão.Tiro os óculos de sol da cara e, ao olhar para frente vejo uma das, senão a mais bonita mulher que já existiu na face da terra.Olho firmemente para ela durante longos segundos e noto que o meu olhar começa a incomodá-la então, paro. 

- Não faz mal, devia estar mais atento, não te preocupes. –Digo notando que Ivan e Nicolas aproximam-se e já posso até ouvir o sorrisinho irónico de Ivan. 

- Mas esse telemóvel deve ter custado 1 ano da minha mensalidade, eu posso responsabilizar-me e devolver. – Diz a rapariga olhando para mim, ela tinha olhos grandes e grossos como duas azeitonas num tom castanho escuro, o seu rebelde cabelo estava preso num volumoso coque e, em seu corpo trazia um vestido estampado com flores, segurando uma mala ligeiramente grande para o seu tamanho e livros nas mãos que também acabaram no chão, indicando que era uma estudante da universidade. 

- Oi oi! – Ouço Ivan atrás de mim e o mesmo estica a mão para a rapariga que está meio apreensiva. – Eu não mordo, a não ser que queiras. 

- Ivan sinceramente - repreende Nicolas – assim a senhorita não fica a vontade, sou o Nicolas, esse estúpido do meu lado é o Ivan e já conheceste Omar, o ogre, tu és? 

 - Graziela, estava a desculpar-me por ter deixado cair o telemóvel do senhor Omar, não foi de propósito e peço desculpas – Diz ela com cara de pesar e de alguém que não quer nenhum tipo de problemas. 

- Já disse que não há problema algum, e podes chamar somente Omar. – Digo dando um sorriso fechado sem tirar os olhos dela. – Depois compro um igual.

 - Consumista! – Diz Ivan com cara de indignação. – Só restadizeres que comprarás outro amigo também, já que não tenho nenhum significado para ti. 

- Até mais Graziela, e Ivan, cala a boca. – Digo enquanto nos dirigíamos ao anfiteatro.

 Sentado numa das cadeiras perante centenas de alunos, noto que Graziela entrou e sentou-se num canto afastado enquanto algumas raparigas olhavam para ela e riam-se com deboche. Estranhamente, irritou-me. 

 - E sem mais delongas, daremos então a voz ao CEO de uma das maiores multinacionais angolanas, aquele que com tenra idade conseguiu revolucionar a economia nacional desfazendo o monopólio anteriormente existente no âmbito informático, com vocês Omar Castiel, da Castiel Corporation. –anuncia o reitor. 

A Mulher Que Eu Não QuisOnde histórias criam vida. Descubra agora