Capítulo 3

1 0 0
                                    

O dia amanheceu, levanto-me e dirijo-me ao wc onde encontro Luena prestes a terminar a maquilhagem. Entro para o chuveiro e levanto a cabeça deixando então a água levar todo aborrecimento da noite passada.

 - A Íris está melhor, hoje vou levá-la aos meus pais – diz-me a Luena – sou capaz de chegar ligeiramente tarde, Laura chegou de viagem para férias e já sabes como ela funciona. 

- Claro, sem problemas, eu sei que quando se trata da nossa filha tens todo cuidado e atenção então estarei tranquilo. Sou capaz de sair tarde da Castiel de igual modo, a inauguração de uma filial em Bruxelas tem roubado muito as minhas atenções e as de Ivan. – Digo. 

 - Está bem, vou verificar se dona Rita ajeitou a mala da bebe e darei a ela o dia de folga, espero que não te importes.

 - Longe de mim. – Digo. Saio do chuveiro e visto-me então para mais um dia de trabalho. Tomo o pequeno almoço rapidamente e dou um beijo na testa da minha princesa que estava linda adornada com um lenço colorido na cabeça agarrando minimamente os seusvolumosos cabelos aos caracóis, dentro de um vestidinho rosa e uns sapatinhos a combinar com o enfeite do cabelo, eu babo por essa menina. É a única que consegue em poucos segundos desfazer esse meu ser duro e implacável. Saio do elevador e estou no corredor do meu escritório, quanto mais aproximo-me, mais alta torna-se a voz de Ivan. 

- Marlene, será que Tony Stark ainda demora? Tenho mais coisas a fazer, como imaginar-te a minha frente dentro de um biquíni amarelo numa praia deserta, só eu e tu – diz o Ivan a minha secretária. 

- Senhor Ivan, dessa forma fico sem saber o que dizer – diztímida e visivelmente envergonhada ao notar a minha presença – senhor Castiel, quer que eu pegue alguma coisa para comer? 

 - Tomei o pequeno almoço hoje Marlene, não te preocupes. Ivan. – Digo olhando para ele e o mesmo percebe que deve seguir-me até a sala.

 - Só eu e tu baby. – Diz ao fechar lentamente a porta do meu escritório. – Bom dia meu amor! Bem-disposto para ler e assinar mais papelada?

 - O teu astral enjoa-me, são 9h da manhã Ivan, nem sei ainda qual o meu nome exatamente. – Respondo. 

- Para isso basta saíres e leres o nome que está na porta, ou a falta de sexo matinal afetou a tua capacidade cognitiva e já não consegues ler? Diz-me irónico.

 - O que fazes em meu escritório mesmo? – Pergunto. 

- Claro que vim irritar-te, o que mais farei a essa hora? Hoje tenho julgamentos apenas na parte da tarde e alguns casos para analisar, fora isso sou todo para ti, não digas a mula burra ou ela morre de ciúmes, aliás eu sou um ser irresistível. – Responde-me com o seu sorrisinho irónico.

 - Somente a minha secretária acha isso. – Respondo.

 - Esqueceste de mencionar a Micaela, sabias que ela terá consulta de ginecologia segunda-feira? – Pergunta-me irónico.

 - Tens cinco segundos para sair da minha sala – digo enquanto levanto um enfeite de plástico que tenho na mesa e entre risos ele sai disparado e fecha a porta. – Finalmente sossego. 

Chamada on

 - Marlene, traga-me por favor a papelada por se analisar e as correspondências do acordo com as empresas de Nicolas.

 - Dois minutos e trago senhor Omar, deseja mais alguma coisa? – Questiona-me. 

 - É tudo. – Digo e desligo em seguida. 

 Com as costas relaxadas em minha cadeira, analiso alguns contratos e autorizo transações. Dou uma breve olhada ao processo de expansão da empresa para Bruxelas e sorrio satisfeito com o êxito do projeto. Pelo menos a minha vida profissional está no auge e tenho garantido que assim continuará até após a minha morte. Quase consigo imaginar Íris ocupando o meu lugar com a personalidade forte que ela já demonstra ter. Eu sei que babo pela minha filha, mas, ela foi de longe o melhor que já aconteceu em toda minha vida. Desde a minha adolescência que sou conhecido como sendo o Castiel fechado. Nunca estive aberto para novas amizades e desde sempre tive uma postura implacável, até certo ponto ajudou-me bastante na construção daquilo que hoje sou e tenho. Ao invés de palavras eu prefiro falar com o olhar que a maioria diz ser intimidador e ver-me sorrir é quase impossível sem Íris por perto. Sou diariamente criticado pela minha família e amigos, porém, é o meu ser e nada poderão fazer, somente aceitar e respeitar.Olho para o relógio e marcam 12:40pm, é incrível como o tempo passa dentro deste escritório. Saio para o almoço e decido ir ao restaurante onde levei os rapazes a almoçar no dia anterior.Estaciono o carro a três minutos do mesmo e, vou caminhado.Paro para retirar o telemóvel do bolso da calça que trago vestida e sem querer vou contra alguém no meio da multidão.

A Mulher Que Eu Não QuisOnde histórias criam vida. Descubra agora