Feliz Natal

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•Kate Bishop•

Sempre tive muita dó de pessoas que passam a manhã de Natal sozinhas, sem a mágica da árvore, dos enfeites, presentes e as pessoas que amam por perto. Acabei me tornando essa pessoa, no final. Depois de que minha mãe foi presa e Clint voltou para sua família, o que me restou foi apenas o Cachorro Pizza.

Olhei para meu celular quando começou a tocar e o nome de Clint apareceu na tela, o aparelho vibrando. Pensei um pouco antes de atender.

– Kate! – Ele havia me ligado em chamada de vídeo, um sorriso grande no rosto. – Está nevando por aqui.

– É mesmo? Onde estão as crianças? – Eu fingi um sorriso. – Já estou com saudades.

– Estão aqui. – Ele virou a câmera para os filhos, que estavam brincando divertidamente na neve. – Estou com saudades também.

Dei uma risadinha sincera.

– Estava pensando em visitar meu antigo apartamento hoje. – Tirei aos poucos o sorriso do rosto e Clint fez o mesmo.

– Aquilo está caindo aos pedaços. – Ele mudou seu olhar da tela e o pôs para frente, a expressão de quem não gostou da idéia. – Tome cuidado com aqueles móveis.

– Pode deixar, Gavião. – Eu soltei uma risada marota.

– Preciso desligar, Kate. – O homem falou ao ser atingido por uma bolinha de neve. – Nathaniel acabou de iniciar uma guerra.

– Certo, até mais! – Clint se despediu também e logo desligou o telefone.

Falar com o Barton me fazia, de alguma forma, mais feliz e menos solitária nessa data. Era como se ele e sua família fossem um antidepressivo ambulante, uma pílula que me trazia uma grande alegria.

[...]

Fazia algum tempo que não estivera nesse apartamento. Depois que ele foi incendiado, eu passei a frequentar muito pouco. A última vez que havia estado ali, me encontrei com Yelena, e não foi a melhor experiência da vida. Tinha sido razoável, por conta do macarrão. Não posso mentir que ele não estava delicioso.

Quando finalmente abri a porta do local, um cheiro de queimado veio a tona. O fato de que o incêndio havia sido a mais de quatro dias não concedeu com o cheiro de queimado.

Continuei a abri-la com cautela, até que uma voz feminina cantarolando uma musica do Chase Atlantic invadiu meus ouvidos, era familiar. YELENA!

Me aproximei, tentando não fazer barulho.

– Esta é uma ótima música. – Ela, que estava lendo alguma coisa enquanto se deitava no pano que cobria o sofá queimado, se assustou com minha presença.

– Kate Bishop! Não vi você entrando. – A mais velha disse, parecendo aliviada.

– O que você quer? – Cruzei os braços, com uma expressão séria. Não estava afim de brincadeiras. – Já não desistiu de matar o Clint? Agora quer me matar também?

– Isso sempre será uma opção. – Ela deu um sorrisinho sedutor. – E seja mais gentil comigo! Graças a mim, você não vai passar o Natal e a manhã dele sozinha.

–O que te faz pensar que vou passar as festas sozinha? – Empinei o nariz, ainda a olhando.

– E você não vai? – A garota levantou do sofá, cruzando seus braços também.

𝐉𝐔𝐒𝐓 𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒; bishovaOnde histórias criam vida. Descubra agora