Íris Club | Jikook

Capítulo 07

"Eu sempre gostei de brincar com fogo."

Sam Tinnesz - Play With Fire

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Saí do restaurante com a sensação de que eu tinha sido atropelado por um caminhão, que, não satisfeito em me atingir uma vez, ainda deu ré e passou por cima do meu corpo de novo só para aumentar o estrago.

Pelo menos consegui olhar para o veículo que me atingiu e anotei a placa: Kim Seokjin.

Eu não tirava a razão de Jin, afinal, eu estava agindo 100% na emoção e não analisei nem por cinco segundos as consequências.

Eu sempre fui impulsivo, mas nada perto do momento no qual eu cometi um crime contra Jimin de modo quase que automático.

Jimin era um Park e assim como todo e qualquer integrante da família Park, ele poderia me destruir num piscar de olhos.

Mas não é como se eu tivesse muita coisa a perder.

Larguei a faculdade, estou num emprego meia boca e as únicas pessoas que se importam comigo, Jin e Nam, estão querendo me enforcar pelo meu comportamento impulsivo.

Tenho certeza de que se eu tivesse raciocinado um pouquinho só veria o tamanho da merda na qual eu me meti, infelizmente, eu sabia que não dava para voltar atrás.

Eu tinha chantageado alguém, eu era um criminoso, como Jin disse.

E saber que provavelmente meu pai estava desapontado comigo me causava um aperto no peito e incontrolável vontade de chorar, de novo.

Sabendo que já tinha esgotado minha cota de lágrimas dos próximos seis meses, decidi afastar esses sentimentos sobre como meu pai estaria decepcionado e que talvez, assim como Jin ele não me reconhecesse mais.

E nem eu me reconheço, na verdade.

De qualquer forma, por pura sorte, Jimin era diferente dos outros integrantes de sua família, contornou a situação de forma esperta, e mesmo não tendo o dinheiro que eu pedi, me fez uma proposta irrecusável, me acolheu em sua casa – apesar de ser uma atitude bem imprudente – e tem gastado comigo algumas centenas de milhões de wons nas últimas semanas, sem reclamar.

Jimin era diferente.

Quando fui atrás de informações sobre os Parks, não havia muito o que falar sobre o filho único da família, apenas que ele era uma boêmio, namorador e que às vezes se metia em encrenca.

Ou seja, um burguês safado filhinho de papai.

Quando nos encontramos na boate não achei que ele pudesse ser diferente da imagem pré construída que eu tinha dele e por isso não titubeei ao pedir dinheiro.