O tempo não para | Yoonmin

Quando todos nós saímos machucados

Escrito por: Flyinsunshine 

Notas Iniciais: O peso da mentira machuca todos os nossos personagens da história... Mais um capítulo de problemas, problemas e mais problemas por consequência de uma mentirinha. E vamos para outro capítulo!! 

Boa leitura.

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"Eu quero respirar, eu odeio essa noite

Eu quero acordar, eu odeio esse sonho

Eu estou preso dentro de mim e estou morto

Não quero ficar só

Só quero ser seu"

(Save me — BTS)

A torrada com geleia de morango estava completamente sem gosto, era como se Yoongi comesse isopor e um café amargo que rasgava a garganta por dentro.

Sentado na mesa preparada de um grandioso café da manhã, o jovem se sentia alheio a tudo à sua volta. Parecia que o mundo tinha parado no volume mudo e girava em câmera lenta.

O Min não conseguia dormir há incontáveis dias, e o pior de tudo era a inquietação no peito que não ia embora. Ele não chorava, não sentia raiva, nem tristeza.

A sensação de vazio era a pior que já sentira em toda sua vida, se ao menos chorasse em seu quarto ou colocasse a frustração para fora, sentiria-se mais leve, mas continuava paralisado dentro de si mesmo.

Fazia uma semana que ele não tinha nenhuma notícia de Jimin, suas mensagens não foram respondidas, e as ligações, recusadas.

Não se viam nem na universidade mais, era como se o loiro tivesse trocado todas as aulas que faziam juntos para ficar o mais longe possível dele.

Quase terminando de comer — ou apenas engolindo tudo o mais rápido que conseguia —, Yoongi escutou a voz de sua mãe chamando-o.

— Está tudo bem, querido? Parece que não teve uma noite agradável.

— Tudo bem, mãe, é que estou com muitos trabalhos para fazer e passei a madrugada acordado.

O moreno pegou uma maçã e colocou na mochila para lanchar mais tarde.

— Você é tão esforçado... — Jiwoo sorriu. — Não se cobre tanto. Precisa descansar.

— Escute sua mãe. Na sua idade, nós precisamos de boas horas de sono — comentou seu pai, sem tirar os olhos do celular.

— Vou tentar melhorar minha rotina, não se preocupem.

O garoto se levantou, pegando a mochila e colocando-a nas costas. Não queria ir para a faculdade e encontrar a Kim e ser vigiado por ela até chegar à sua casa.

Pelo menos, iria mostrar um de seus novos projetos que andava trabalhando na aula de desenho e modelagem. Aquilo era a única coisa que o deixava menos desanimado.

A loucura de Siyeon o impressionava. Será que ela não conseguia perceber que não havia sentimento da sua parte?

A relação que ela criou dentro da própria cabeça era tão unilateral que dava pena. Ele queria pedir para ela ter amor-próprio e deixá-lo em paz de uma vez por todas.

Essa cena passou pela sua cabeça milhares de vezes, mas ele sabia que não poderia fazê-lo.

O moreno bocejou e passou a mão nos olhos para afastar o cansaço, quando abriu a boca para se despedir, seu pai foi mais rápido e ergueu a mão.