O posto militar estava um caos, isso se estendeu para enfermaria também. Todos falavam sobre briga no pátio, alguns diziam que o novato seria punido por brigar com superiores, outros comentavam sobre os soldados, que foram humilhados em público, ao tentar mexer com um novato vindo da fronteira.
Havia ficado a última hora sentado na recepção, com uma bolsa de gelo sobre o único hematoma que adquiriu na briga, mas naquele momento, estava deitado em uma maca apenas para que examinassem o olho roxo e inchado que já deveria ter cicatrizado.
O doutor examinou por menos de dois segundos, deu de ombros, pegou o bisturi na mesa e disse enquanto sua voz soava abafada pela máscara que cobria sua boca e nariz.
— Você precisa parar de arrumar confusão, Lyonel. Cara, você chegou ontem e conseguiu chamar mais atenção, que se estivesse vindo trabalhar pintado de ouro e com uma coroa de frutas na cabeça.
— Não fui eu quem começou a briga — replicou.— Claro que não, você apenas quebrou o nariz de um aspirante a tenente e deslocou algum osso dos demais. — Aproximou-se do rosto do soldado, fazendo um pequeno corte para que, liberasse o acúmulo de sangue do local. — Nesse ritmo será marechal em tempo recorde ou exonerado — riu com os pulmões —, o que vier primeiro.
Colocou o bisturi de volta na mesa, pegou gaze e limpou o sangue negro assistindo o inchaço diminuir até perder a coloração roxa.
— Fiquei sabendo sobre seu ato heroico na floresta. Como é a sensação de deitar, sabendo que salvou a vida da herdeira mais poderosa das sete províncias?
— Sinto medo de saber que Anilux estará nas mão dela em alguns anos.
— Ela por acaso é uma possível ditadora sanguinária ou algo do tipo?
O médico se moveu para jogar a gaze no lixo, olhou para o amigo e o assistiu levantar sem o inchaço no rosto.
— Não, ela é apenas imprudente, uma caixa de pandora ambulante.
— Mas me diz, ela é ou não uma caixa de pandora muito bonita? — cruzou os braços, lançando um olhar bobo e pretensioso.
O soldado não respondeu, olhou para seu amigo o repreendendo com os olhos, mas aquele olhar bobo do moreno conseguiu vencer e disse:
— Ela é linda, mas para meu castigo esse turno serei o único a escoltá-la, doze horas olhando para parede e uma possível dor de cabeça, chamada Fayla.
— Essa dor de cabeça é simplesmente a princesa, ela tem poder político suficiente para fazer você desaparecer no mundo sem deixar nenhum vestígio. — Removeu a máscara do rosto e arrancou as luvas cirúrgicas jogando-as no lixo. — Acha que ela tentará fugir de novo?
— Claro que não, correu bastante na floresta, deve estar exausta.
— Para uma caixinha de pandora, acho difícil ela conhecer a palavra limite.
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Império De Nebulosas
FantasySendo Fayla, a única herdeira ao trono da província mais poderosa de seu planeta, a coroa é pesada. Por causa disso, desde seu nascimento os ataques a sua vida vêm se intensificando. Após descobrir sobre os planos de alguns traidores para matá-la, a...