Story of My Life

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Fomos até a cozinha e então eu puxei o cinto de Camila, ela nem ligou, seu olhar continuava indiferente sobre mim, calmamente se sentou e eu me aproximei olhando para o seu tronco para ver se tinha algum sinal de escuta... então eu me lembrei que estava fodida de qualquer jeito, fui em direção a dispensa, peguei um pacote de bolachas e a nutella, indo me sentar ao seu lado.

- LAUREN? - Camila e eu olhamos assustada para o lado e vemos Dinah e Normani segurando uma arma - QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - Dinah grita confusa.

- Sentem-se... - Falo dando de ombros - Vou contar minha história!

- Você está brincando comigo? - Normani me olha incrédula.

- Não, Camila quer saber e então eu vou contar, se for necessário ela saber para me perdoar eu vou contar! - Ambas me olharam sombrias - Vocês vão ouvir ou não? Sempre quiseram saber e quando eu estou disposta a contar vão ficar me encarando assim?

Ainda meio apreensivas elas se sentaram nos dois banquinhos que tinham na minha frente e na frente de Camila, respirei fundo e mergulhei a minha bolacha na nutella, comendo a mesma logo em seguida.

"Tudo começou quando eu tinha doze anos, meu pai começou a sumir durante a noite, eu sempre via a minha mãe chorar e isso foi me tirando muito do sério. Meus pais começaram a brigar e a família perfeita deixou de existir... meu tio chegou um dia e disse que meu pai era viciado em jogo para a minha mãe... é claro que ela entrou em desespero, todas as noites eu escutava ele entrando de fininho e então eles discutindo.

Meu pai nunca encostou na minha mãe, acho que a única coisa maior que seu vicio pelo jogo era o amor que ele sentia por ela e por mim, foi então que ele decidiu parar de jogar. Porém ele não contou a nenhuma de nós, ou para mais ninguém que devia uma enorme quantia em dinheiro para alguns homens.

Nós estávamos indo visitar meus avós... foi então que um carro começou a nos perseguir, minha mãe mandou eu colocar o cinto... foi então que meu pai acelerou quando o sinal estava fechado, estávamos passando em um cruzamento e um carro acertou o lado da minha mãe com tudo... então eu não me lembro de mais nada.

Acordei em um hospital, a principio os médicos disseram que meus pais estavam em outros quartos, eu relaxei e fazia tudo o que eles pediam para que a minha recuperação fosse um completo sucesso... uma semana se passou e eu falei, esperneei e gritei exigindo ver meus pais, me levaram até o quarto do meu pai em um cadeira de rodas, ele estava em uma ala separada na UTI... estado mais do que grave. Foi então que perguntei da minha mãe e foi como se tivessem arrancado o meu coração.

Ela havia morrido na hora do acidente.

Chorei, eu chorei muito e fiquei muito puta com o meu pai, tanto que tiveram que me dar um sedativo. Vi que a única pessoa da família que restou foi ele, então todos os dias durante semanas eu ia o visitar na UTI. Lembro que no ultimo dia que ele estava naquele quarto eu e uma enfermeira ruiva entramos para vê-lo... todos os aparelhos estavam desligados e ele estava sem pulso, haviam provocado a morte dele.

Aquilo foi a minha ruína, depois que eu me recuperei fui morar com a minha avó por parte de mãe... depois da morte do meu avô alguns anos antes ela já estava meio debilitada e com sinais de depressão, com a morte da minha mãe tudo piorou e ela acabou falecendo.

Eu estava sozinha.

Fui para um orfanato, crianças mais velhas ninguém quer... uma mais velha, problemática e diabética? Piorou... tive problemas com a minha aparência, deixei de me alimentar e isso ocasionou muitas visitas para o hospital. Fiquei naquele orfanato por anos, aos dezessete consegui uma bolsa incrível em uma faculdade.

I Have a SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora