Naquela noite em que estava desnimado, deitei na grama molhada do quintal, olhei ao céu em busca de algo que sabia que não iria encontrar e ao meio das bilhões de estrelas, encontrei 5 que se destacavam.
Olhei para a primeira estrela, senti algo que nunca tinha sentido, eu senti um medo imenso e incompreensível, logo entendi, era o medo daquela estrela de se apagar a qualquer momento, de ficar sendo só mais uma estrela sem importancia em meio de bilhares outras.
A segunda estrela passava uma sensação de desespero, um desespero interminavel, era a estrela desesperada por ter percebido que a sua luz não brilhava como as outras, desespero por saber que tinha a possibilidade de ninguém estar admirando o seu brilho naquele momento.
A terceira, ela me passava uma nostalgia, uma nostalgia que demonstrava toda a saudade daquela estrela, mostrava a sua saudade dos tempos passados, quando ela brilhava como nenhuma outra, quando seu brilho ultrapassava os olhos humanos e refletia a sua alma, mas agora era só mais uma prestes a se apagar.
A quarta delas, uma estrela esperançosa, sua esperança era contagiante, uma esperança de se tornar algo mais, algo mais que uma estrela, algo mais que um ponto brilhante no céu, e toda essa esperança mesmo a meio da impossibilidade de ela se tornar outra coisa, eu estava triste, por que mesmo sendo impossivel, ela tinha esperança.
A quinta estrela era diferente das outras, não passava nem felicidade e nem tristeza, a unica coisa que eu sentia dela era solidão, uma solidão memorável, não solidão por não ter outras estrelas próximas, mas solidão por parecer que ninguém a entendia, é um sentimento que ela não conseguia controlar, quanto mais ela interagia com as outras, quanto mais ela pensava, mais só ela ficava.
Após isso, levantei-me, pus a primeira musica animada da minha playlist, fui a grama na luz da lua e comecei a dançar, dancei, dancei como nunca, cada passo eu me sentia melhor, naquele momento, aquela criatura na grama não era eu, era naquele momento, uma estrela dançante.