Bkdk, temas pesadinhos, wholesome
.
.
.Desde à muito eu era uma pessoa perturbada, com problemas. Sem rumo na vida.
Me lembro quando era pequeno e me metia em brigas por que tinha crises de raiva e quando as coisas não iam do meu jeito eu simplesmente me lembrava só de ter sangue nas mãos e alguma criança da minha idade chorando com o corpo cheio de machucados.
Nessa época, meus pais começaram a me achar um garoto problemático, não se importaram nem um pouco em procurar ajuda pra mim, e apenas fingiam que nada acontecia.
Mas um dia, as coisas saíram do controle, e eu empurrei uma garota da escada, ela no dia seguinte, foi informada que teve uma paralisia em uma das pernas. A escada era alta, e eu não tinha pensado duas vezes, então, a família dela veio até minha casa e pediu dinheiro para meus pais pagarem o tratamento dela.
Nesse momento, eu perdi todo meu apoio familiar.
Eles me odiavam. E eu odiava eles.
Isso não era muita coisa, eu não sentia absolutamente nada por eles antes disso mesmo.
Virei a empregadinha da casa, minha mãe me batia por razões fúteis e meu pai me ignorava 24h por dia que não fosse pra me pedir algo.
Um dia, eu resolvi faltar a escola, era final de ano e eu já tinha terminado todas as minhas atividades, com certeza passei de ano e não tinha mais nada pra fazer naquele lugar.
Foi aí que eu o conheci, o Deku.
.
.
.Estava tudo vazio, naquela manhã nenhuma criança estava no parquinho, e ninguém passava pela rua. Estar sozinho era divertido pra mim.
Ficava encarando e fazendo vários nadas, por um tempo, até que ouvi alguém chegar perto. Quando eu vi um garoto se aproximar de mim, mas ficar me encarando, em silêncio, eu só me levantei da areia e larguei a pázinha lá, fiquei o olhando de volta.
— O que você quer? — Perguntei, sem muita paciência pra empatia.
Ele pareceu ficar com medo de mim, mas respondeu.
— Nada... E-Eu só queria brin-.. car com você... — Brincou com os dedos, e eu fiquei o encarando.
Ele era baixinho, menor do que eu, seu cabelo era grande, seus olhos a mesma coisa. Como os cabelos escuros, ele era verde, mas sua coloração tinha um pouco mais de brilho. Seu rosto era gordinho, cheio de sardas, e também vi algumas em seus braços. Ele era um pouco gordinho, e parecia alguém ingênuo.
Eu não senti raiva dele quando veio falar comigo, na verdade, foi o contrário.
Andei dois passos até ele, e ficamos nos olhando, até eu quebrar o gelo.