𝙿𝚛𝚘́𝚕𝚘𝚐𝚘
𝐓𝐡𝐢𝐚𝐠𝐨 𝐅𝐫𝐢𝐭𝐳 - 𝐍𝐚𝐬𝐜𝐞𝐫 𝐝𝐨 𝐒𝐨𝐥
Meus olhos cansados tentavam permanecer abertos enquanto encarava o dia amanhecer. A visão que tinha nesse mesmo momento, era fascinante. O céu continha uma mistura de um alaranjado e índigo onde o astro luminoso se erguia imponente, provocando com que cômodo onde estou fosse atingido com a claridade.
O meu olhar é desviado conforme os raios luminosos entram pela janela, da qual olhava o nascer do sol, permitindo que eu admirasse o ambiente ao meu redor - Um grandioso quarto da realeza que não tinha praticamente nenhum local vazio, existiam múltiplas cômodas e dunquerques, algumas estantes com pouquíssimos livros empoeirados, uma secretária coberta de folhas com escritas de tinta preta que eu nunca consegui ler o que nelas estava escrito e um teto alto onde um luxuoso candelabro feito de prata se exaltava por cima de uma cama enorme revestida de cobertas quentes de cores escuras. Nessa mesma cama, encontrava-se um homem que permanecia deitado com a sua face adormecida.
Esse homem aparenta ter alguma idade por causa dos seus cabelos e barba castanha terem alguns fios finos de cor mais esbranquiçada que demonstram vestígios de velhice, tinha um ar doente - Magro, gélido, desanimado.
Era com grande tristeza que sabia identificar tal homem - Arnaldo Fritz, o sublime Rei de Ankasdre ou, para mim, principalmente conhecido como uma figura paternal.
O Rei do nosso reino permanecia doente desde que voltou da batalha contra o reino inimigo e tem vindo sempre a piorar. Todos os dias quando o astro ascendia, homens ligados à ciência subiam as escadarias do palácio em busca de um remédio e um diagnóstico para nos dar - mas nada conseguiam dizer, mas nada a ciência conseguia fazer. Como bons seres de Deus que somos, padres e seres divinos ligado ao nosso Senhor que reside nos Céus vieram orar pela alma de meu pai, tentando por meio de rezas entender porque um homem tão bondoso quanto ele estava à beira de um colapso - mas nem mesmo Deus nos deu um sinal.
O que era certo é que meu senhor pai estava dividido entre a terra e os céus, escolhendo se viveria no meio dos homens ou se viveria por cima deles.
Uma tosse seca soou pelo quarto, o que me fez deslizar o olhar para a cama. Arnaldo colocava as mãos sobre a boca enquanto tossia - Ainda não estava acordado, mas como era de costume, eu sabia que não tardava para acordar. Com uma de minhas mãos, tento ver o quanto meu pai estava quente - oh, e o quanto ele estava.
Um suspiro surgiu ao mesmo tempo que a porta do quarto foi aberta. Uma figura masculina alta entrava no cômodo com um olhar entristecido - conhecia aquele olhar, veio a ser recorrente nos últimos nascentes solares.
— Como está nosso pai? - questionou-me César enquanto fechava a porta de madeira atrás de si.
— Não vejo melhoras irmão - começo eu - Sinto que está cada vez mais nos deixando
Um sorriso triste nasceu em César o que combinava lamentavelmente com o seu olhar soturno.
— E eu não venho para trazer boas notícias
— Nem me precisa dizer - respondo eu antecipadamente - O que aconteceu a esse homem
— Uma mensagem foi enviada ao nosso reino quando amanheceu
— E o que dizia ela?
— O nosso homem da ciência afirmou que nada poderia fazer por nosso pai, desistiu de vir novamente ao nosso palácio para o examinar
— Chamaremos outro imediatamente - digo eu com certeza na voz mas vejo meu irmão mais novo negar com a cabeça
— Thiago, não existe mais nenhum homem da ciência que nos possa ajudar
Uma revolta insistente correu o meu corpo, uma negação percorre pela minha mente - não poderia ser o fim, havia de ter um novo caminho
— Falaremos com outros reinos se for necessário, mas não podemos desistir agora César, nosso reino precisa de um Rei! - digo determinado batendo com o meu punho esquerdo fechado na pequena secretária que ali existia.
— Já o fizemos, todos negam querer ajudar, você sabe disso melhor que ninguém, Thiago. A batalha dele já terminou e a nossa está começando.
Um discurso típico de César - falava de alegorias da batalha, sobre como os homens ligados à ciência falharam e como eu poderia subir ao trono como nosso pai fez com a nossa idade - mas eu não queria ouvir tais palavras.
Uma ideia, um sonho talvez, surgiu em minha mente. Interrompo o discurso de César com a minha mão esticada aos ares.
— Pois bem, se nossos reinos vizinhos não querem prestar ajuda, talvez nosso povo o faça
Um olhar arregalado e tenebroso transparece no rosto de César, estava incrédulo com a minha proposta.
— Sugere então contratar um mero camponês, que com certeza não tem conhecimento suficiente, para ajudar o próprio Rei? - agora que ele indaga em voz alta, vejo o quão ordinária a minha ideia possa ser, mas era a única esperança que tínhamos.
— O que mais podemos fazer? - deixo a questão no ar durante algum tempo, vendo o meu irmão no fundo concordar com a minha proposta
— Pois bem, irei dar a nossa decisão ao nosso conselheiro - afirma por fim César.
Antes que sair, César parecia fazer uma curta oração por nosso pai. Quando saiu, o silêncio volta a inundar o cômodo.
Caminhando até à janela onde estava, observo uma pequena vila que ficava em segundo plano - sorria com a visão de dezenas, talvez centenas de pessoas caminhando pelas pequenas ruas feitas com um único pensamento ocorrendo em minha mente - Quem saiba, seja um de vós a salvar o futuro do reino de Ankasdre.
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𝐀𝐧𝐤𝐚𝐬𝐝𝐫𝐞 (𝐇𝐢𝐚𝐭𝐮𝐬)
Romance𝐀𝐯𝐢𝐬𝐨:Esta fanfic está a passar por mudanças, os capítulos publicados ainda são os antigos, avisarei quando publicar os capítulos modificados 𝐒𝐢𝐧𝐨𝐩𝐬𝐞:O reino de Ankasdre sofria uma situação difícil - seu Rei estava doente. Ao tentar pen...