Enfim, duas semanas passaram como o vento e é muito muito provável que o meu neném nasça literalmente a qualquer momento.
Nunca paro pra falar sobre, mas é um misto de emoções muito grande.
Larguei tudo, mas absolutamente TUDO para trás. A minha família, a minha casa, os meus amigos, os meus estudos.. tudo. E porquê???? Por causa de um homem. Eu falei comigo mesma que nunca mais deixaria isso acontecer e.. aconteceu. Não tenho muito tempo para sentir o que realmente preciso de sentir, mas os meus hormônios estão à flor da pele e ao pensar em toda a dor que me foi causada, ainda que de forma bem "breve", pôs-me aos choros. Eu estou sozinha em casa, então posso gritar à vontade.
Sinto me tão triste, tão agoniada, tão frustrada, e sinceramente? Não quis passar esse sentimento ao meu bebê mas está fora do meu controle, eu sentia que ia explodir.
Sentia um nó na garganta.Tiana:- Mas Deus, que mal é que fiz?
Porquê de novo isso???
Dá me forças pra criar esse bebê sozinha, por favor. Tá a doer muito. Muito mesmo.Chorei e gritei por mais algum tempo, porque sinceramente eu tenho saudades da minha mãe. Nem vai ver o neto dela nascer, o meu puerpério ela não vai acompanhar.. não foi assim que imaginei. Mal me dou tempo pra viver a minha dor e o meu breakdown está realmente a levar muito mais tempo do que pensei. Pensei em ligar pro Caleb pra pedir ajuda, mas continuo no chão da casa de banho a pensar em como o meu bebê não vai conhecer a avó, os meus amigos mais próximos ou mesmo os meus primos e tios ou os delx.
Respiro fundo por alguns momentos e continuo numa onda de pensamentos negativos, quando o Caleb liga pra mim, como se tivesse pressentido. Eu penso em não atender, mas algo dizia que precisava de atender.
Tiana:- sim?
Caleb:- oi, grávida, tudo bem?
Tiana:- na verdade não está tudo bem. Podes vir cá a casa e trazer comida por favor?
Caleb:- o que se passou? Estás bem? E o bebê?
Tiana:- o bebê está ótimo, eu conto quando chegares, vem, por favor.
Continuei sentada na casa de banho porque levantar pra mim seria só quando ele chegasse.
Depois de uns 30 minutos, ele chegou. Nem me importei mais em fingir que não estava a chorar, na verdade quando abri a porta desabei em lágrimas. De novo.Assim que ele vê o meu estado, abraça me e ouve me chorar sem perguntar nada.
Ainda no abraço com as coisas na mão, ele empurra a porta com o pé, pousa as coisas e abraça me com mais força.Tiana:- dói tanto.
Caleb:- eu sei. Disse, como se soubesse o porquê de estar a chorar.
Eu gritava, esperneava, batia.. e sinceramente ainda bem que era ele ali.
Depois de ficar aos prantos nos braços dele e ter sujado a camisola dele toda, eu parei, fui lavar a cara e ajeitar o cabelo enquanto ele aquecia a comida. Afinal, já aí está há uns 40 minutos. Nn demorou muito e voltei.
Ana:- oi. Disse com uma voz rouca.
Caleb:- oi, grávida linda, vem cá.
Vai ficar tudo bem. Disse ele já no abraço.Eu sei que isso não devia estar a acontecer, mas eu preciso mesmo de colo. De contacto humano.
Tiana:- desculpa ter sujado a tua camisola, queres outra?
Caleb:- ta tudo bem. Primeiro é que a tua roupa não me serve e segundo eu estou bem. Já estou seco.
Agora vem, senta te à mesa.Ana:- trouxeste sushi porquê?
Caleb:- não é o teu favorito? Posso trocar.
Ana:- tá maluco? É sim, não troques. Disse com um sorriso breve.
Só queria saber porquê. Afinal conheces kkk, boa.