CAPÍTULO 20 - Porto Seguro

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Grace acompanhou o capitão de volta para dentro. Atrás dela as portas se fecharam e ascortinas escuras tombaram juntas.

- O que a faz pensar que eu quero alguma coisa de você? - O sussurro do capitão redemoinhou na cabeça de Grace.

Grace pensou na pergunta enquanto seus olhos o procuravam na escuridão.

- É só uma sensação que eu tenho. O senhor deu a Lorcan o espelho para me mostrar que Connor estava em segurança. E me trancou naquela cabine e designou Lorcan para me proteger, ou pelo menos é o que ele diz.

- O aspirante Furey fala a verdade.

- Bem, então - Grace percebeu que ele havia se sentado à mesa dos mapas - parece que há duas possibilidades. Ou o senhor está me protegendo de algum perigo a bordo deste navio ou tem outro objetivo em mente para mim. Talvez as duas coisas. -Ela estava olhando diretamente para a máscara do capitão, desejando ser capaz de ver osolhos dele.

O capitão assentiu.

- Venha, sente-se comigo, por favor.

Ela obedeceu, os olhos descendo da máscara para a capa do capitão. Agora que olhava mais de perto, viu que o material não era couro, como havia pensado a princípio, parecia mais leve, e a luz do lampião iluminava veias finas que corriam através dele. Asveias pareciam encharcar-se da luz, fazendo a capa luzir. Grace gostaria de tocá-la, verqual seria a sensação, mas não se atreveu.

- Vamos supor que você esteja certa, Grace. De que perigos eu poderia estar protegendo você? E que objetivo acha que eu poderia ter para você?

Com um capitão assim, não era de espantar que Lorcan falasse por meio de enigmas. Sem dúvida, era o estilo do navio. Não importava, ela iria participar do jogo do capitão. Desagradá-lo não ajudaria nada.

- Sei o que o senhor é - disse ela. - Não sei quantos outros vampiros existem a bordo, mas acho que é uma boa quantidade. E os vampiros precisam de sangue, não é?

O capitão assentiu.

- Na maioria das circunstâncias, sim, precisam.

Isso era interessante. O que ele queria dizer com "na maioria das circunstâncias"?

- Acha que estamos querendo seu sangue, Grace?

- Não poderia haver outra possibilidade real, não é? - a despeito de Lorcanparecer tão gentil, a despeito do cuidado com que o capitão articulava as palavras agora.Este era um navio de vampiros. Para eles Grace não passava de um novo suprimento de sangue. A simples idéia a fez estremecer.

- O fato - continuou o capitão - é que a... tripulação está bem atendida neste departamento. Se você optar por ficar conosco um pouco mais, verá o que quero dizer. Creio que achará bastante... esclarecedor.

Se você optar. Era um modo interessante de dizer. Será que ela tinha alguma escolha?

- O quanto você sabe sobre este navio? - perguntou o capitão.

- Muito pouco. Queria sair da minha cabine, mas Lorcan não deixava.

- Talvez ele estivesse de fato sendo um pouco protetor demais, mas estava pensando no seu bem.

- Então eu estou correndo perigo.

- Uma recém-chegada costuma provocar interesse.

Ela não sabia exatamente o que ele queria dizer, mas algo no tom de voz a fez interromper essa linha de perguntas.

- Você é naturalmente curiosa, não é? - perguntou o capitão depois de umtempo. - É o que eu imaginava. Uma criança inteligente como você jamais se contentaria em permanecer trancada numa cabine, sozinha.

Vampiratas - Demônios Do OceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora