Lobo Branco - Geraskier

Capítulo 3

Geralt não tenta fugir dele na manhã seguinte. Na verdade, ele acorda e encontra o bruxo pairando perto dele, observando pacientemente enquanto ele se agacha na ponta dos pés, as garras batendo na pedra.

- Oh, bom dia! - Jaskier se empurra para fora da árvore em que estava apoiado.

- Hm - Geralt grunhe de volta para ele e o som o atinge bem no peito, agradável e feliz .

- Você esperou por mim, meu querido bruxo - Jaskier o provoca, esticando os pés enquanto ele se apressa para onde Roach está, com a tacha preparada nas costas.

- Você está com frio. - observa Geralt, colocando-se de pé. Ele estica as pernas e Jaskier quase cai para trás de surpresa quando estende suas pernas inteiras. Ele sabe que Geralt é alto, mais alto do que ele e mais alto do que a maioria dos homens, mas com as articulações dos tornozelos estendidas, ele fica quase trinta centímetros acima de Jaskier, para depois cair para o confortável meio pé quando ele relaxa as pernas, dando um passo em direção a Jaskier para inspecioná-lo.

- Sim, suponho que precisarei de algo mais quente se quiser me aventurar com você nas florestas - Jaskier diz, embora ainda esteja ligeiramente atordoado. Em parte devido à repentina mudança de opinião de Geralt, esperando por ele dessa vez, e em parte devido à altura impressionante.

- Oxenfurt fica bem perto, não é? Você poderia me acompanhar? Se quiser, é claro.

Geralt faz uma careta infeliz e Jaskier põe a mão em seu ombro, atraindo sua atenção.

- A menos, é claro - Jaskier sugere levianamente – que você prefere que eu compartilhe com você nesse seu pequeno saco de dormir. Parece muito aconchegante, embora eu não imagine que nós dois vamos caber, um bruxo alto e musculoso como você...

Geralt gira então nos calcanhares e os conduz na direção de Oxenfurt.

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Jaskier afunda na cama com um longo suspiro, felizmente abafado pelo colchão irregular.

Geralt paira atrás dele, olhando para a cama de solteiro, e decide rapidamente se dirigir à lareira. Era o único quarto disponível em curto prazo, em Oxenfurt, as estalagens eram tão movimentadas e agitadas quanto as ruas, e Geralt ficou feliz em tomar a palavra, mesmo que dividisse sua moeda igualmente com Jaskier pelo quarto. No mínimo, a moeda era boa o suficiente para dar a Roach um lugar protegido para ficar, nos estábulos anexos ao prédio.

- O que você está fazendo? - Jaskier estica o pescoço de onde desabou na cama, os braços ainda carregados com as compras do dia, presos às mãos.

As mãos de Geralt estão em seu saco de dormir, pronto para desempacotá-lo, e Jaskier imediatamente conecta as peças.

- Oh, não seja bobo Geralt - Jaskier se contorce de debaixo das sacolas de roupas e dos suprimentos para encontrar Geralt olhando para ele com aquela expressão inocente que ele costuma ver, aquela em que ele não sabe bem o que fez de errado. O tom de Jaskier fica mais suave enquanto ele dá um tapinha na cama. - Venha, podemos compartilhar.

Geralt olha para a cama, semicerrando os olhos enquanto franze a testa.

- Não se preocupe, meu querido - Jaskier provoca, inclinando-se para frente - Tão bem quanto você, posso manter minhas mãos para mim mesmo.

Geralt se vira bruscamente, ninguém nunca o chamou de “Querido” e por que o fariam? Ele é horrível, como um vira-lata meio lobisomem andando entre as pessoas, como se ele fosse um deles. Jaskier não parece pensar assim, quando empurra suas coisas de uma vez só no chão (poupando sua caixa de alaúde, que ele já colocou ordenadamente na mesa de cabeceira) e estende o braço de Geralt, puxando-o para ficar de pé .