Tudo aconteceu no meio da madrugada o telefone tocou e vários minutos se passaram com minha mãe discutindo com a outra pessoa que estava ao telefone com ela, era uma língua totalmente desconhecida para mim, deduzi que estavam discutindo porque minha mãe estava exaltada e falando muito alto, nossos vizinhos devem ter ouvido também, pensariam que somos loucas. Escutei ela desligar o telefone sem fio e jogar contra alguma coisa, estava furiosa, ainda dizia algumas coisas na língua estranha que antes falava ao telefone como se estivesse discutindo com si mesma.
Escutei seu passos vindo em direção ao meu quarto e fechei meus olhos tentando relaxar o máximo possível para passar um impressão de que estaria dormindo e não tinha ouvido nada."Querida".Mamãe bateu na porta e entrou."Acorde,precisamos conversar".senti suas mãos me chacoalharem levemente. Me virei lentamente abrindo os olhos com preguiça.
"Aconteceu algo mamãe?"perguntei olhando seu rosto cansado e abatido por algo.
"Teremos que viajar,aconteceu um imprevisto na minha família"ela suspirou e coçou as têmporas claramente nervosa"Minha presença está sendo solicitada e não estou em posicionamento de negar" ela estava abalada conseguia ver de longe o quanto isso estava abalando ela.
"Tudo bem" sorri tentando passar algum conforto a ela" Quando iremos?" ela abaixou os olhos os fechou com força, soltou um longo suspiro e olhou novamente para mim.
"Agora" meu semblante foi de dez a zero em menos de segundos" Sei que é muito para você digerir, irei te atualizando aos poucos,prometo" ela beijou minhas mãos e olhou ternamente para mim"Comece a arrumar suas coisas, saímos em uma hora" a ternura havia acabado e ficado minha velha mãe de sempre, calculista com tudo.
Ela saiu do meu quarto e eu me levantei chutando as cobertas com raiva, gostaria de saber quem ligou no meio da madrugada fazendo minha mãe querer sair as presas, puxei minha velha mala de viagem e a abri sobre a cama, não sabia quanto tempo iriamos ficar então tudo o que eu queria levar eu coloquei na mala, desde roupas de verão,roupas de frio e até mesmo as de festa. Meu destino não era conhecido por mim, então imaginei de tudo um pouco para o lugar que iria.
Quando terminei havia três enormes malas prontas, talvez não precisaria de tudo isso, mas mamãe não disse nada sobre quantidade. Uma hora havia se passado após a ligação que nos deu um solavanco enorme em nossas pacatas vidas, estávamos dentro de um carro particular que a família de mamãe havia mandado, alguns minutos depois chegamos em um lugar particular onde um jatinho nos aguardava."Tome isso" mamãe me entregou comprimidos e uma garrafa de água. "Sei como tem medo de altura, vai te fazer dormir" Estava tão abalada com tudo que houve que quando mamãe me disse sobre o jatinho não havia pensado nessa questão.
"Obrigada" abri a garrafa e coloquei os comprimidos na boca os engulindo com a água. Fomos em direção ao jatinho e entramos.
"Preciso passar algumas coisas sobre minha família"seus olhos me estudaram por alguns segundos, ela continuou" Em primeiro lugar me chame de Enna e não mamãe, jamais desafie algum deles, não encare direto nos olhos, não se misture ou saia com eles,fique longe da floresta e se escutar barulhos na casa ou na floresta,ignore..." não terminei de ouvir o resto pois meus olhos pesaram tanto que eu adormeci.
(...)
Acordei com um solavanco e vi que estávamos em outro carro,mamãe falava ao celular em sua língua estranha, meus olhos estavam se ajustando a claridade, afinal havia amanhecido já. Meus olhos captaram uma placa que dizia Bem-Vindo a Big Moon, revirei meus olhos, que originalidade. Mamãe passou todo o caminho em seu celular falando em sua língua que eu não sabia o que era nem a,b ou c, atravessamos um portal que dizia "reserva".
Alguns minutos depois entramos em uma rua de terra, eu já conseguia ver de longe a imensa casa que nos aguardava, mamãe desligou o celular, suas mãos tremiam e ela balançava sua perna a todo segundo. Paramos em frente a porta onde algumas pessoas no aguardava, mamãe saiu e foi em direção a um homem alto e forte só pude deduzir sua idade por seus cabelos brancos."Alexander" mamãe ficou de joelhos beijou sua mão e mostrou seu pescoço,enquanto eu olhava aquilo incrédula. Alexander passou a mão em sua cabeça e ela levantou.
"Enna" eu não gostei a maneira que ele pronunciou seu nome, foi áspero" Venha criança e deixe-me vê-lá" depois de alguns segundos percebi que seus olhos acinzentados estavam postos em mim. Ainda estava dentro do carro,sai com todos os olhos postos em mim.
"Olá" eu disse simplesmente, me recuso a fazer o que minha mãe fez, jamais me submeteria.
"Madelline" meu nome saiu amoroso de seus lábios e senti um enjoo se formando"Minha primeira neta"ele sorriu predatoriamente e eu odiei aquilo, ele não poderia ser meu avô materno, Alexander não parecia tão velho a esse ponto.
"Enna" uma mulher igualmente a minha mãe foi em sua direção aos prantos" Graças a Deus você está aqui, não iria suportar sem você" ela chorou enquanto abraçava minha mãe.
"Vamos descobrir o que houve" minha mãe disse enquanto passava as mãos no cabelo da mulher" Prometo para você irmã que acharei o culpado" a mulher se pos a chorar mais ainda agarrando minha mãe. Olhava tudo me sentindo mais deslocada que o habitual , nunca me sentia confortável em lugar algum.
"Resolveremos os assuntos lá dentro" dei um pulo com a voz extremamente grossa de Alexander.
Todos seguimos Alexander para dentro da enorme casa, era igual a uma casa de campo, porém imensa. Entramos e a porta foi fechada em um estrondo atrás de nós, desde o segundo que pus meus pés aqui senti minha nuca formigar e a última vez que isso aconteceu consegui fugir de uma colega de classe que queria me bater. Mamãe havia sumido com sua irmã e junto Alexander, estava sozinha e mau havia notado, a casa estava em silêncio como se ainda estivesse dormindo.
Estava cansada e queria uma cama e um bom chuveiro,subi as escadas sem me preocupar se podia ou não, chegando no segundo andar me deparei com um corredor gigantesco cheio de portas."Senhorita" dei um pulo levando a mão ao coração, me virando vi um senhora vestida com o uniforme chique e com o brasão da família"Me siga,mostrarei seu quarto" sem dizer uma palavra a segui pelo corredor cheio de portas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Primeira Raça
WerewolfAcredito que em algum momento em sua vida você ouviu falar em "Lobisomens" principalmente pelos antigos. Um ser poderoso que a humanidade acreditava não existir, os que souberam de sua existência já não estão entre nós, uma sociedade que vivia p...