A casa demorou horas para ficar em silêncio, as pessoas dessa casa eram tão barulhentas e enérgicas que só de ouvi-las fazer todo esse barulho me sinto exausta. Estava desfazendo as malas quando encontrei meu celular no fundo da mala completamente esquecido, fazia algumas horas que não via mamãe.
"Olá mamãe, como está??" Aperto em enviar e aguardo sua resposta, alguns minutos depois e nada.
Largo o celular em cima da cama e termino de guardar as roupas no pequeno closet embutido, já estava vestida com meus habituais pijamas quando decidi que estava na hora de dar um tempo para meu corpo e cérebro, me deito e puxo as cobertas sobre a cabeça, o sono aos poucos vem me embalando e o recebo de bom grado.
(...)
Acordei assustada com o barulho gigantesco no andar de baixo e até mesmo fora da casa, olhei para o relógio digital ao meu lado e vi que eram só duas e meia da madrugada, chuto as cobertas e vou em direção à janela que dava vista para frente da casa, alguns garotos andavam de um lado para o outro, no escuro, como eles estavam sabendo para onde ir, tinha pequenas luzes na frente que me fazia ver apenas suas silhuetas. Tinha uma agitação fora do normal, até mesmo pra mim que havia chegado agora estava vendo que aquilo não era a agitação "comum"deles.
"Socorro" escutei um grito feminino desesperado, não tinha certeza se ela estava fora de casa ou dentro.
Achei meu celular no meio das cobertas e liguei a lanterna, agradeço por não tê-lo usado durante o dia e ter a bateria quase completa. Abro a porta do meu quarto com cuidado para não fazer barulho, a porta de Reyfe estava fechada provavelmente estava dormindo e não deve ter ouvido a voz feminina, atravesso o longo corredor tomando cuidado com meus passos e evitando de por todo o peso nos pés para não fazer barulhos. Chego na escada e sinto o calafrio na espinha se espalhar pelo corpo, mamãe havia dito para ignorar os barulhos porém é tão difícil quando se é uma presença feminina que pede ajuda.
Não estava confiante em descer as escadas e procurar a dona do pedido de ajuda, aquilo estava soando tão errado,algo dentro de mim dizia para ir dormir e esquecer o que eu ouvi, porém o peso na consciência de saber se ela estava bem ou não me tiraria o sono pelo resto da madrugada. Com um suspiro pesado comecei a descer a escada de madeira tentando ao máximo não fazer a escada ranger com meu peso e me denunciar, por algum motivo eu sabia que não deveria estar ali e eu estava.Cheguei ao fim da escada e olhei para ambos os lados sem saber se eu saia ou olhava primeiro dentro da casa,um barulho alto veio da cozinha, fui em direção a cozinha tomando cuidado para mim não cruzar com ninguém durante o caminho. Chegando lá vi Caius afiando algumas facas e assobiando despreocupadamente, eram facas enormes como vi no barracão onde estavam com os alces, desliguei a lanterna do celular pois a cozinha era o único comodo com luz e eu não queria chamar atenção para mim.
Caius saiu pela porta dos fundos e eu decidi segui-lo, estava sendo muito imprudente me intrometendo assim, porém o que eles estavam fazendo em plena madrugada com pedidos de socorro. Sai sorrateiramente pela porta de trás andando por meio de arbustos e alguns objetos que foram largados pelo caminho. Caius abriu a porta do barracão."Socorro" a voz feminina gritou de novo dessa vez eu sabia de onde vinha, meu Deus ele iria matá-la com aquelas facas,que tipo de família é essa.
Não conseguia me mover, estava congelada no lugar e sentia as partículas do meu corpo gritarem para sair dali e não ser a próxima a ser morta por aquelas facas. Reyfe apareceu a poucos metros de onde estava escondida com outro garoto, ele não estava dormindo.
"Temos um problema" sua voz apresentou um tom de desespero" Madelline não está em sua cama" choque me bateu quando vi que ele tinha ido atrás de mim e não havia me encontrado. Portanto Reyfe estava imaginando que caso eu visse ou ouvisse algo deveria ser morta como a voz feminina que gritou.
"Olhe melhor, a casa é imensa" o rapaz mandou, Reyfe virou em seus calcanhares e deu a volta na casa, o garoto que falava com ele entrou no barracão.
Automaticamente sai correndo para entrada traseira que dava na cozinha, entrei cuidadosamente e fechei a porta com o mínimo de silêncio, meus pés correram dentro da casa e eu parei en frente a um armário,acendi a pequena luz e vi um kit de primeiros socorros, assim que o puxei Reyfe surgiu em meu campo de visão, tinha que acalmar meu corpo e respirar calmamente.
"Madelline" ele me chamou" Está machucada?" rapidamente Reyfe estava parado ao meu lado observando cada parte de meu corpo.
"Não consigo dormir" disse com uma voz exagerada de sono" Tem algo em meus olhos" choraminguei fingindo um desconforto. Reyfe puxou meu queixo me fazendo olhá-lo e eu estava ali fitando seus belíssimos olhos um de cada cor.
"Deixa eu dar uma olhada" sua respiração batia em meus lábios, tão perto" Estao um poucos vermelhos" Reyfe pegou o kit e tirou de lá um colirio, pingou duas gotas em cada olho me fazendo piscar,meus olhos se acalmaram e eu pude ver claramente como ele era tão perfeito.
"Você é tão lindo" sorri me sentindo entorpecida pela sua aparência" Odeio o poder que você tem sobre mim Reyfe" as palavras simplesmente saiam de minha boca sem pudor, me sentia bêbada e feliz, pronta para fazer o que ele quiser.
"Madelline" Reyfe gemeu olhando para meus lábios" Não podemos cruzar essa linha" Reyfe estava em uma batalha interna e eu queria que ele cruzasse a linha.
"Por favor" choraminguei" Cruze a linha" supliquei me sentindo entorpecida por seu cheiro delicioso.
"Não faça isso comigo" senti ele tocando minha nuca me aproximando mais de seus lábios, fechei os olhos e fiquei esperando se aproximar mais,abri meus olhos e olhei diretamente para ele, suas pupilas estavam dilatadas era tão fascinante" Durma Madelline" em um piscar tudo estava escuro.
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Primeira Raça
Manusia SerigalaAcredito que em algum momento em sua vida você ouviu falar em "Lobisomens" principalmente pelos antigos. Um ser poderoso que a humanidade acreditava não existir, os que souberam de sua existência já não estão entre nós, uma sociedade que vivia p...