᭝ 🪐ꯩꦿ┋bônus¹ - ghostin

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Alguns anos depois...

Estou sentado no parapeito de um prédio. Estou fumando um cigarro, enquanto observo o dia cinza de Londres. Todos os dias parecem o mesmo agora que estamos no inverno. Eu até gosto.

Hoje é uma data complicada pra mim. Fazem três anos desde a morte da S/n. Eu tenho contado cada dia, como se ela ainda fosse voltar. Sei que ela não vai. Já aceitei isso. Mas também não foi um processo rápido, eu levei meses pra aceitar. Muita terapia e muitos cigarros.

Eu também demorei para compreender que aquilo era o melhor para ela. Demorei para raciocinar que tudo o que ela passaria se estivesse viva, não a faria bem.

Nos primeiros meses eu chorei e lutei contra tudo o que as pessoas diziam sobre ela. Eu quis morrer com ela. Três meses foram de total dor e sofrimento. Eu não podia aceitar que ela havia partido.

Eu não podia pedir por um amigo melhor que Josh. Ele esteve ao meu lado e me salvou, como todas as vezes, quando eu me perdia nas bebidas. Ele já me pegou parado em uma janela, ele já me impediu de encher a banheira, de usar uma faca para cortar um simples pão e uma vez me impediu de fazer minha própria barba.

De repente, eu me tornei uma criança outra vez. Qualquer pequena coisinha se tornava perigosa na minha mão. Ele foi a pessoa que serviu para me dar um choque de realidade. Ele gritou comigo naqueles dias em que eu queria ser surdo. Me disse que ela nunca mais voltaria e que eu não podia parar minha vida por ela. Que eu não poderia agir como um suicida por ela. Ele tinha razão.

Se S/n estivesse viva, ela não iria querer o meu bem? Ela não iria querer que eu seguisse em frente? Bem, foi exatamente o que eu fiz.

No ano em que ela morreu, na noite de Natal, eu conheci Daniella Perkins. Nós dois estávamos passando por momentos difíceis e nada melhor do que a dor para juntar a vida de duas pessoas.

Com o tempo, nós dois fomos alimentando um amor que nem sabíamos que existia e quando aconteceu... Ah, quando aconteceu! Foi uma das melhores coisas que senti depois da S/n.

Eu não amei Daniella desde o primeiro segundo em que a vi. Eu aprendi a amá-la e ela também. Acho que se tornou confortável. Ela sabia que eu estava ali pra ela, da mesma forma que eu sabia que ela estava ali pra mim.

Eu não sei quando nós decidimos que íamos casar, mas eu acho que aconteceu. No dia do meu casamento, nada tirava a imagem da S/n no rosto de Daniella. Era pra ser ela ali. Aliás, eu prefiro pensar que ela não partiu totalmente. Uma parte de mim ainda alimenta sua imagem com lembranças e pequenos gestos que me marcaram.

Eu posso jurar que, as vezes, consigo vê-la andar pela casa, me observar, sorrir para mim, e as vezes até me tocar. Mas por que ela faria isso? Bom, ela não faria. Ela está morta.

𝗥𝗘𝗔𝗗 𝗠𝗬 𝗟𝗜𝗣𝗦 ─ 𝗻𝗼𝗮𝗵 𝘂𝗿𝗿𝗲𝗮 (✔︎)Onde histórias criam vida. Descubra agora