Bonjour

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Estou novamente chegando na cidade do amor sozinha, mas seguindo o meu maior sonho com a moda

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Estou novamente chegando na cidade do amor sozinha, mas seguindo o meu maior sonho com a moda. Tenho um desfile importante para fazer e passeios para me inspirar em novos desenhos.
Minhas noivas estão indo a loucura com a minha viagem, mas o meu ateliê continua aberto enquanto estou fora, cada uma delas teve que esperar uma fila se quisesse um vestido assinado por mim.
Trabalhei dia e noite, inclusive aos finais de semana para conseguir seguir o meu sonho de ser uma grande estilista, consigo sustentar meu pai que ficou viúvo quando eu tinha apenas 10 anos.

Jorge Parks criou uma adolescente sozinho. Trabalhou como padeiro na pequena cidade de Alexandria em Washington, pagou meus estudos e agora posso dar uma vida confortável para ele.
Vivemos em uma cobertura em Milão, a cidade da moda sempre foi o meu sonho de moradia.
Me mudei pela oportunidade única de conseguir abrir o meu próprio espaço, agora a Via Monte Napoleone tem um pedaço do meu esforço, um lugar que posso chamar de meu.

Deixei reservada a mesma suíte de sempre, da minha janela a torre me diz "Bom dia", meu caderno de desenho está no canto me lembrando que minhas inspirações para a nova coleção vão surgir aqui nesse quarto de hotel.
Meu celular se acende com uma mensagem da minha secretária Mary, me lembrando sobre acertar os detalhes para o desfile de amanhã, dou uma simples resposta e volto a tomar meu chá enquanto admiro a paisagem.

Como uma explosão de criatividade pego minhas habituais calças pretas e o primeiro táxi que passa na minha frente. O meu destino foi o jardim das Tulherias, calmo, com uma grama verde e a visão para alguns prédios antigos e suas arquiteturas medievais. Me sentei na grama e coloquei meu caderno de desenho, logo comecei a fazer um croqui, mas o resultado não foi dos melhores.
Arranquei a página e a deixei ao meu lado começando novamente um novo vestido, mas agora em tons de verde pastel para aquelas que querem sair do convencional.

Um vento atrapalhou o meu desenho me fazendo borrar, ao mesmo tempo a folha solitária que estava ao meu lado saiu voando. O desenho não estava dos melhores, mas a ideia seria aproveitada, então me levantei o mais rápido que eu pude para pegar a folha voadora.
Antes que eu pudesse começar a correr o desenho ficou agarrado em um arbusto ao lado de um homem que usava óculos escuros, me aproximei silenciosamente, mas ele percebeu e olhou em direção a folha pegando-a.

"Cette feuille est-elle votre logeuse?"-Me pergunta.

"Désolé, mais je ne parle pas français"-Uso o máximo de francês que eu sei.

"Americana?"-Pergunta.

"Está tão na cara assim?"-Faço uma careta.

"Um pouco"-Faz um gesto.-"Gostei do desenho"-Olha a folha antes de me entregar.

"Obrigada"-Pego a mesma de volta.

Ele levantou os óculos me deixando surpresa com seus olhos verdes. Ele deu um sorriso tímido e eu apenas sorri de volta antes de voltar a me concentrar nos meus desenhos.
Dei uma leve olhada para trás e vi que ele estava lendo, a capa mostrava o livro de Shakespeare "Romeu e Julieta". Lembro quando meu pai me fez ler esse livro justificando a escolha do meu nome, as palavras difíceis me intrigavam a cada página e me fizeram me apaixonar pela escrita.

Era o livro favorito da minha mãe...

O horário fez com que eu me levantasse para ir até o meu atelie improvisado em Paris. Os tecidos estão espalhados e Mary andando de um lado para o outro no telefone, ela parou e correu assim que me viu com uma expressão aliviada ao mesmo tempo.

"Julieta"-Fala aliviada.-"Você não atende o celular"

"Eu estava ocupada"-Justifico.

Mary não fez mais perguntas, apenas ficou revisando cada uma das peças comigo. Eu dei tudo de mim nessa coleção, ela tinha que vir para Paris e deixar as mulheres enlouquecidas com uma pitada de vontade de se casarem.
Foram as peças que eu mais demorei e uma delas foi inspirada no vestido de casamento da minha mãe, ele está perfeito do jeito que eu sonhei, eu preciso batizar cada um dos meus vestidos e esse se chama Elizabeth.

Me sento na mesa redonda de madeira e Mary coloca várias telas na frente, ela se embaralha nas palavras e eu só consigo parar o que estou fazendo e encara-lá, ela está revisando todos os convidados como se eu fosse lembrar de algum, dizendo a ordem das modelos como se eu me importasse quem irá entrar primeiro.
Ela percebe e para no instante que iria continuar, vendo a minha expressão de tédio e entende que eu não vou lembrar de nada, apenas volta a andar pelo local vendo se alguém precisa de ajuda.

Desfiz algumas costuras e pedi para que fizessem outras, quando me dei conta a escuridão tomou conta do céu e as estrelas iluminam a rua. Apago a última luz do ateliê e sigo andando pelas ruas procurando um restaurante que me interessem, mas um pequeno mercado me chamou atenção pela imensidão de queijos que possuía, o rio Sena está movimentado com pessoas sentadas a sua margem.
Comprei um queijo e uma garrafa de vinho, desci as escadas e me sentei a beira do rio vendo barcos passando, pessoas correndo e casais apaixonados.

Abri a minha bolsa e revisei alguns convidados do desfile, realoquei alguns lugares e alcancei meu celular para enviar uma foto para o meu pai.
Me levanto juntando minhas coisas, as ruas estão movimentadas pelos desfiles que irão acontecer, passo por uma das bibliotecas mais bonitas de Paris Bibliothèque Mazarine, admiro sua entrada e tenho a leve impressão que aqueles caracóis que estão saindo pela porta acompanhado já foram vistos antes.
Como se fosse um déjà vu...

Volto para o hotel, tento tomar um banho para relaxar, mas a ansiedade não me deixa descansar. Pego o meu caderno e encontro a folha solta com um vestido que não me agradou tanto, apago a finalização sereia do vestido e começo com algo mais fluido, como caracóis que estão na minha mente com aspecto macio atraindo as noivas a colarem as mãos e se sentirem nas nuvens.
A claridade começa a tomar conta do meu quarto, abro as janelas e o armário tendo a visão da minha escolha para o dia de hoje, é o meu dia de brilhar e preciso que as atenções sejam todas minhas...

Elizabeth, foi o vestido escolhido, clássico, rendado e muito bem acabado ele será um choque diante de todos os meus vestidos.
Inspirado no vestido de casamento da minha mãe, algo que devia ser recatado e clássico naquela época, o véu demorou três meses para ser confeccionado e eu não poderia deixar de colocá-lo para que a minha mãe sinta como eu ficaria de noiva, já que ela não terá essa chance.

 Inspirado no vestido de casamento da minha mãe, algo que devia ser recatado e clássico naquela época, o véu demorou três meses para ser confeccionado e eu não poderia deixar de colocá-lo para que a minha mãe sinta como eu ficaria de noiva, já que...

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Novo ano, nova história...

Espero que o ano de vocês tenha começado tão bem quando o meu!

Espero que gostem da nova história!

Até breve...

XOXO

Charmed • hesOnde histórias criam vida. Descubra agora