Capítulo 4

3.9K 227 325
                                    

— Pai, onde o senhor vai? — perguntei, descendo as escadas enquanto cruzava os braços e arqueava a sobrancelha. Eu já sabia muito bem a resposta, mas a provocação era irresistível. — Todo arrumado, bonitão...


— Eu e sua mãe vamos sair — respondeu ele, me dando um beijo rápido na testa. Eu não chamava a Hayley de mãe, nunca chamei, e nem sei o porquê. Ela era, sim, uma figura materna para mim, mas essa palavra parecia travar na minha garganta. Meu pai sempre respeitou isso, e continuava chamando-a assim por mim.

— Ah, então é um encontro romântico! — soltei, dando um sorriso malicioso.

— Não é um encontro — ele rebateu rapidamente, mas o tom entregava.

— Ah, claro... porque preparar uma surpresa para a Hayley e estar assim, todo engomado, não grita "encontro"! — continuei, apontando para ele de cima a baixo. 

— Vão pra onde? — perguntei, tentando arrancar mais informações.

— Eu preparei uma surpresa e... — Ele parou, porque, naquele exato momento, Hayley desceu as escadas. O "e..." ficou no ar. Todo o resto perdeu a importância. 

Ela estava... deslumbrante. Vestido longo azul-escuro, algo tão raro de vê-la usando que me fez arregalar os olhos. 

— Uau! — Eu e meu pai dissemos em uníssono, como se tivéssemos ensaiado. 

— Vocês estão exagerando — respondeu Hayley, rindo, mas claramente adorando a atenção. 

— Exagerando? — Cruzei os braços e a encarei com falsa seriedade. — Hayley, você acabou de redefinir o significado de "espetacular". 

— Minha princesa sempre tão doce... — disse ela, descendo até mim e beijando o topo da minha cabeça. 

— Pai! — chamei, cutucando o braço dele. Ele continuava parado, com os olhos fixos nela. — Diz alguma coisa, por favor! Qualquer coisa! 

— Estou tentando... — murmurou ele, balançando a cabeça como se estivesse em transe. — Mas nem as palavras mais bonitas do mundo seriam suficientes para descrever você. 

Hayley riu e fez algo que me surpreendeu: deu um leve soco no ombro dele, brincando. 

— Pare com isso, Elijah! Vai acabar me deixando convencida. 

— Convencida? — Ele arqueou as sobrancelhas e segurou a mão dela com delicadeza. — Meu objetivo é exatamente esse. 

Ah, eu estava derretendo. Era tão bonito que chegava a ser irritante. 

— Ok, ok, Romeo e Julieta, podem parar! — interrompi, fingindo tédio. — Vocês estão deixando o ambiente muito meloso. 

— Está com ciúmes, mocinha? — Hayley perguntou, me lançando um olhar divertido. 

— Eu? Não! — recuei, erguendo as mãos. — Só estou tentando evitar que vocês me façam chorar de novo. 

— Desde quando você anda tão sentimental? — perguntou meu pai, rindo enquanto fazia um carinho leve no meu rosto. 

— Desde que vocês começaram a competir para ver quem é mais apaixonado — retruquei. 

Fruto proibido | { Klaus Mikaelson } Onde histórias criam vida. Descubra agora