Capítulo Único

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Essa é uma fic em homenagem ao aniversário do personagem mais amado do meu coração, Feliz Aniversário Kaiser!

Também é parte do projeto para a #BoloDoKaiser no Twitter.

Atenção: a história contém descrições de comportamentos típicos de sintomas de >depressão<, então deixo isso bem reforçado caso seja um assunto extremamente sensível para você.

É isso, boa leitura!


Aquele era um dia ruim, todos da casa sabiam.

Kaiser não havia se levantado da cama e já era fim de tarde. Arthur e Ivete conheciam o hacker o suficiente para saber quando ele se encontrava em um péssimo dia, quando a depressão e a ansiedade eram tão intensas que não o permitiam sair do quarto, nem mesmo para comer ou ir ao banheiro. Kaiser tinha esses dias, e sempre eram de partir o coração dos dois Abutres. Eles tentavam, mas dificilmente conseguiam tirar alguma coisa do de cabelos negros que não fossem murmúrios baixos e fracos.

Tinham conhecimento, pelas atitudes de Kaiser, que ele estaria enfrentando um momento ruim. Contudo, apesar da tristeza de ver sua família mal e não poder fazer nada, eles resolveram ao menos tentar. Podiam fracassar, mas não deixariam o hacker sofrendo sozinho; afinal, é isso que uma família faz, certo? Por isso, Arthur pegou o celular e ligo para uma pessoa que ele sabia que também poderia ajudar.

Joui chegou vinte minutos depois, os cabelos bagunçados pela correria e pela pressa em ver o amigo. Os três juntaram as mãos e começaram a trabalhar.

Arthur havia pesquisado algumas receitas na internet de como fazer yakisoba e Ivete já tinha passado no supermercado para comprar todos os ingredientes necessários. Eles sabiam que era uma das comidas preferidas de Kaiser, por isso se esforçaram muito para que a refeição ficasse perfeita. Porém, apesar da dedicação colocada na tarefa e os conhecimentos do asiático, acabaram por queimar o macarrão e amolecer os vegetais. Suspiraram pelo resultado falho, chegando à conclusão de que seria melhor encomendar a comida de algum restaurante próximo.

Dessa forma, Ivete e Joui prepararam as bebidas e a sobremesa, enquanto Arthur alugava o filme favorito do melhor amigo na televisão da sala de estar. Quando tudo estava pronto, decidiram que era hora de chamar o hacker e fazer a parte mais difícil: convencê-lo a sair do próprio quarto.

Deixaram este trabalho para Arthur, já que o músico possuía mais jeito para conversar com o mais velho. Assim, ele bateu na porta do irmão de consideração, ouvindo um sussurro como resposta. Abriu a maçaneta lentamente, os olhos heterocromáticos extremamente atentos aos movimentos de dentro do cômodo. Quando adentrou o local, percebeu que Kaiser permanecia deitado na mesma posição em que estivera o dia inteiro. Uma feição triste cresceu no rosto de Arthur, aproximando-se do amigo com cautela.

— Kai?

Outro murmúrio.

— Posso te tocar?

Dessa vez, recebeu apenas um aceno de cabeça positivo. Arthur levou a mão até o ombro de Kaiser, apertando-o com carinho e um pequeno sorriso no rosto. O músico se sentou na beira da cama do amigo, observando as costas do mesmo enquanto fazia singelas carícias nos fios de cabelo negros. Respirou fundo, antes de se pronunciar:

— Eu, a Ivete e o Joui fizemos umas coisas para você, pode vir até a sala? — perguntou com calma, mantendo o cafuné que realizava.

Viu o hacker se encolher no próprio corpo, abraçando os joelhos e curvando as costas. Arthur desfez o sorriso, voltando à expressão de tristeza e incerteza. Ele passeou com os olhos pelo quarto do amigo, tento uma ideia repentina. Arthur se levantou e caminhou até uma escrivaninha preta, que ficava debaixo da janela do modesto quarto. Não foi preciso muita atenção para encontrar o que procurava, pegando o conjunto de fotografias com a mão e voltando para a presença de Kaiser. Aproximou-se novamente, agora estendendo as fotos que o outro tanto amava.

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