[Castiel]
Os meus passos ecoem por toda a divisão enquanto forço a minha entrada pela mansão do Baruc. Dois anjos que me tentaram impedir estão caídos no chão, os seus corpos quietos e livres de qualquer vida. Pensei que a minha falta de resposta tivesse sido o suficiente para lhe mostrar que nunca trabalharia para ele, muito menos para cometer a atrocidade que ele trama em fazer-me cometer. Nunca irei fazer mal algum ao Céu, não depois de todas as tentativas que fiz em ajudá-lo e acabei sempre por o piorar. E isso colocou-me numa situação complicada, uma situação a que já deveria estar habituado em ser colocado, mas sou sempre apanhado despreparado para a enfrentar. Salvar o Dean ou Salvar o Céu. Medindo as coisas, a jogada sobre o Dean poderá ter sido um bluff por parte do Baruc, porém o risco de ser uma real ameaça é elevado. Por outro lado, não é só o Céu que está em causa, mas sim toda a existência, toda a vida existente em toda e qualquer dimensão conhecia. E isso assusta-me como nada me assustara desde a guerra entre os Arcanjos e a Escuridão.
Por isso, fiquei perdido nas suas decisões durante tantos dias. Baruc dera-me dois dias para pensar numa resposta, já passaram oito. O medo de uma má decisão fez com que não tivesse decidido nada. Era a vida do Dean, e também a vida de biliões, em jogo. O impulso de ligar ao Sam quase me ganhou muitas das vezes, e quase pressionei "chamar" para lhe contar tudo. Contudo, não posso fazer isso... Apenas iria instalar preocupação e receio e o Sam iria contar ao Dean o que se poderia passar com ele e isso não é uma boa ideia. O Dean provavelmente encontra-se emocional e fisicamente instável neste momento e eu não posso piorar isso.
A cada passo que dou, mais me dói a cabeça, o som como trovões a invadir a minha mente. Uma energia que não sinto desde... Muito tempo, invade a minha aura e eu tenho que tentar o meu melhor para não me apoderar dela. Não é uma energia boa, um anjo apenas sentindo-a em tempos problemáticos. É uma energia que corrói, polui e é má. Forte, mas mortal. Muitos pensam que foi isso que transformou Lúcifer na abominação que ele se tornou.
O sentimento humano mais próximo dessa energia talvez será o ódio ou a raiva.
Mais dois anjos aparecem de uma esquina, eu cada vez mais perto do corredor que leva ao escritório dele. Ambos a brandir as Lâminas não perco muito tempo em girar a minha na minha mãe, equilibrando-a para a atirar contra o peito de um, e retiro outra do meu sobretudo que pertencera a um dos anjos que padeceram na minha investida.
Lá fora chove torrencialmente, e eu tento não relacionar isso comigo, ignorando o facto de que, quando submetidos a altas ondas de energia, um anjo pode, realmente, influenciar e controlar vários elementos da natureza, como por exemplo, o tempo.
"Leva-me ao Baruc." Digo não receando a proximidade do anjo, o seu ataque cada vez mais iminente. Ele não para a sua caminhada até a mim, então, num piscar dos olhos, um relâmpago soa ilumina os céus, as minhas asas a rasgar as sombras, ameaçantes até para o anjo à minha frente. "Agora."
O anjo para, e por entre os flashes de luz exterior que entra pelas janelas, vejo um corpo delineado à frente de uma porta de madeira maciça.
"Está tudo bem, Emandriel." O vulto diz começando a caminhar. Emandriel pousa a Lâmina, que já estava a meio do ar e desvia-se do meio do corredor, colocando-se de guarda encostado numa parede. "Isto é entre mim e o renegado." Continua a voz ainda na distância e, apesar de nem todos os seus traços serem visíveis, já óbvio quem era. "Estava a ver que nunca mais vinhas... Mas tens sorte que paciência é uma virtude que me foi atribuída."
"Isto para aqui."
Baruc para a alguns centímetros de mim, o seu sorriso cínico visível no rosto pálido pela falta de devida iluminação, "Isto o quê? Ah, espera... Estás-te a referir aos presentes que te tenho mandado ultimamente? Sim, sim... Como eu disse sou paciente, mas também sou sufocante."
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'Til My Last Breath [Destiel]
FanfictionNem sempre somos quem pensamos. Às vezes passamos por coisas que nos mudam ou que mostram a nossa verdadeira face. Não interessa. O que interessa é quem temos ao nosso lado, aqueles por quem éramos capazes de morrer para salvar. Apenas isso importa...