Esperanças falsas do papai

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Zeke abre os olhos lentamente, com dificuldade sobre a luz forte que vinha em seu rosto.

— O que?... — Murmura, em confusão a não conseguir identificar o local em que estava.

— Zeke! — Uma voz um tanto familiar o chama, vindo do outro lado do local.

Era Grisha.

— Zeke! Como você está? — O moreno pergunta.

— Pai?... — Mais confuso ainda estava Zeke, ao ver Grisha ali do seu lado.

— Ah, você não se lembra muito bem, né? — O homem se ajeitou na cadeira ao lado da cama de Zeke. — Você foi atropelado por um carro enquanto andava na rua.

Rapidamente, as memórias daquele dia retornam para Zeke, o que o fez ficar em choque por alguns segundos, afinal, ele sofreu um acidente após ligar para seu pai e desabafar na caixa postal.

— Eu vi a sua mensagem na caixa postal, Zeke. — O moreno o olhou de canto, com uma feição de desgosto em seu rosto. — Sabe... — Ele se levantou da cadeira. — Não entendo o porquê você não gosta de mim. Eu fiz de tudo para ser um bom pai pra você, eu não faço mal a ninguém, Zeke, então, o que fiz pra você?

O Yeager loiro fica calado por um tempo, ele sabia muito bem dos joguinhos de seu pai.

— Você pode ser um bom médico, um bom marido para a Carla, um tio legal, uma pessoa boa, mas você, Grisha, nunca foi um bom pai para mim. — Zeke encara o moreno de olhos verdes, ele tinha ódio em seus olhos, ódio pela maneira em que seu pai o trata, ódio pela maneira que seu pai tenta o manipular. — E as vezes, eu prefiro não existir do que estar ao seu lado, do que viver e ouvir esse tipo de coisa vindo de você, Yeager. — O loiro encarava o pai, ele era valente e forte, mas, estava na cama do hospital. Ele estava mais frágil.

— O que eu fiz pra ser tratado dessa forma, Zeke?

— Bater na mamãe, por exemplo. Você se lembra muito bem desse dia, eu também. — Zeke estava pronto para qualquer movimento de seu pai, mesmo estando em uma cama de hospital isso não o deixou ser intimidado.

— Nunca mais fale sobre isso, Zeke. — Grisha fechou a cara, em desgosto com o rapaz.

— Porque se a Carla ouvir eu vou estragar o casamento de vocês, né?

Grisha estava surpreso com a ousadia do homem, era algo que Zeke não costumava fazer.

O moreno saiu do quarto de hospital, deixando o Yeager sozinho naquela cama e solitária sala.

Ainda com dor, Zeke resolveu fechar os olhos e cochilar um pouco, afinal, não seria legal ele se estressar em uma cama de hospital.

Caindo profundamente no sono, os músculos do corpo do loiro vão relaxando pouco a pouco, a respiração vai se regulando, e a feição do rapaz se torna mais suave.

Entretanto, Zeke sente um leve toque em sua testa, mas ele não conseguia acordar ou reagir. O toque era leve e suave, e foi se aproximando de seu corpo, o envolvendo em um leve e confortável abraço. Logo, Zeke é acordado por Pieck.

— Hey, Zeke. — Pieck susurra, o chamando.

— Hm? — Ele murmura, afinal, havia acabado de acordar — e ainda estava acordando.

— Seu pai saiu puto da sala, está tudo bem? — Ela pergunta, sentando-se do lado do amigo.

— Sim, sim. — Ele responde.

— Certeza? Ando percebendo um certo distanciamento entre você e seu pai, Zeke. Sabe que pode falar comigo sobre o que for, eu vou te ouvir. — A moça é gentil, tentando dar o máximo de conforto e liberdade para o Yeager.

— São problemas com o papai, Pieck. — Ele responde, sentando-se na cama e cruzando as pernas.

— Estou aqui se quiser desabafar, posso tentar te ajudar de alguma forma.

Após alguns minutos de conversa e lanches que a Pieck trouxe escondido na bolsa, Zeke comentou sobre o ocorrido de mais cedo.

— Você que me abraçou, Pieck?

— Ah? Abraço? — Pergunta.

— Quando eu estava dormindo, senti perfeitamente alguém me abraçando. — Ele respondeu.

— E como foi? — Ela questiona, curiosa para saber mais sobre esse abraço.

— Foi bom. — Ele sorri levemente, lembrando da boa sensação de ser abraçado. — Foi confortável, leve, mágico, eu não sei como descrever, até parecia alguém de outra realidade, sabe?

— Sei sei. — Ela sorri, observando o amigo. — Olha, talvez você esteja fazendo sucesso com as pessoas em outra realidade, hein. — Ela ri levemente.

— As vezes seria bom sair um pouco da realidade, né? — Ele ri junto da amiga. — Com isso posso me sentir mais abraçado ao saber que sou o conforto de alguém, que talvez seja de outra realidade. — Os dois amigos riem juntos, era incrível como os dois se completavam e faziam momentos ruins serem boas memórias com muita gargalhada. Eles são ótimos amigos.

AVISO: A todos que passaram por algo parecido, e que estão passando por um momento difícil, saibam que eu torço muito por vocês e que estou orgulhoso de sua jornada. Respire, relaxe, beba uma água, e continue. Você é forte, e eu vejo seus esforços. Beijos na bunda! <3

𝐃𝐀𝐃𝐃𝐘 𝐈𝐒𝐒𝐔𝐄𝐒 ; zekeyeagerOnde histórias criam vida. Descubra agora