10. O que está acontecendo?

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O rosto de Neville repentinamente estava a centímetros do de Hermione e a primeira coisa que ela notou foi o fato de suas íris estarem arregaladas.

O mundo inteiro desapareceu e ela estava consciente apenas da extrema proximidade de um bando inteiro de Alfas, todos se empurrando para tentarem se aproximar dela.

Foi aterrorizante.

Todos eles eram vários centímetros mais altos que ela e muito musculosos. Todos também pingavam suor e feromônios, estavam escassamente vestidos e no rosto de cada um havia uma expressão decididamente selvagem. Ela sentiu um impulso imediato de recuar e fugir, mas um forte senso de instinto agarrou a mente de Hermione. Não corra.

Ela ficou parada, com medo até mesmo de respirar, enquanto eles continuavam pressionando-a cada vez mais. Ela podia ouvi-los respirando e cheirando-a e ela tinha certeza de que sabia como era ser um cachorro. Teria sido quase engraçado, se não fosse pelo fato de eles serem enormes e ela pequena, aprisionada no meio de todos.

Hermione sentiu uma mão roçar seu pulso e se afastou, tentando girá-lo para dentro.

— Você está bem? — Neville rosnou, estudando seu rosto intensamente. Sua expressão lembrava a de Malfoy: enfurecido, predatório e possessivo.

— Eu estou... eu estou bem — ela gaguejou. — Estou bem. Anthony tentou me morder, mas Malfoy chegou aqui a tempo. Estou bem. Não estou machucada.

Houve um grunhido coletivo ao seu redor e Hermione sentiu aquilo percorrer por todo o seu corpo até o couro cabeludo. Ela estremeceu e apertou as pernas.

McGonagall poderia tê-la avisado um pouco mais claramente antes de saírem da sala de aula. Hermione ainda se sentia tensa e excitada por beijar Malfoy e ela poderia dizer que todos os garotos ao seu redor eram capazes de sentir o cheiro; seus olhos estavam escuros e era simplesmente isso o que os impedia de tentar qualquer coisa.

O ar estava tenso, apreensivo e como se aguardasse a violência, caso alguém se mexesse repentinamente.

McGonagall gritava alguma coisa, mas Hermione mal podia ouvir através dos corpos ofegantes e agitados que a cercavam.

Ela os olhou nervosamente e sentiu seu pulso acelerar ao tentar descobrir o que fazer.

— Eu estou bem — disse novamente. Alguém estava cheirando seus cabelos? Sim, alguém atrás dela definitivamente estava cheirando seus cabelos.

Ela encolheu os ombros e tentou fugir, mas não havia para onde correr.

— Eu estou bem — repetiu. — Vocês podem ir. Eu não quis chamar vocês.

Ela sentiu uma mão deslizar ao redor de seu pulso e se afastou, trazendo-o até o peito e pressionando-o contra si mesma. Outra mão acariciou sua cintura.

— Parem de me tocar! — ela rosnou e tentou respirar. O ar estava tão denso de feromônios que era praticamente impossível não se sufocar. Ela queria sua varinha. Estava em algum lugar no corredor, onde quer que Anthony tenha a atacado.

Então ela viu um lampejo de feitiços impressionantes. Vários Alfas, incluindo Neville, caíram. O corredor se dissolveu em caos. Várias mãos grandes agarraram Hermione e começaram a tentar puxá-la em várias direções ao mesmo tempo.

Os professores estavam tentando atordoar os Alfas e os Alfas estavam instintivamente tentando arrastar Hermione para trás deles. Eles não estavam mais conscientes e eram muitos. Uma bruxa não pode ser arrastada protetoramente em várias direções ao mesmo tempo, mas aparentemente os instintos Alfa não possuíam a nuance para compreender isso.

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