32. Meu mundo é só você

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A visão de Hermione se avermelhou completamente. Ela se viu de pé. Tudo o que podia ouvir era sua própria respiração.

Draco se virou bruscamente e seus olhos encontraram os de Hermione.

A mandíbula dela tremia e ela cerrou os punhos enquanto lutava para conter o desejo irresistível de colocar fogo nele e em Astoria. As mesas e travessas de comida tremeram.

Hermione respirou fundo, girou nos calcanhares e saiu correndo do Salão Principal.

O sangue rugia em seus ouvidos enquanto ela corria pelo castelo, de volta ao quarto.

— Destino! — cuspiu a senha e abriu a porta.

Ela invadiu a sala, juntando todos os seus pertences e os jogando em seu baú.

Ela estava – para seu espanto – sem chorar. Depois de uma semana chorando por quase tudo que se podia imaginar, ela não estava chorando por algo que esperava estar histérica.

Em vez disso, sentia-se extremamente lúcida. Seus olhos foram destampados e a realidade se reafirmara; e estava fria e clara como cristal. Chega de ilusões emocionais, hormonais e biológicas.

Ela era uma idiota.

Uma idiota hormonal chorosa, pegajosa.

Isso era extremamente óbvio.

Ela e Draco sempre estariam condenados. Ninguém achava que fazia sentido que eles estivessem juntos. Nem os amigos dela. Nem os amigos dele.

Ocorreram algumas poucas coincidências e ela tinha sido estúpida o suficiente para confundir aquilo com algo sonhador e predestinado.

Claro que seria assim. A biologia tinha feito parecer que ceder era fácil; deixar a razão ir embora e acreditar em um relacionamento co-dependente, onde amarrar a própria magia e emoções às de outra pessoa era algo saudável e romântico. Algo ideal.

A apresentação quisera que ela se apaixonasse, de modo a fazê-la acreditar que sua dependência biológica não era apenas suportável, era o destino. Que Draco não era apenas certo para ela, ele era sua alma gêmea.

Lixo. Tudo aquilo era lixo.

Não existiam almas gêmeas. Isso era apenas um conto de fadas para tornar a indignidade e o horror do fato dela ser fundamentalmente uma égua de cria mágica um sentimento suportável.

Quem se importava com a autodeterminação quando o "destino" vinha com tantos orgasmos?

Ela chutou seu malão e praguejou enquanto colocava uma braçada de livros nele.

A porta clicou e ela se virou para encontrar Draco parado atrás dela.

— O que você está fazendo? — ele perguntou, olhando para seu malão pela metade.

Ele não tinha mais o livro, provavelmente porque o havia deixado com Astoria.

— Estou voltando para a torre da Grifinória — ela disse enquanto se aproximava e pegava uma pilha de roupa que havia chutado para o canto no dia anterior. — Acho que isso faz mais sentido.

— Hermione...

Hermione se afastou dele.

— Eu não quero mais fazer isso. Foi um erro, eu acho. Eu percebi enquanto fazia as malas... que isso foi um erro. Eu não acho ... — Ela abaixou a cabeça e olhou para os sapatos. — Eu não acho que o St. Mungus realmente tenha qualquer intenção de me aprovar, eles provavelmente estão apenas adiando até que eu desista. Então, eu provavelmente deveria escrever para Charlie. Eu não quero continuar fingindo que os fatores biológicos tornam isso realmente... — Sua voz saiu ligeiramente fracionada. — ...real.

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