by Sina| Tudo mudou quando Noah e sua mãe se mudaram para nossa casa. No começo, eu o encarava apenas como um irmão, um novo membro na família. Mas com o tempo, ele começou a deixar claro que o que ele queria comigo ia muito além de um relacionament...
- Agora que já terminamos de comer, se nos dão licença, eu e Wendy vamos subir. - papai disse se levantando - Sina, mostre o quarto do Noah para ele.
- Claro, papai. - revirei os olhos internamente.
Assim que meu pai e Wendy sumiram na escada, fiquei de pé cruzando os braços.
- Você se acha muito esperto, não é? É melhor andar na linha aqui. - saí andando até a escada - Vai dormir aí? - perguntei ao o ver parado perto do sofá.
Volto a subir os degraus e sinto ele vir atrás de mim. Seguimos pelo longo corredor até o quarto que ficava de frente para o meu. Abri a porta e liguei as luzes.
- Aqui é seu quarto. De nada. Tem um banheiro aí dentro e uma sacada. E vê se não me enche durante a noite, ok? - ele continuava me encarando com aquela cara irritante de gente sonsa - Ah, e é melhor que a ceninha de hoje no jantar não se repita, você não vai querer ter problemas comigo.
Ele riu.
Ele riu na porra da minha cara.
- Ai Sina, Sina... - murmurou ainda rindo.
- Qual é a graça? - cruzei os braços.
- Eu não tenho medo de alguém com 1,65 de altura. - bateu levemente na minha cabeça.
- Seu idiota! - tirei a mão dele da minha cabeça e ajeitei meu cabelo - Minha altura não diz nada sobre mim.
- Ah, diz sim. Você não tem credibilidade com alguém do meu tamanho, garota.
- Continue achando isso e veja onde você vai parar. - avisei e entrei na porta da frente, batendo-a com força.
Esse garoto chegou em uma péssima hora. Massageei minhas têmporas enquanto me jogava na cama.
[...]
- Bom dia pai. - falei chegando perto da mesa.
- Bom dia, querida. Coma rápido. - meu pai disse.
Olhei para o lugar que eu sempre me sentava e vi que ele estava ocupado. Tinha que ser.
- Eu que sento aí. - falei entre os dentes.
- Sina Maria. - meu pai me repreendeu.
- Ah, você quer que eu saia, Sina? - me olhou com aquela sua cara de sonso - Eu não sabia, me desculpa.
- Não é necessário, Noah. - papai disse e me olhou, me repreendendo com o olhar de novo.
Bufei ainda de dentes cerrados e me sentei no lugar onde Wendy costuma se sentar. A essas horas ela já deve ter saído para trabalhar.
- Dormiu bem na sua primeira noite aqui, Noah? - meu pai perguntou e ele apenas assentiu - O motorista só está esperando vocês. E por acaso, já estão atrasados, então é melhor se apressarem. Ouviu Sina?
- Sim, papai. - me levantei terminando de tomar meu suco.
Fui até a sala de estar e peguei minha mochila que estava sobre o sofá. Joguei a mochila nas minhas costas e segui para fora de casa. O motorista abriu a porta do carro para mim e eu entrei. Noah veio logo em seguida enquanto tentava arrumar sua gravata do uniforme. O observei pela minha visão periférica. Bufando, ele desistiu de tentar dar o laço e deixou a gravata solta mesmo.
Relaxado de merda.
- Você fez de propósito, não fez? - perguntei com raiva, sem o olhar.
- Não sei do que você está falando, gatinha. - falou sem me olhar também.
- Se sentou na minha cadeira.
- Me erra, garota.
- Então você assume que se sentou na minha cadeira de propósito.
- Me poupe. - finalmente me olhou.
- Eu não ligo. - o olhei - Apenas saiba que tanta provocação leva a consequências.
- Se liga, Sina. Eu cheguei ontem na casa, acha mesmo que sei onde você se senta todos os dias? - travou seu maxilar - Sabe o que eu acho? Que você quer arrumar problema comigo para ir chorar pro seu papaizinho e fazer minha mãe me levar de volta pro Texas só porque você é uma egoísta de merda.
- O que você disse sobre mim? Seu projeto de Ralph.
- Que você é uma egoísta de merda. Uma mimadinha do caralho. - falou na minha cara.
- Quanto palavrão sai da sua boca, hein. Bem coisa de gente do Texas mesmo. - cruzei os braços.
- E você por acaso já conheceu o Texas, garota?
Desviei o olhar respirando fundo. Eu nunca fui pra lá. Era só implicância.
- Não.
- Então cala essa sua boquinha, antes que eu mesma a cale.
- Isso foi uma ameaça? - semicerrei os olhos.
- Entenda como quiser, gatinha. - voltou a olhar para frente.
- Você vai se arrepender disso. - voltei a olhar para frente - É melhor parar com essas suas ceninhas na frente do meu pai e da sua mãe.
- Prove que vou me arrepender. - disse com seu tom de voz desafiador.
Respirei profundamente. Garoto irritante.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
