Prólogo - À deriva de Desistir, but keep going girl

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Honestly

a minha vida e a pessoa em quem busco me tornar ou eu pensara que seria de tal maneira se perdeu nos controles em que eu mesma limitei, for a long time in my life. Eu sei que tudo começou quando abri os olhos e dei um choro aos ouvidos acostumados de minha mãe após cansativos e consecutivos anos de sete gestações. Cresci em uma cidade pequena do México, e desde sempre a vontade por conhecer o mundo esteve presente em mim. Viajei com meu tio Andrés para o Brasil com apenas cinco anos de idade, com a permissão de minha mãe morei com ele em São Paulo até os dez anos de idade. Retornei ao México para definitivamente morar porém tudo saiu do controle quando meu tio se envolveu com uma gangue local de apostas, então fugimos para os Estados Unidos para viver uma vida diferente do que costumavam os meus irmãos, para mim o que seria diferente era apenas a língua.

Pai? Eu nem preciso comentar. O tempo se arrastou — é como prefiro falar — e há três anos em que completei quinze anos minha família retornou ao México, desde então comecei a trabalhar incansavelmente para guardar um dinheiro e pagar meu intercâmbio assim que eu completasse idade o suficiente para voltar aos Estados Unidos, porém agora, sozinha. Nesse meio tempo dediquei aos estudos para conseguir uma vaga como intercambista na escola da cidade em que morávamos, meu melhor amigo Juan sempre me ajudou e através dele conheci Mindy, ela estava começando com um negócio de assessoria para intercambistas mexicanos nos Estados Unidos e meio que fui a sua primeira cliente. Nos contatamos por dois anos, ela fez todas as papeladas em que eu precisava e finalmente o dia chegou para o embarque.

O problema maior em que tive que lidar foi que quando cheguei descobri que a associação da Mindy não existia, a única coisa totalmente segura era a escola em que eu mesma resolvi, e também o endereço que ela me passou. Não era uma casa com hosts sendo uma família, o lugar era uma pensão destinada para moradores de rua e estudantes sem responsáveis legais. Pensei em desistir inúmeras vezes, as noites de insônia olhando o teto mofado me faziam pensar em tudo o que eu sendo uma adolescente precisaria viver ou não, me perguntei tantas vezes se era aquilo o que eu queria para mim de fato, mas a resposta sempre foi levantar da posição em que eu estava e encontrar seja lá o que fosse o melhor. Eu não queria retornar ao México, isso era certo, e mesmo que eu quisesse, a pandemia chegou complicando tudo o que já estava complicado.

Em um ano recorri ao necessário e vivi em cinco lares diferentes, na sequência exata o primeiro era uma família típica americana mas eles não precisavam de uma estudante mas sim uma faxineira, é óbvio que precisei ter a maturidade de me mudar. Casa amarela, sapatos amarelos, cachorros e gatos com coleiras brilhantes amarelas, tudo o que fosse yellow, era assim que costumo me lembrar da segunda casa em que morei por dois meses. A terceira não foi diferente da primeira. A quarta não havia lugar para mim, era o sótão sujeito a pneumonia devido ao mofo e o dinheiro na conta da senhora gorda robusta, nunca esquecerei os seus traços e linhas de expressões cansadas me despejando ao ver a carta de apresentação que segundo ela estava mal feita e bem mal paga devido ao tempo que eu precisava ficar.

Cá estou eu, véspera de ano novo com as malas feitas novamente, e pronta para ir ao meu quinto lar. Em uma semana de insistência com a minha amiga assessora — que desta vez, ela existe — consegui uma casa. Dessa vez será em uma cidade diferente, exatamente 1 hora de distância da qual estou, e a descrição que recebi indica que terei um quarto para mim e a escola não é longe. Não faço ideia do que estou prestes a ir viver, mas eu tenho certeza que estou pronta, a sensação é que nada me abala. Estive á deriva, e continuarei, não importa o que aconteça.


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