cap 11 - Primeira Parada

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Era uma vez, uma embarcação
Apareceu no mar
O nome dessa embarcação era:
"Billy of tea"
Os ventos sopraram forte e,
Sua proa aprofundou

Soprem, meus valentões
Soprem

Em breve o embarcador,
Chegará
Para nos trazer, açúcar, chá
E rum

A música soava com os navegantes cantando a toda voz enquanto riam levantando as velas

Gaivotas grasnam

E o navio se move lentamente pelo mar azul que mostrava a areia de cristal ao fundo

Golfinhos acompanhavam o caminho saltitando e eu me pegava com um sorriso de orelha à orelha enquanto esticava meus braços sem sucesso tentando alcançar os golfinhos

O sol brilhava com todo seu esplendor, o céu límpido parecia que existia o oceano tanto sobre minha cabeça quanto embaixo dos meus pés

Era o paraíso

O cheiro do Mar me fazia suspirar, queria colocar essa essência dentro de um pote e levar comigo para me acalmar em qualquer lugar

Sem dúvida apenas a aparência daquele lugar poderia me fazer esquecer do Az. Mas o único empecilho era o próprio Azriel.

Azriel tossia e sentia náuseas, e seu tom de pele estava levemente esverdeada. Sombras não estavam a vista e suas asas sempre alertas.

Gostaria de estar com minhas asas agora, eu estaria voando por esse céu infinito junto das gaivotas, ou assustando-as

E com um balançar do Mar, Az ao meu lado um pouco distante despeja o vômito em um balde que estava já a seu lado desde do porto de embarcação

Azriel estava patético.

E estava mais patético ainda quando um cachorro em correria pula em sua costas para chegar até mim

Az cai no chão, e a grande bola peluda cinzentada fica em pé lambendo meu rosto em euforia

- Filho de uma puta - Az resmunga pra si mesmo quando se levanta e mais uma vez se dirige ao balde despejando até as tripas para fora

- Você ouviu alguma coisa, fofinho ? - me ajoelho perante ao cachorro fazendo uma voz extravagantemente fina e infantil

- Estar patética falando assim com um cachorro - Az comenta ainda com raiva do cachorro ter lhe derrubado

- Não pode falar que sou patética, até porque minha cabeça não estar afundada em um balde

- Vamos nos tratar assim agora em diante ?

- Vai continuar fingindo que nada aconteceu ?

- Na verdade... nada aconteceu

Não demora muito e Az volta a cabeça para o balde...

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Com o navio ancorado, termino o caminho em um barco parando ao porto

Quando um homem alto de pele escura oferece-me sua mão para desembarcar

Ofereço meu sorriso mais gentil

Desembarcar ali significava que eu estava dançando, e devo seguir a coreografia

Sorrio docemente para o homem em minha frente, e apesar da última vez de ter visto aqueles olhos foi a quatro anos atrás, era difícil esquecer aqueles olhos...

Corte de Sonhos e Desejos - Acotar Onde histórias criam vida. Descubra agora