Capítulo 11

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~Autora~

Lira tinha conseguido pegar no sono, mas foi no meio da madrugada que as dores ficaram mais intensas, incapazes de se ignorar, ou esperar passar. E foi com essas dores insuportáveis que Lira acordou, seus lábios se abrem com dificuldade, e na tentativa de sair algum som ela apenas ganhou uma dor em sua garganta com o esforço, e como esperado nenhum som foi emitido.

Estava deitada de barriga para cima, já que era a única forma de não sentir tanta dor, mas no momento que Lira se encontrava ela desejava muito que estivesse de lado. Ela levanta seu tronco apenas um centímetros antes de desistir e voltar a ficar imóvel. Talvez se ficasse parada a dor fosse embora, errado, pontadas fortes viam em intervalos quase nulos para lembra-la de que ficar quieta era inútil. Lira conseguia sentir seu pulmão rasgando a cada respiração que tomava, e com o movimento de sua respiração podia sentir seus órgãos raspando em seu osso da costela quebrado, sua ponta cutucando sua pele, e a dor aguda que não passava, não ia embora, apenas aumentava.

Quando uma onda maior de dor a atingiu dessa vez sua garganta forma o som de gemidos arrastados, grossos, roucos. Iria morrer, era a única coisa que passava por sua cabeça, aquela era a sensação de estar morrendo, agora ela entendia por que a morte rápida era a mais cogitada.

Talvez ela não estivesse realmente morrendo, mas toda aquela dor insuportável a fazia desejar estar morta;

Juntando todas suas forças restantes, Lira consegue se virar de lado, mas então lhe faltou apoio, o vazio embaixo de seu corpo se tornou presente por poucos segundos antes de o chão duro receber seu corpo, caindo de barriga para baixo, seu braço estava ao redor de seu abdômen na hora do impacto, fazendo que o atrito atingisse sua costela quebrada com força, o grito rouco e desesperado foi mais rápido que qualquer dor em sua garganta, ecoando por todo seu quarto escuro, seguido de lagrimas grossas que desciam por seu rosto, uma atrás da outra. O ar lhe falta por um segundo antes de ser puxado em um soluço alto que se transforma em outra súplica.

Seu pulmão se prepara para puxar uma respiração, porém nada vem, ele tenta novamente, mas nada, era como se algo tivesse se fechado em sua garganta na passagem do ar, uma bola enorme entalada lá, sem deixar um espaço sequer.

O desespero começa a tomar conta de toda sua mente, e seu corpo age por conta própria, a arrastando para a varanda. Cada vez que avançava um pouco lagrimas duras escorriam por suas bochechas, seu peito ardia pela falta de ar e pela pressão de estar se arrastando.

Lira levanta seu olhar vendo então sua porta que dava para varanda, lentamente ela vai estendendo seu braço para abrir a porta, até que as luzes são acesas e passos duros e rápidos ecoam até onde estava.

Will revira seu rosto em medo ao ver Lira no chão, gemendo e tremendo desesperadamente, ele leva suas duas mãos para sua cintura, e sem pensar muito a levanta, levando ate sua varanda, ele a debruça sobre a grade e massageia suas costas.

- Respire Pequena, respire – aos poucos ele foi percebendo sua respiração voltar ao normal, ainda estava ofegante, mas estava respirando. Will espera mais um minuto antes de leva-la de volta para seu quarto, deixando-a sentada em sua cama.

Ele se agacha para olhar em seus olhos, suas mãos seguram seu rosto firmemente, estava molhado e vermelho, Will percebia agora que a região embaixo de seu olho estava roxeando, boa parte dele estava amarelada e o centro em um roxo fraco. Seu peito se aperta e seus lábios tremem. Ele percebia que não estava certo, a feição de Lira mostrava apenas dor e medo. Fixando então seu maxilar ele anda até seu guarda-roupas, pegando uma calça de moletom larga e uma blusa de moletom grande.

A dificuldade veio na hora de vesti-la, ser cuidadoso ainda era pouco já que qualquer mínimo movimento Lira arqueava de dor. Mas ele conseguiu por fim, colocando as meias em seus pés ele a pega no colo e sai do quarto. Cada passo dado com leveza e cuidado, sem fazer barulho, saindo então pelos fundos.

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