Prólogo

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— Nós podemos fingir que estamos namorando! – Ronald diz e eu, com toda a certeza do mundo, o encaro como se um Alien tivesse saído de sua boca.

No final do ano passado, pela primeira vez na minha vida, eu pedi por um namorado em meu mapa dos sonhos, – uma folha de papel onde você coloca todos os seus desejos para o próximo ano – sem nenhuma pretensão real de que se realizasse, mas, aparentemente, o universo resolveu zombar da minha cara.

Embora fossemos amigos, eu tentava não passar muito tempo com Ron. Por quê? Eu meio que tinha medo de sua fama de pegador. Medo de que se passássemos tempo juntos o suficiente eu acabaria, de alguma forma, caindo nas garras de um dos amigos de meu meio-irmão.

E, mesmo assim, ali estávamos os dois na cafeteria da universidade às 08 da manhã de um sábado. Como eu fui parar ali mesmo?

Ah sim, quando, por acaso, nos encontramos no caminho para cá.

O que estamos fazendo na universidade a essa hora da manhã? Eu estudo melhor no ambiente acadêmico, Ron vem para se exercitar. Boatos de que nosso ginásio poliesportivo é incrível, eu jamais poderia afirmar com certeza.

— E como exatamente fingir que namoramos vai ajudar em alguma coisa? – eu tinha que perguntar, não é mesmo?

Pedimos café e algo para forrar o estômago, uma coisa levou a outra e eu acabei lhe contando sobre meu suposto stalker – aquele que descobrira meu número de celular e me mandava algumas mensagens, dando a entender que sabia de toda a minha rotina – e ele me contara sobre uma de suas ficantes fixas – aquela que esquecera o acordo deles de serem exclusivos, fora vista aos beijos com Ernie MacMillam e agora implorava por seu perdão.

Ron me recomendou registrar um boletim de ocorrência, – e eu o fiz, mas o número utilizado pelo stalker, aparentemente, não é ligado a ninguém; sem falar que a polícia não se importava realmente com meu caso – eu lhe disse para se sentar e conversar com Lavender Brown, ser direto e esclarecer que não queria mais nada com ela – e ele já o fizera, contudo, ao que tudo indica, Lilá está convencida de que Ron está se fazendo de difícil e, na realidade, a quer de volta.

— Bom, para início de conversa, saber que você tem alguém pode afastar essa pessoa que vem te perseguindo. Eu sei que é horrível, mas esse tipo de homem só respeita outras mulheres se souber que há outro homem em suas vidas. – hm, ele tem consciência de gênero? – E caso aconteça um encontro, eu não me oporia em dar alguns socos na cara desse covarde.

Sou contra violência, mas as palavras de Ron me causam um leve frenesi, um tremor peculiar que eu vinha sentindo com frequência em sua presença.

Não seria de todo ruim, não é mesmo?

— Além disso, pelo pouco que conheço de Lilá, ela só vai desencanar se eu estiver com outra pessoa. Só vejo vantagens nesse arranjo.

Hmm. Ele faz isso parecer tão simples.

Ron e eu nos conhecemos através de nossos irmãos: Ginny e Harry começaram a namorar exatamente um mês após se conhecerem, o verdadeiro significado de amor à primeira vista. E um pouco de impulsividade à primeira vista também,

Ao contrário de mim, que não tive muitos namorados (apenas dois para ser mais exata) e, com certeza, não os amei perdidamente. Hoje em dia, olhando tudo por outra perspectiva, chego até a duvidar que se quer gostei deles.

Sabe como é, adolescente com os hormônios a flor da pele...

Dean Thomas foi meu primeiro beijo, mas eu terminei tudo quando ele quis mais do que eu estava disposta a oferecer.

Finja Até Ser VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora