Capítulo 1 - A Droga do Sorriso

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— Você e Ron, quem diria, hein? Ginny solta um longo assovio atraindo a atenção da mesa ao nosso lado.

— Eu diria, todo mundo nessa universidade diria! – Astoria rebate.

Todo mundo – TODO MUNDO – soube sobre nosso suposto namoro. Todo mundo mesmo!

Minha mãe – que neste exato momento está na ÁFRICA fazendo trabalho voluntário, sem muitas formas de se comunicar com o ocidente – me ligou para perguntar que história é essa?

O diálogo correu mais ou menos assim:

— Que história é essa, Hermione Olivia Granger? – foi a primeira coisa que ela me perguntou.

— Aconteceu... – foi difícil mentir para a única pessoa que merecia a verdade.

— Vocês estão usando camisinha? Ouvi dizer que esse tal de Ronald é um...

— Mãe! – interrompi antes de ouvir mais do que precisava. — Estamos nos cuidando, prometo. Nada de netos ou doenças venéreas, por enquanto.

Os pais de Harry, – de quem sou meia-irmã, longa história, um dia eu explico – com quem convivo desde sempre, me ligaram para me parabenizar por finalmente estar saindo com alguém.

Qual é, uma garota não pode ser feliz solteira?

— Fico feliz por finalmente se permitir aproveitar sua juventude um pouco. Mas caso ele quebre seu coração, ficarei feliz em lhe apresentar meus punhos.

Pais... o que faríamos sem eles? Do jeito que eles falam parece que eu tenho 15 anos, não que completaria 20 dali alguns dias.

— Não se preocupe, James. Não haverá nenhuma broken hearted-girl por aqui. – eu adoro Beyoncé, mas zero chances de protagonizar uma de suas canções.

Colocando os pingos nos is, todo mundo sabia de nosso namoro porque Ron é meio que uma celebridade no campus: vantagens de ser um dos astros do time de vôlei da Universidade de Hogwarts, eu imagino.

Vai Fenix!

O único desatualizado – ou finalmente perdera o interesse, aleluia, amém – parecia ser meu stalker. Nos dias que se seguiram ao nosso anúncio, eu não escutara, ou melhor, não lera, não recebera uma mensagem sequer.

Melhor para mim, claro! Quem sabe o plano estivesse dando certo, afinal.

— Vamos combinar que a tensão sexual entre vocês era palpável. – disse Draco.

— Ei, ei. Estamos falando da minha irmãzinha, mais respeito, por favor. – obrigada, Harry! — Mas não posso negar que sempre achei que tinha algo rolando entre vocês, pelas nossas costas.

E isso lá é assunto para um almoço de quarta-feira?

Eu não sei de onde todos tiraram isso. Consigo entender o pensamento das pessoas de fora do nosso grupo, que não convivem conosco, mas não de nossos próprios amigos.

Ok, eu estaria mentindo se dissesse que Ron não é nem um pouco atraente... eu disse um pouco? Bom, definitivamente ele é algo a mais.

Não consigo me decidir se são os olhos azuis, mas sempre evito olhá-lo por mais do que o tempo necessário. Ou os braços, ele tem mãos macias e dedos compridos. Talvez a altura ajude, afinal...

Certo, eu o acho terrivelmente bonito. Pecaminosamente sedutor. Ron é o único cara – desde que entrei na puberdade – pelo qual eu senti aquele formigamento nos dedos, aquele arrepio gostoso no baixo ventre e uma vontade de sentir alívio – embora eu não saiba exatamente de que forma.

Finja Até Ser VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora