Capítulo 4 - Beijinho pra Sarar

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Perdemos o terceiro set por 27 a 29, o que significa que o jogo se estenderá por mais algum tempo, até uma equipe conquistar 3 vitórias.

É o intervalo, os meninos bebem água, escutam as orientações da treinadora e descansam.

Aceno para Ron, sem esperanças de que ele me veja daqui de cima, mas ele acena de volta com um largo sorriso. Sorrio de volta.

O jogo recomeça e a tensão toma conta da quadra toda. A cada saque eu me seguro na cadeira mais e mais, pronta para invadir o jogo e marcar alguns pontos para nossa equipe eu mesma.

Acabo de perceber a razão de não assistir a jogos e competições em geral: sou competitiva. Sou competitiva e gosto de ter controle sobre tudo o que está acontecendo. Se não for pra eu ganhar, nem quero.

Engraçado eu namorar justamente o astro do time da universidade, logo um vencedor. Sinto meu peito estufar de orgulho.

Vai que é tua, Ron!

A equipe adversária vem com tudo nesse set, cheios de sangue nos olhos. Esta partida não é decisiva, mas ainda sim muito importante para decidir o rumo do campeonato.

Perdemos mais uma vez. O que me consola é a garra que não nos permite ser massacrados. Perdemos de 31 a 33.

Agora é o set decisivo, este costuma ter duração menor pois o time vencedor precisa conseguir apenas 15 pontos.

Se já estávamos tensos, agora estamos todos apreensivos.

Cruzo os dedos tentando transmitir sorte a Ron.

Os rapazes estão mais agressivos ainda, a bola não tem descanso enquanto sobrevoa a quadra. Desta vez, a frequência com a qual os pontos são marcados é mais esparsa e quase inexistente. Eles não estão para brincadeira.

E então, o inimaginável acontece: ao tentar defender o campo, Ron se choca com o jogador de trás e vai ao chão.

Eu paro de respirar, a torcida se assusta, pois ele não se mexe.

— Vai até lá, Hermione! – Ginny praticamente grita e antes que eu entenda o que está acontecendo estou descendo as escadas de dois em dois.

Lá embaixo algumas mãos me ajudam a pular a cancela que separa a quadra das arquibancadas.

Entre o período em que Ron caiu e eu desci, um médico de prontidão o examinou e ele já está bem. Foi só um susto.

De repente, me sinto estúpida por ter ido até lá. Claro que temos médicos e qualquer equipe médica de prontidão, o que eu poderia fazer? Dar um beijinho pra sarar?

Bom, já estou aqui embaixo, vou fazer o papel de namorada preocupada, eles que lutem.

— Ron, você está bem? – me enfio entre os homens ao seu redor e me abaixo ao seu lado.

— Estou vivo. – ele diz surpreso por me ver ali. — Foi só um esbarrão.

— Ginny me mandou ver se está tudo bem. – dou de ombros.

Ron tenta se levantar e eu o ajudo. O médico faz as últimas verificações e o libera para continuar jogando – e eu acho que se ele não pudesse jogar mais, cabeças rolariam bem ali.

— Eu vou voltar para o meu lugar. – faço menção de me virar, ele segura minha mão e diz:

— Obrigado por vir verificar se estou bem.

— Não foi nada. – dou de ombros mais uma vez.

Ron me solta, sua mão está pegando fogo e marca minha pele. Me viro mais uma vez e sou interrompida novamente, desta vez por um grito bem específico:

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⏰ Última atualização: Nov 03, 2023 ⏰

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