Quebras e quedas

294 23 1
                                    

Notas: não esqueçam de clicar na estrelinha no canto esquerdo da tela para as historias alçarem mais gente.
                                                                          

Flashback

Ellie já deveria ter voltado e as coisas estavam ficando ruins lá fora.

A casa da fazenda parecia robusta quando Tommy a mostrou a elas pela primeira vez, ele até a examinou e inspecionou também, cômodo por cômodo, dizendo algo sobre como ele e Joel costumavam fazer coisas assim antes do surto. Parecia um lugar bom e sólido para começar suas vidas juntas. Sua família.

Mas agora, enquanto o telhado reclamava, fazendo um novo gemido forçado a cada minuto conforme mais neve se acumulava em cima dele, Dina não tinha tanta certeza.

A neve voltou no final do ano, com apenas quedas bastante leves que derreteram quase assim que o sol os atingiu. Mas, na semana seguinte ao nascimento do filho, foi como se o céu tivesse liberado tudo o que estivera segurando durante todos os meses anteriores.

Eles precisaram de mais suprimentos de Jackson, esgotando-se mais rápido do que haviam previsto com a nova criança, e o tempo ainda não tinha mudado quando Ellie deu um beijo de despedida nas primeiras horas da manhã, escalou o Japão e partiu.

Isso acontecera dez horas antes e, desde então, o mundo estava envolto em um branco pesado.

Dina andava de um cômodo para outro, incapaz de se acalmar, uma mão no rosto com o polegar firmemente plantado entre os dentes, a unha ficando menor a cada minuto, e o outro braço balançando suavemente o filho. Ele estava enrolado com segurança na tipoia que Robin lhes dera, mas ela ainda se sentia melhor, mais segura com o braço em volta dele. Um pedaço dela existia fora de seu corpo agora, o mínimo que ela podia fazer era segurá-lo.

E em algum lugar lá fora, com todo aquele frio e vento, estava outra peça.

E caramba, ela já deveria ter voltado.

Ela provavelmente não estava se preocupando com nada, ela se convenceu. Ellie provavelmente tinha chegado a Jackson, visto como as coisas estavam começando a ser, e apenas ficado na casa de Maria e Tommy.

Sim, isso fazia sentido. Ellie era inteligente. Ela sabia que Dina e o bebê estariam seguros aqui. Eles tiveram o suficiente para durar mais alguns dias. Dina poderia tentar cuidar das ovelhas sozinha. A ideia de lidar com eles logo após o parto fez com que partes dela que ela queria fingir não existissem mais doessem, mas ela conseguia, apesar do clima.

Contanto que Ellie estivesse segura.

Mais uma hora se passa, e ela está andando furiosamente pela cozinha, o bebê em seu berço que eles trouxeram perto da lareira, tentando se forçar a não ficar apenas na janela da frente, seu rosto pressionado contra o vidro para tentar ver a trilha, quando uma forma negra trota passou pelas janelas da cozinha, em direção ao celeiro.

Dina corre para a sala de jantar para tentar ver melhor em meio à neve que cai, mas não consegue distinguir a figura que desaparece.

Ela está calçando as botas e está prestes a sair correndo pela porta dos fundos quando Ellie aparece, deixando algumas sacolas pesadas lá dentro, tremendo, o rosto vermelho de frio, o cabelo e o casaco cobertos de neve.

“Oh, baby, graças a Deus!”, Dina diz, puxando Ellie para dentro e envolvendo os braços em volta dela, ignorando o derretimento da neve em suas próprias roupas. "Você me deixou tão preocupada, sua idiota!"

RuinaOnde histórias criam vida. Descubra agora