Pega-Pega

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— E você não viu nada?! - Disse Go-Eun quase me enforcando ali mesmo.

— Qual foi o horário do assassinato?

— VOCÊ ESTAVA LÁ, COMO VOCÊ NÃO VIU?

— Eu perguntei que horas eles foram mortos Kim Go-Eun.

— 4:50 Rosé, você ainda estava lá certo? Você nunca vai embora antes das 5:10.

— Merda... O senhor Choi tinha me ligado uns vinte minutos antes para falar de Lilith, por isso que acabei dormindo aqui.

— Vou matar aquele homem, por que diabos ele te ligou essa hora da noite, esse velho era pra estar na cama. - Ela saiu resmungando de sua sala.

— Go-Eun! - Corro atrás da mulher que andava marchando. — Vamos lá.

— Lá aonde?

— No clube, vem comigo, pega suas coisas, eu preciso saber de umas coisas.

O cheiro daquele lugar era péssimo, eu já devia ter me acostumado a esse ponto, mas é difícil se acostumar com o cheiro de corpo morto.

— Se você tivesse ficado mais um pouco, teria evitado um assassinato ou até mesmo poderia ter pego Lilith. - Dizia Go-Eun.

— Ou eu teria sido morta junto. - Repenso o que disse no mesmo segundo. — Desculpa, é que isso está me incomodando demais, se eu tivesse ficado um pouco mais...

Antes que eu terminasse minha frase, Go-Eun colocou sua mão sobre a minha.

— Relaxa, não é culpa sua Rosé.

— É, queria poder pensar desse jeito. - Faço uma breve pausa. — Vou pensar um pouco lá fora, já volto, vou ser rápida.

— Vai, te espero aqui.

Quando cheguei na rua soltei a respiração que estava segurando lá dentro. Aquela rua era calma, mal passavam carros e mal se ouvia barulhos dentro das casas mais próximas... Mas a silhueta de uma mulher que passava vagarosamente por aquela rua silenciosa, com as mãos em seus bolsos da jaqueta de couro e com um boné branco de aba curva que destacava seu longo cabelo preto, era marcante e com certeza me lembrava alguém, mas quem seria...

— Impossível que seja...

Virei meu corpo por completo na direção da mulher e andei até ela, a desconhecida apertou seus passos assim que sentiu minha aproximação. Estranhei, mas a continuei seguindo, só que dessa vez um pouco mais rápido.

Tempo depois, nós já não estávamos mais na rua do clube, agora a rua já era mais movimentada e com carros passando há todo tempo. A mulher me olhava de canto o tempo todo, com isso, eu tentava ver um pouco de seu rosto, mas eu falhava em todas as tentativas. A rua se enchia cada vez mais e estava começando a ficar difícil manter ela no meu campo de visão.

Trá.

— Me desculpa senhora, foi sem querer eu juro...

Hoje definitivamente não era o meu dia de sorte.

Uma criança que brincava com seus amigos, esbarrou em mim e por acidente deixei meu celular cair. Olhei o celular caído no chão e em seguida encarei a criança, que com uma cara chorosa me olhava.

Me agachei para ficar a altura da menina e aproveitei para pegar o celular caído.

— Está tudo bem meu amor - Passei a mão pela cabeça da garota. — Volte a brincar, mas da próxima vez tome mais cuidado viu? Pode acabar se machucando.

Fiquei acenando para a criança me certificando de que ela saísse dali segura e sem machucar ninguém novamente, assim que eu já não a via mais, me virei em questão de segundos para frente e era óbvio que a mulher já não estava mais por ali.

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⏰ Última atualização: Jan 16, 2022 ⏰

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