Chapter 5

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Charlie

Hoje eu irei finalmente conhecer Henry e Athena, confesso que estou ansiosa.
Estudei um pouco a rotina das duas crianças e tudo parece ser tão entediante, não vi horários livres, tempo para se divertirem e nada contagiante.
Entendo o peso de um nome real, mas os dois estão bem longe na linhagem de sucessão ao trono e merecem ao menos ter tempo para aproveitar a infância.

Graças ao compromissos da Princesa Marie e do Príncipe Joachim, eu terei uma certa liberdade para dar esses pequenos momentos de alegria para as crianças, eu apenas preciso driblar a Elleri.

Desci as escadas do lado de fora do castelo e apertei as mãos como forma de nervosismo, meus estômago começou a fazer barulhos estranhos e eu logo lembrei que havia esquecido de tomar o café da manhã.

Um carro preto com vidros escuros e pequenas bandeirolas da Dinamarca colocadas da parte traseira do veículo estacionou logo a minha frente, a porta foi aberta por Henry e um garoto vestindo calças caqui e um suéter saiu olhando tudo ao seu redor como se quisesse se certificar que tudo estivesse em seu devido lugar, logo depois uma garotinha sorridente de cabelo castanho saiu do carro.

- Altezas, sejam bem-vindos de volta ao lar. - Elleri reverenciou e logo deu um sorriso meigo.

- Eu não vejo a hora de tomar chocolate quente com biscoitos de gengibre. - Falou a garotinha implorando com o olhar.

- A mamãe não deixaria você comer isso. - O garoto falou fazendo o sorriso dela sumir.

- Essa é Charlotte, a babá nova que ficará aqui por um ano. - Elleri falou visivelmente animada e logo saiu me deixando sozinha com as crianças.

- Oi Charlotte, eu sou Athena. Você me daria chocolate quente com biscoitos de gebgibre? - Ela perguntou sussurrando a última parte.

- Claro. - Falei dando uma piscadela e ela sorriu animada.

- Eu gostei dela. - Athena falou com um sorriso satisfeito e logo entrou no castelo.

- Olá Henry! - Falei dando um sorriso simpático para o garoto que me analisava com cautela.

- Ela é uma gracinha, eu já entendi. Com licença. - Ele falou dando um suspiro pesado e seguiu o mesmo caminho que a irmã.

A situação me deixou um pouco confusa,
Fiz algo errado? Ele não gostou do fato de ter concordado com o pedido da irmã e contráriado a ordem da mãe?

"Meu dia como babá nem começou e eu já estou fracassando"

Durante o resto do dia tentei conhecer as crianças e criar algum vínculo, descobri que Henry sempre foi deixado de lado e todos tem um cuidado excessivo que o tira do sério. Ele não pode brincar e nem fazer atividades físicas que o deixam cansado, isso o deixa frustrado.

Ele sempre precisa fazer atividades leves e isso o tornou uma criança solitária. As babás sempre priorizavam a atenção especial para Athena e tudo que ele tinha era um cuidado excessivo para que não tivesse crises de asma severas.

Prometi que faríamos coisas legais, ele ficou um pouco receoso e até o vi desconfiar mas acho que posso fazer Henry ter uma boa experiência durante o tempo que ficarei aqui.

- Não precisa fingir que se importa. - Henry falou enquanto eu arrumava as suas cobertas.

- Eu não estou fingindo. Por que você acha isso? - Perguntei dando um suspiro frustrado.

"Preciso controlar a minha impaciência..."

- O dia mal terminou e você já perdeu a paciência. - Ele revirou os olhos e fiz cosquinha no garoto ele.

Esqueci dos seu problema de saúde e logo ele começou a tossir sem parar.

- Henry, me desculpa. - Falei o ajudando a se recompor.

- Tudo bem. - Ele falou deitando novamente.

- O que você quer fazer amanhã? - Perguntei deitando ao seu lado.

- Andar a cavalo. - Ele falou com os olhos brilhando.

- Então vamos andar a cavalo. Está na hora de dormir. - Falei desligando as luzes e saindo do quarto.

Saí do quarto e comecei a andar sem um rumo específico. O dia foi cansativo, mas eu amei passar cada momento com as crianças.

Ao chegar perto da Ala norte ouvi risadas e murmúrios, uma porta foi aberta e uma garota alta, olhos azuis e vestida com uma camisa social visivelmente grande para o seu corpo saiu do quarto.

- Mon chéri, preciso de água e vinho. - Ela falou usando um sotaque francês irritante.

- Não sou empregada, mas tudo que precisa está na cozinha. - Falei franzindo o cenho e logo girando os calcanhares para sair daquele ambiente.

- Cilia, me espere lá dentro. - A voz de Félix ecoou e eu revirei os olhos de imediato.

"Meu corpo já sente a repulsa.

Olha do meu olho piscando!"

- Ela ordenou que você pegasse água e vinho. - Ele falou e eu continuei o meu trajeto.

- Ordenou? Quem ela é? A Virgem Maria? - Falei irônica acelerando os meus passos e ele continua me seguindo.

Parei em frente ao meu quarto, fechei os olhos com força na tentativa absorver o resto de paciência que eu ainda tenho e virei devagar.

- O que você quer? - Perguntei dando um sorriso forçado.

Ele não disse nada, apenas me analisou da cabeça aos pés travando o maxilar, seus olhos se fixaram aos meus e eu engoli em seco.

"Colocar uma camisa não custa nada"

- Eu sei que sou uma obra de arte, mas encarar assim me assusta. - Falei me recompondo.

Ele continuou calado, deu alguns passos em minha direção e por um instante meu corpo se forçou a recuar mas eu continuei intacta.

- Você obedece as minhas ordens. - Ele sussurrou as palavras com a boca próxima ao meu ouvido.

- Nem se a Rainha implorasse. - Falei dando um sorriso sarcástico e entrei no quarto depressa.

Escorreguei as minhas costas sob a madeira gelada da porta levando a mão até a testa me xingando mentalmente por essa situação.

"Preciso de um banho gelado e talvez de uma amnésia."

"

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FÉLIX - Félix DenmarkOnde histórias criam vida. Descubra agora