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𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄 a cut that always bleeds ( tw! contém automutilação e tentativa de suicídio )
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𝐓𝐈𝐐𝐔𝐄-𝐓𝐀𝐐𝐔𝐄. . . 𝐓𝐈𝐐𝐔𝐄-𝐓𝐀𝐐𝐔𝐄 . .
O relógio na parede era tudo o que ela podia ouvir. Aquele tique-taque sem sentido era a única barreira entre a jovem e o silêncio ensurdecedor. Aquele tique-taque contínuo dos ponteiros do relógio ecoou por todo o quarto escuro, ficando cada vez mais alto a cada minuto dolorido que passava. Fazia quinze minutos e vinte e cinco segundos no total desde que a garota se trancou na escuridão de seu quarto, trancada com nada mais do que o tique-taque do relógio na parede como companhia. Quinze minutos e vinte e cinco segundos desde sua discussão explosiva com seu irmão gêmeo. Quinze minutos e vinte e cinco segundos desde que ele disse as palavras mortais que ele nunca poderia retirar. Quinze minutos e vinte e cinco segundos desde que a garota voltou aos velhos hábitos novamente.
tique-taque. . . tique-taque. . .
A garota de pele morena, cabelos pretos e lustrosos, o rosto decorado com uma maquiagem sutil que realçava suas melhores feições e beleza oculta, caiu no chão, os joelhos afundando nas fibras macias do tapete, lágrimas salgadas rolando por suas bochechas enquanto ela engasgou com seus soluços. Ela levantou a mão para enxugar as lágrimas dos olhos, borrando a maquiagem e limpando a única coisa que cobria suas imperfeições. Mas isso não foi suficiente para parar as lágrimas que caíram. A menina chorou, chorou e continuou a chorar, esperando que fosse o suficiente para apagar a dor que crescia em seu peito. Mas não foi o suficiente. Nunca foi o suficiente. A garota sabia que tinha que recorrer a um método antigo dela, do qual não se orgulhava. Mas sempre fazia o trabalho e lhe dava o alívio de que precisava. Ela queria perder esse peso repugnante em seu peito. Ela queria que a dor latejante batendo contra sua caixa torácica mudasse. Ela queria que tudo simplesmente parasse.
tique-taque. . . tique-taque. . .
Ela sabia que estava errado. Ela estava indo tão bem nos últimos meses. Ela nem tinha pensado em fazer isso desde a briga na escola. Havia até uma pequena parte dela que tentou lutar contra esse desejo de retorno, esse pensamento sombrio e angustiante se infiltrando em sua mente e envenenando seu cérebro para se voltar para a pior opção possível. Todo mundo que sabia sobre seus problemas ficaria muito desapontado. Sua mãe ficaria tão chateada se ela descobrisse. Seria a traição final para qualquer um que se importasse com ela. No entanto, ela não podia ignorar o desejo que coçava em seu cérebro, como um sussurro descuidado proferindo palavras doces em seu ouvido, assegurando-lhe que a dor insuportável em seu peito desapareceria se ela cedesse a esse desejo inescapável.
