Acordei em uma manhã em 27 de junho de 1999. O clima estava com o ar fresco da manhã, o sol já começara a nascer e... infelizmente, mais um dia de aula.
Sim, eu sou mais uma entre milhares de pessoas que e odeia ir para a escola. Os alunos são um bando de selvagens, os professores são um bando de chatos e as aulas me dá sono. Mais pelo menos, tem certas coisas que eu gosto na escola. Como por exemplo as minhas amigas. Carol, Sarah e Raquel são as únicas amigas que eu tenho. Mais elas eram amigas das boas.
Carol, de pele negra e cabelos grandes e com grandes óculos redondos, era a nerd do grupo. Nunca faltou nenhuma aula e sempre tirava notas altas em qualquer matéria. Ela era uma gênia!
Sarah, de pele clara com sardas, e cabelos ruivos encaracolados, era a doidinha do nosso grupinho. Sempre cabulava as aulas para ficar fumando no banheiro, ficava dando em cima de todos os garotos e garotas. Principalmente do Charles, um garoto alto de pele branca e cabelos lisos negros. (que era tão doido quanto ela!) Eu acho que eles dariam um belo casal.
Raquel, de pele bronzeada e de curtos cabelos negros, era a garota "É" do grupo. Não se importava com nada, nada mesmo. Só vai para a escola por obrigação. Mais por algum motivo, fazia uma semana que ela não estava vindo para a escola. Alguma coisa está errada.
E tem eu, Rafaela. Com a minha pele morena e com os meus cabelos lisos e longos que eu sempre os deixava amarrados. Eu sou a problemática do grupo. Eu sou cheia de problemas, principalmente com o meu pai. Eu odeio esse homem! Por que eu tinha que ser filha logo desse cara? Ele sempre trata a minha mãe com agressividade, algo que alguém como a minha mãe não merece. Me ridiculariza e fala que eu não sou nada só por que eu não tenho um pau! Esse é só alguns exemplos, por que tem mais coisas.
Já era 6:40 da manhã, o ônibus escolar já buzinava em frente da minha casa de número vinte e oito. Eu já estava arrumada para ir, peguei a minha bolsa e entrei no ônibus. O inferno já começava dentro do ônibus, os garotos estavam jogando bolinhas de papéis um nos outros e gritavam mais do que doidos em manicômios. Sarah, Carol e Raquel não estavam no ônibus infelizmente, elas moravam bem perto da escola. Mais pelo menos, Charles estava lá. Ele não era exatamente meu amigo, mais era um bom colega. Ele estava sentado nas últimas cadeiras encostado da janela direita. Me sentei ao lado dele.
- Bom dia. - Disse Charles em um tom alegre.
- Bom dia. - respondi eu.
- Qual é o problema? - perguntou Charles
- Não é nada - respondi - Eu estou bem.
Charles olhou para mim desconfiado. Depois não falamos mais nada.
Chegando na escola, por volta de 6:55 da manhã, eu desci do ônibus e fiquei no portão até ele abrir. O portão abria 7:10 da manhã. Fiquei encostada em um muro esperando uma das minhas amigas chegarem. Quando deu 7:00 em ponto, Carol chegou.
- Bom dia! Amiga! - disse Carol bem alegre. Me deu um abraço e beijos em ambas as bochechas. - Está tudo bem com você?
- Está sim - Disse eu. - A Raquel não veio de novo?
- Não. Ela não vem faz uma semana. Alguma coisa deve estar errada. Eu espero que ela esteja bem.
Alguma coisa deveria ter acontecido com Raquel, por que ela iria desaparecer de uma hora para outra? Não sabia aonde ela estava, mais eu também esperava que ela estivesse bem.
Depois que acabou as aulas, eu não esperei pelo ônibus escolar chegar para eu ir embora. A minha mente não consegui parar de pensar na Raquel. Então, decidida, fui para a casa da Raquel para saber sobre o desaparecimento dela.
Eu tinha chegado na casa de Raquel, era uma casa pequena mais que parecia bem jeitosa. Bati na porta algumas vezes, e eu fui atendida por Clarisse, mãe de Raquel.
- Ah, Oi Rafa. - Disse Clarisse, em um tom de voz bem calmo. Fiquei pensando que a mãe dela sabia sobre o seu desaparecimento na escola mais que tinha algum motivo por trás disso.
- Oi, Clarisse. - Disse eu em tom educado. - Eu vim aqui, por que eu queria saber por que a Raquel não está mais indo para a escola. E por que ela não dá mais nenhum sinal de vida.
- Ah, a Raquel? Não se preocupe, meu amor. A Raquel está bem. Ela foi viajar para a praia junto com o namorado, o Bruno. E em questão da escola, eu já falei para os diretores que ela não estava aqui, e eles não irão dar falta para ela. Mais ela terá que fazer uma penca de lições quando voltar.
Fiquei pensando: por que ela iria deixar Raquel ir para a praia justo agora nesse mês? Se fosse mês que vem, tudo bem por que iria ser as nossas férias. Mais agora? E também, outra coisa me incomodou... Bruno.
- Ah, sim. - Disse eu disfarçadamente. - entendi. Obrigado, Clarisse. Eu estava ficando preocupada.
- Não tem problema, amor.
Eu e Clarisse acenou as mãos uma para a outra, e eu fui rumo até o ponto de ônibus.
O ônibus não demorou muito para chegar, eu entrei, e me sentei nas últimas cadeiras e fiquei pensando: isso é terrível! Raquel não está na praia coisa nenhuma! Ela está em algum lugar qualquer com aquele traste do Bruno!
Bruno era uma homem de vinte e quatro anos, 7 anos mais velho do que eu, Sarah, Carol e Raquel. Ele nunca se formou na escola, e não tinha um emprego. Morava com os amigos tudo pior que ele em um apartamento super pequeno, e usava qualquer tipo de droga. Tanto que já foi até preso por furtos e outras coisas piores. Ele vivia maltratando Raquel. A Abusava fisicamente e verbalmente. Já tentou fazer isso sexualmente uma vez com ela, mais graças a Deus, um amigo dela chamado John havia aparecido no local, e nada disso aconteceu. John era da nossa idade e também estudava com a gente, e ele é completamente apaixonado por Raquel. Que infelizmente, nunca deu a mínima para ele.
Quando Raquel o conheceu, ele fez aquele papel de homem santo, tanto para ela quanto para a mãe dela. Mais no fim das contas, era mais delinquente sem futuro que não iria fazer Raquel feliz. Por que Raquel foi justo ficar com um traste igual a ele? Eu tinha que fazer algo. Sabia que ela não estava bem.
Por sorte, o ônibus que eu havia pegado passava bem em frente ao prédio de Bruno. Mais para o meu azar, o bairro dele ficava umas 1 hora e meia longe da minha casa. Mais mesmo assim, eu fui, por que eu não iria deixar a minha amiga sofrer nas mas daquele desgraçado!
Mais uma coisa ainda pesava em minha cabeça: Será que ela está bem?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quebrados
Short StoryNessa história, que se passa no fim dos anos 90 ao começo do século 21. Vamos acompanhar a vida de alguns adolescentes que não se dão muito bem com a vida, e talvez isso poderá trazer consequências graves para eles. Vamos ver se eles conseguiram ven...