John: 30 de junho de 1999

6 3 1
                                    

Eu acordei no dia 30 de junho de 1999 as 6 horas da manhã para ir a escola. O crepúsculo ainda comandava o céu e a brisa manhã estava perfeita. Abri meu guarda roupa, e me olhei no espelho que ficava pendurado na porta. Meu rosto de cor morena estava um pouco inchado por causa do sono, e os meus olhos de castanhos mau conseguia ficar abertos.
    Coloquei uma calça jeans e uma camiseta para ir para a escola, acompanhado de uma blusa de frio e uma touca. Desci pelas escadas e fui até o quarto da minha mãe, Vanessa, para acorda-la, dei um beijo em sua cabeça e a acordei.
   — Bom dia, mãe. —
   — Bom dia, meu querido. — Disse minha mãe, Fernanda. Com uma voz doce que fazia o meu dia começar bem.
      Eu sempre fui muito apegado a minha mãe. Ela era a única pessoa que me fazia me sentir bem de uma forma diferente. Eu sou o único filho dela, e da nossa família só sobrou nós dois. Por isso desce amor.
  — E aquela sua namoradinha? — Disse minha mãe dando risadinhas. Meu rosto ficou corado. — Ela está bem? O que ela vai fazer a respeito sobre aquele tal ex-namorado dela?
  — Em primeiro lugar — disse eu com o rosto vermelho de vergonha. —, Ela não é minha namorada. E em segundo lugar: ela denunciou esse namorado dela para a polícia.
  — O que ele fazia?
  — Raquel contou para a polícia que ele e um grupo de amigos dele, estavam planejando a começar a traficar drogas no bairro de Long Dawn. — cerrei os meus punhos e fiz força para dizer. — E que, ele a agredia fisicamente e...
   Eu não conseguia falar aquilo. Saber que aquele desgraçado fazia isso com ela, me deixava com raiva e muita tristeza.

   Minha mãe se levantou e me deu um abraço. Acariciou os meus cabelos e tentou me consolar.
  — Vai ficar tudo bem com ela, meu querido. Clarisse me disse que ela está tendo consultas com um terapeuta para tratar desses assuntos. Só tente não pensar muito nisso, e tente ser mais positivo, tá bom.
    Concordei com a cabeça.
Nesse momento, minha mãe e eu ouvimos o som da campainha. Nós dois descemos e fomos atender a porta. Eu abri a porta, estava uma pessoa que tinha a mesma altura que eu. Sua pele era branca, mas nem tanta, seu cabelo era cacheado e bem curto. Seus olhos eram castanhos um pouco finos. Sofria de problemas cardíacos e era meio autista. Era Lucas, meu melhor amigo.
  — Bom dia. — disse Lucas animado. — Vamos?
  — Bom dia. — respondi. — Sim, vamos.
    Peguei a minha mochila, deu um abraço na minha mãe e um outro beijo, e fomos para um ponto de ônibus para o ônibus escolar vir nos buscar. Aproximadamente uns dez minutos depois, o ônibus chegou. Eu e Lucas subimos no ônibus e nos sentamos nos últimos bancos, e o ônibus nos levou rumo a escola.

Chegamos na escola, por volta de 6:40 da manhã. O céu já estava claro, e o sol já batia forte pela manhã. Eu e Lucas ficamos esperando o portão abrir a frente dele, enquanto também esperávamos algum amigo nosso aparecer.
  — E aí? Como vai você e a Thayná? — perguntei eu a Lucas. Thayna é namorada de Lucas, uma garota de rosto largo, nariz achatado e de cabelos encaracolados pintados de vermelhos. Lucas era completamente apaixonado por ela, assim como ela era por ele. Nunca vi casal mais apaixonado do que esses. 
  — Ah, ela está bem. — respondeu Lucas, seu rosto ficou corado. — Nós estamos bem..
  — Olha, não é aquele garoto que você odeia?
   Lucas olhou para o garoto, seu nome era Tauan. Um gato alto de pele clara e cabelos curtos. Lucas o odiava por que ele era um amigo muito próximo de Thayná. A maneira que os dois agiam juntos, fazia Lucas se desabar em tristeza. Além de que Tauan sabia de algo sobre Lucas que só Thayná sabia até então. a sua expressão de felicidade rapidamente mudou para o ódio. Essa expressão dele dava medo.
  — É — Murmurou Lucas. Respirou fundo e mudou de expressão novamente. — Eu não quero saber sobre ele. Eu já estou cansado disso..
   Peguei no ombro de Lucas.
   — Vai ficar tudo bem.
    Lucas concordou com a cabeça. Mais a sua expressão de tristeza fazia parecer com que ele soubesse que nada iria ficar bem.
  O sinal da escola havia tocado. O portão já havia aberto. E eu e Lucas entramos na escola.

Subimos dois andares para chegar a nossa sala, 3⁰A era a nossa sala. Ficava entre as últimas salas, a penúltima, para ser mais exato. A nossa sala era a pior, eu não a suportava, Lucas também não. Imagine os piores tipos de alunos, então, tinha na minha sala. Só havia dois amigos nossos em nossa sala, Carol, Rafaela e a Raquel. Infelizmente, Raquel não aparecera na escola naquele dia. Mais eu compreendia, e também aliviado, ela estava fazendo terapia. Então, ela logo, logo estaria melhor... certo?
   Quando as aulas já haviam acabado, quase toda a minha sala estava vazia com os alunos já indo embora. Eu, Lucas, Rafaela e Carol, estavam guardando as nossas coisas. Quando terminamos, descemos as escadas em direção a saída e fomos embora para casa enquanto conversávamos no caminho.
  — Será que Raquel vai ficar bem? — Disse eu. Olhando para o céu triste imaginando o rosto dela.
  — Ela vai ficar sim, B. — Disse Carol em tom feliz, como se ela soubesse que tudo iria ficar bem. E "B" era um apelido carinhoso que ela me dera. Assim como ela dera para outros amigos nossos. — E você, Lulu? — "Lulu" era o apelido de Lucas. — Thayná não veio hoje, né? Vocês estão bem? Ainda está pensando naquele cara?
   Lucas fez que sim com a cabeça.
   Rafaela colocou a mão no ombro de Lucas e disse:
  — Ei, pare de pensar nisso. Você sabe que pensar nisso só fará mau a você. Você pensa que a Thayná vai te deixar ou te trair com ele? Não imagino por que ela faria isso. Por que alguém deixaria uma pessoa tão maravilhosa quanto você? Você é incrível! Mais não pense nisso. Dá para ver nos olhos dela, dá para ver se longe, que ela ama muito você. Então não tenha esses tipos de pensamento, tá bom?
  Lucas olhou para o céu. Respirou fundo pelo nariz e soltou o ar pela boca. Balançou a cabeça e abriu um pequeno sorriso.
  — Tá bom.

Chegando perto de minha casa, eu estava completamente sozinho. Lucas, Rafaela e Carol já haviam ido para casa. A rua estava deserta. E faltava poucos minutos para eu chegar na minha.
   Minha mãe foi trabalhar, então eu ficaria sozinho em casa. Não gostava de ficar sozinho. Pensei em ligar para o Lucas vir aqui em casa depois. Quando cheguei na rua de casa, não havia ninguém. A rua estava completamente deserta, e a única coisa que eu conseguia ouvir era o assobio do vento. Quando eu caminhava, algo de repente aconteceu. Senti algo agarrando o meu pescoço, uma mão, estava me sufocando. "aonde ela está!?" Gritava a pessoa que me sufocava. Uma voz masculina. Eu nunca vira essa pessoa na vida, mas eu pude perceber que ele estava se referindo a Raquel.
  — Se ela falar para alguém, nós estamos fodidos! — Gritava o homem.
 
  Eu estava já perdendo o equilíbrio. Meu pescoço doía e a minha visão ficava embasada. Com a pouca força que eu tinha, dei uma cotovelada no abdômen dele. Ele se afastou para trás, me virei para ele, e dei um soco no rosto dele. Ele caiu no chão, aparentemente com o nariz quebrado, pois sangrava muito. Enquanto ele exclamação de dor no chão, eu estava recuperando o fôlego.
   Quando eu estava um pouco melhor, corri até o homem e comecei a dar socos nele.
  — O que você quer com Raquel!? Se você encostar um dedo nele eu vou....
 
   Ouvi um barulho, algo como um estourou. Eu sentia muita dor. Coloquei a mão na região que estava doendo, minha barriga. Olhei para a minha mão, ela estava banha da a algo vermelho. Sangue. Eu estava perdendo a força dos braços e das pernas, minha visão estava ficando escura, como se alguém estivesse colocando as mãos nos meu olhos por trás. Cai de bruço no chão, o homem de levantou e correu. Um tiro, havia levado um tiro.
  Eu não conseguia me mover, eu estava perdendo muito sangue. Eu não conseguia enxergar direito. Não demorou para que o mundo ao meu redor ficasse todo escuro.
 

 
   

QuebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora