𝑨𝒇𝒇𝒂𝒊𝒓 → ᴇʀᴇɴ ʏᴇᴀɢᴇʀ' ʰᵒᵗ

05

“ O tempo voa. ”

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Um mês, um mês se passou desde que conseguimos reerguer o clube de ecológica, tudo graças a mão leve de Eren e a lábia da Hange. Eu e o garoto estamos conversando mais, mesmo que não seja em público. Literalmente ninguém sabe que nós nos falamos, o que é estranho já que agora somos praticamente amigos.

— Vai chover.

Comentei observando o céu nublado, já o moreno do meu lado apenas concordou com a cabeça. Estamos no terraço, acontece que eu tive uma crise de raiva na hora da saída graças ao grupinho dos populares; então Eren deu um jeito de me chamar discretamente para o terraço. Tudo que ele fez foi piscar p'ra mim e fazer um sinal rápido com a mão, ninguém além de mim percebeu.

— Quer carona p'ra casa? Eu vim de moto. — Ele solta fumaça pela boca enquanto falava, sim ele usa um daqueles cigarros eletrônicos.

— Não vai sair da sua rota? Gasolina tá cara. — Ele ergueu a sobrancelha me encarando e eu apenas levantei as mãos em rendição. — Tá legal, eu deixo você ser meu uber.

— O certo seria moto taxi. — Ele deu um sorriso microscópico de canto me fazendo sorrir.

— Se você quer assim, que seja então escravo. — Me sento em cima da grade do terraço, ficando praticamente da altura dele em pé.

Ficamos mais um tempo conversando ali sozinhos, ele é bem fechado mas depois de um tempo você acaba descobrindo algumas manias e gostos peculiares do garoto. Como por exemplo uma curiosidade, o sabor do cigarro eletrônico dele é menta com cereja. O céu estava ficando em cores quentes, rosa avermelhado, laranja e amarelo faziam um degradê com o azul.

— Quer experimentar? — Ele mostrou o cigarro.

— Tenho medo de virar uma viciada e acabar na Cracolândia, sabe? — Passei a mão pela minha nuca pensativa, se isso me deixar calma que nem ele eu vou usar igual água.

— Vamos tentar de outra forma então, abre a boca. — Ele se aproxima ficando entre as minhas pernas e eu só não perdi o equilíbrio pois agarrei a gola da blusa dele, o arrombado riu achando graça do meu susto. — É rapidinho.

— Se tentar alguma loucura eu me jogo desse terraço, te levo junto e ainda caio por cima de você. — Com isso eu abri um pouco a boca, calma não como em um hentai aleatório, foi o suficiente p'ra não estar entreaberta.

Ele então deu uma tragada funda no cigarro e como se estivesse usando um narguile soltou lentamente a fumaça pela boca, como estávamos perigosamente próximos acabei respirando um pouco da fumaça e até que senti o gosto da menta com cereja; embora esteja fraco.

— Se acalma e respira devagar, eu não mordo sem autorização. — Ele brincou me fazendo revirar os olhos.

Faço o que ele pediu, dessa vez ele segurou meu queixo deixando minha boca próxima da sua e logo soltou a fumaça. Dessa vez, nossos lábios estavam se roçando, quase se beijando e eu senti realmente o gosto da droga.

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