Uma Obra original inspirada em situações reais. Conta a vida de jovens que se conheceram por acaso e que instintivamente passaram a conviver uns com os outros devido a várias situações.
Já em casa, Vince foi entregar o livro à sua irmã.
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- Bia, me desculpe, não consegui trazer o livro. Mereço uma surra. - Falou Vince, se jogando nos braços da irmã, fingindo um choro.
- Como assim, cara? Eu vi que não tinha reserva pra esse livro hoje!! Você demorou pra ir buscar!! Tava com meninas de novo!!! - Reclamou Bia, empurrando Vince, irritada.
- há, há. Tá aqui, sua ingrata, e sorte sua. Porque quando cheguei lá, uma pessoa já ia levar ele embora.
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- Aaaaah, você o melhor irmão do mundo!!! - Gritou Bia, pulando nas costas de Vince.
- Não acha que me deve algo?
- O que seria? - Perguntou a garota, confusa.
- Talvez... Um pedido de desculpas?
- Tudo bem, me desculpe. Você sabe que eu te amo.
- Sei. Aliás, eu preciso conversar com você. - Disse Vince, ficando com uma expressão séria.
- Vixe, o que foi? Foi alguma menina? Fala que eu vou lá esmurrar ela agora.
- É sobre isso mesmo. Precisamos melhorar esse comportamento.
- Não entendi.
- Bia, você é minha irmã caçula, mas também já é adulta, certo? Eu sei que estamos sempre juntos e tal, mas a gente precisa criar algumas regras.
- Não estou entendendo onde você quer chegar.
- Eu preciso de espaço, Bia. E você não me dá isso.
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A garota ficou assustada com o que o irmão disse.
- Como você pode me pedir isso? Tá dizendo que eu atrapalho sua vida? - Esbravejou ela.
- Eu sabia que você iria ficar assim. Olha, eu sei que você é muito apegada a mim, eu também amo muito você. Mas eu preciso do meu espaço. As vezes quero me encontrar com alguém, até amigas, e você não deixa. Sempre dá um jeito de assustar as meninas, isso não é certo.
- Eu só estou tentando proteger você!!!
- Proteger de quê, garota?! Eu que deveria proteger você, assim como faço. Mas você "me protege" demais. - Disse Vince, fazendo "aspas" com os dedos.
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- Eu te protejo dessas piranhas! Todas elas querem o seu dinheiro!!! Eu sou mulher, sei do que eu tô falando! Essas garotinhas não podem ver um cara bem sucedido, cheio da grana, que já caem em cima. Você nunca vai arrumar ninguém que valha à pena se ficar dando atenção pra essas meninas!!! - Gritou Bia.
- Eu nunca vou arrumar ninguém é com você no meu pé se metendo na minha vida pessoal!!!
Bia esbravejou e se jogou na cama.
- Então tá! Eu não me meto mais na sua vida! Depois não diga que eu não avisei! Vá lá tocar guitarra pra aquelas meninas loucas por dinheiro! - Falou a garota, imitando uma guitarra imaginária.
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O rapaz respirou fundo e sentou-se no chão.
- Bia, por favor. Entenda que eu preciso de espaço. Eu sou adulto e quero ter meus momentos sozinho, da mesma forma que você também precisa.
- Eu não preciso de nada, você que está me afastando. - Falou Bia, com uma expressão triste.
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- Olha, gata... Eu não quero te afastar, é serio. Mas eu sou homem e preciso ter meus momentos sozinho. Não se preocupe tanto comigo, eu sei me cuidar. Você já tem 19 anos, não cai muito bem eu ficar te levando pra todo lugar que eu vou, principalmente encontros. Isso já até perdeu o sentido.
A garota ficou com a cabeça baixa, ouvindo o que o irmão estava dizendo.
Bia sempre foi uma garota mimada. Depois que seus pais se divorciaram, ela foi morar com o irmão, Vince, e se mudaram para a capital, onde Bia poderia focar em seus estudos na faculdade de nutrição.
Desde pequena Bia teve tudo o que queria e seu irmão sempre fez os seus gostos. Com o tempo ela foi ficando muito possessiva em relação ao Vince e seus amigos começaram a se afastar um por um. Com medo de ficar sozinha, por trauma pelos pais e amigos, Bia passou a ser orgulhosa e não deixava o Vince ficar sozinho ou ter encontros. Sempre que ele se interessava em alguém, Bia dava um jeito de assustar a pessoa, como aconteceu com uma ex namorada do Vince, onde Bia a torturava diariamente de diferentes maneiras, como colocando sal no suco, queimando o cabelo "acidentalmente", entre várias outras coisas.
- Eu não prometo nada em deixar de me preocupar com você. Mas posso tentar. - Continuou Bia.
- Mesmo que seja devagar, eu fico feliz que você tente mudar isso.
