O NOSSO ECLIPSE • PRÓLOGO

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Victor Augusto.

Estou extremamente irritado. Fui informado por um dos meus homens de que o carregamento desta semana foi roubado por uma gangue de outra cidade.

O que mais me enfurece é o fato de que essa gangue não tem nem um terço da quantidade de homens que possuo e estes incompetentes conseguiram deixar com que essas maricas levassem o meu carregamento.

Se tem uma coisa que eu odeio é quando as coisas não saem da forma que eu planejei ou ordenei. Agora, terei que ir até a cidade vizinha e buscar o que é meu.
Pelo menos isso vai me fazer sair do tédio. As coisas vão muito calmas por aqui. Aliás, calmas demais. Isso me preocupa. Não por ter medo das coisas saírem do controle, e sim por não saber o que está por vir. Temos que estar preparados para tudo, inclusive para a morte. Fazer o que! Essa é a minha vida.

Fui despertado dos meus pensamentos ao escutar três batidas na porta.

- Pode entrar. — falei enquanto me ajeitava em minha poltrona e observo a porta ser aberta.

- Ficou sabendo da nova notícia? — Samuel perguntou sentando-se na cadeira em frente a minha mesa.

- Como vou saber se você não me contou? — Respondi sarcasticamente.

- Terá um grande evento beneficente que contará com a presença de diversas celebridades. — disse Samuel, ignorando a minha frase anterior.

- E você quer que eu faça o que? Colabore com a boa ação? — definitivamente, eu não estou num bom dia.

- Qual foi, chefe? Esqueceu de colocar a mente para funcionar, hoje?

- Samuel, acabaram de me ligar avisando que roubaram o meu carregamento. Qual é a dificuldade de vocês em organizarem algo direito? Eu tenho que fazer passo a passo com vocês como se fossem crianças? Estamos há anos nessa porra e até hoje vocês agem como se fossem a primeira vez. Tem certeza que é a minha mente que tem que funcionar? — falei me alterando levemente, me levantando em seguida e servindo uma singela dose de whisky para mim. Virei a bebida de uma vez, sentindo minhas garganta queimar.

- Epa, epa, epa! Eu não tenho nada a ver com isso, chefe. Acabei de voltar de viagem pois estava resolvendo o assunto com o dono daquele bordel que queriam te vender. — Samuel respondeu se defendendo.

- Não fez mais que a sua obrigação. E em relação a este evento beneficente, seja lá o que você pensou, converse com o Marcos ou com o Gabriel. Estou com a cabeça cheia demais para isso e tenho que sair. — falei deixando claro que não o queria ali.

Após Samuel sair, peguei o meu celular e disquei rapidamente o número de Bruno. Quero resolver este assunto o quanto antes.

Vocês devem estar pensando o motivo do meu ódio por ter perdido um carregamento. É simples: eu não aceito perder. Esse é um dos meus inúmeros defeitos. E também porquê essa "gangue" (se é que posso chamar disso) vem me testando meses. Com o roubo do carregamento, esse é o terceiro ataque deles. Mataram um de meus homens, tentaram invadir um dos meus galpões e agora, isso. Não foram grandes ataques e muito menos elaborados, pois pelo o que andei pesquisando, eles são novos neste ramo e não possuem mais que 30 integrantes.

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