10. por qué me obligas a dejarte atrás?

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Turim — Itália, 2021

Paulo

Os olhos de Ambar fixaram-se nos meus, mostrando toda a curiosidade que passava por seu corpo. Seus lábios entreabriram e ela soltou um suspiro, abrindo mais a porta para que eu passasse para dentro.

Entrei sem dizer nada e umedeci os lábios, esperando que ela fechasse a porta. Assim que o fez, ela caminhou, passando por mim e ficando a frente. Por poucos segundos, não segurei seu braço, mas deixei que ela passasse.

— São pra você. — entendi as rosas em sua direção e vi um sorriso cobrir seus lábios.

Ela alcançou o buquê e levou próximo ao nariz, inalando o aroma leve e reconfortante das rosas, movendo seus olhos para mim.

— Obrigada. — agradeceu, tocando algumas rosas. — São minhas preferidas. — afirmou.

Dei um sorriso fraco e assenti. Eu sabia. Eu sabia tantas coisas sobre ela. Sabia sua obsessão por One Direction, sabia que ela tocava piano, sabia que ela era completamente apaixonada pela seleção argentina, que ela amava mate argentino e que ela odiava receber apenas um presente no Natal, ganhando a justificativa que também serviria para seu aniversário.

Eu também sabia que ela sentia minha falta todos os dias desde que tínhamos nos afastando após minha mudança para a Itália e que naquele momento, seu coração pedia para que me beijasse imediatamente.

Eu sabia que não existia mais Ambar sem Paulo e que deveríamos nos acertar de uma vez por todas. Sabia que ela era minha e eu somente dela.

— Precisamos conversar, Amb. — ela deixou o buquê delicadamente sobre a mesinha de apoio do sofá e atentou-se a mim.

A necessidade que eu sentia era de tocá-la e fazer-lá entender que éramos um só. Mas precisávamos resolver as coisas com uma boa conversa.

— Eu fui um idiota em socar o David. — admiti, falando de forma amarga. — Não era pra ter feito aquilo, mas meu impulso foi mais rápido e aconteceu. — expliquei, vendo-a ouvir em silêncio. — Ele mexeu com a mulher que eu amo e eu não pensei bem.

Ela cruzou os braços, olhou para os pés e voltou suas írises para mim.

— Eu entendi os motivos. — proferiu calma. — Se eu estivesse no seu lugar, eu faria o mesmo. — assenti. — Obrigada por me defender, de qualquer forma. — um traço fino, desenhou um sorriso em seus lábios.

Fitei-a por alguns segundos, notando sua ansiedade. Parecia que ela escondia algo de mim.

— Você faz uma falta tamanha, Amb. — declarei sem estender mais. — Todos os dias imagino você ao meu lado.

Ela abriu um sorriso e descruzou os braços.

— Eu também sinto sua falta, Paulo. — confessou. — Não há um dia que eu não pense em você entrando por aquela porta e me amando. — aproximei-me dela.

— Eu agora estou aqui, Amb. — levei minha mão ao seu rosto, afastando seus fios de cabelo, colocando-os atrás da orelha. — Apenas diga para que eu fique e eu ficarei. — aproximei meu rosto de sua orelha, sussurrando de maneira sedutora.

Os músculos dela enfraqueceram, igualando-se à gelatina. Ela fechou os olhos, arfando de forma suplicante, pedindo para que eu a amasse ali mesmo.

Mergulhei minha mão em seus fios e beijei seu ombro, afastando a alça de sua camiseta, movendo meus lábios pelo pescoço, distribuindo beijos.

— Paulo… — ela sussurrou fraca.

Um sorriso maroto passou por meus lábios, enquanto continuava a beijá-la. Ouvi sua boca soltar gemidos rasos, incentivando-me a continuar.

FANTASÍA | PAULO DYBALAOnde histórias criam vida. Descubra agora