É divertido quebrar coisas

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— Foi você que esbarrou em mim. Quem devia olhar por onde anda é você. — Olhei para a garota alta que possuía cabelos ruivos e usava um boné azul surrado para trás.

— Ah — Ela bateu a mão na testa e deu um sorriso estranho. — Lembrei de você, estamos na mesma classe. Olli me mandou ficar longe de você. — Ela cruzou os braços e sorriu.

Aquele garoto paspalha e idiota sem noção. Não acredito que ele saiu fazendo minha caveira para os outros.

—A é? E o que exatamente ele disse? — Perguntei nervosa e cruzei os braços também.

— Que você é extremamente grossa, insensível, arrogante e outra palavra que eu não consigo lembrar. — Colocou uma mão no queixo fingindo estar pensando. — Isso me lembra um bordão famoso no nosso colégio que foi feito exatamente para o Ollie, mas agora que você chegou o título pode servir pra você também. — O que? Que sem noção e imaturo quem inventou algo assim.

— Ele é muito fofoqueiro. O pior de todos. E qual é o tal bordão. Aposto que é tão infantil quanto quem inventou. — Ela riu descontraída e descruzou os braços. É claro que eu não ia me importar com algo tão sem noção.

— Bem, eu não me lembro muito bem, mas acho que é, arrogante, mal amado, egocêntrico e grosso. — Ela sorriu achando graça. E eu continuei séria. — Ah, qual é. Ânimo, como você disse, é só uma sigla infantil. Você precisa extravasar, parece muito estressadinha. Sei de algo que podemos fazer.

— O que te faz pensar que eu quero fazer algo com você? E eu nem sei seu nome, é uma completa estranha para mim. — Ela pareceu não se ofender e apenas sorriu.

— Uau, bem que Olli avisou. Você é bem arisca. Enfim. — Ela fez uma pausa e olhou para os fundos do lugar parecendo procurar alguém. —Me chamo Clover. — Esticou o braço para que eu apertasse sua mão. Eu apenas fiquei encarando sua mão no ar, mas depois me rendi e apertei sua mão.

— Audrey, mas, como não suporto que me chamem assim prefiro Addy esta okay? — Larguei sua mãe e ela sorriu. Ela balançou o braço no ar parecendo chamar alguém, olhei para trás e vi dois garotos se aproximando. Eles se cumprimentaram e fizeram um toque que acabou por confundir todo o meu cérebro.

— Hey garotos, essa é Addy da nossa turma, vamos mostrar para ela nosso melhor jeito de aliviar o estresse. — Ela falou e se afastou indo para os fundos.

— Me chamo Arch — Cumprimentou e eu balancei a cabeça. — Esse é Norman. — Fez algo que eu pensei ser uma falsa continência. Clover voltou com um balde repleto de bolas de basebol em uma mão e um taco na outra. — A garota mal chegou e você já vai levar ela para suas roubadas?

— É divertido e ajuda a aliviar o estresse. E nossa nova amiga aqui está precisando, isso se ela aceitar, foi um porre convencer o riquinho do Oliver a fazer uma coisa dessas ela eu nem imagino.

— É algo que parece ser radical, eu quero testar. — Falei e levantei o queixo, gosto de coisas proibidas. — E então?

O tal do Arch fez um menear de cabeça para que o seguíssemos, saímos do fliperama e caminhamos pela rua quase deserta, era quase seis se eu não me engano. Olhei para Norman e só agora notei que ele segurava um skate. 

Caminhamos por algumas quadras e chegamos em frente a um portão de um ferro velho que parecia estar abandonado. Deserto é a palavra, matutei um pouco e cheguei à conclusão de que eles iriam me matar ali mesmo. Por que? Eu que sei, só pressenti.

 Talvez eu esteja sendo dramática, mas eu nem os conheço e eles me trouxeram para um lugar completamente deserto. Não que eu esteja com medo, sei cuidar de mim mesma, mas três contra um é morte na certa.

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