A noite caiu sobre mim
Arrastou o que restava
Agora espero pelo fim
Mas ela me deu um presente
Algo diferente
Um livro para que eu me deleiteEra um livro de capa
Com paginas negligentes
Dizem que a morte não sente
Não da a mínima para a gente
Ela vem e apenas se instala
Como um parasita insolente
Suga aos poucos sua alma
Até que não sobre mais nadaO livro conta historias
De vidas e almas passadas
Historias de amor belas
Historias de amor fracassadas
O morte não é um caixão
É ausência de sentimento
É a falta do próprio medo
A falta da compaixãoDescobri lendo um livro
Que a morte não virá
Ele estava aqui dentro
Antes mesmo de começar a chorar
Minha alma apodrece
Vermes rastejam por ela
Minha mente já não obedece
Ah se ao menos você soubesse...Mas eu continuo, me perdoe
Continuo cantando
E agora o que me resta?
Para saber que a vida não se foi
Uma piada sem graça
Eu continuo rodando
Para que a própria dor me façaApenas uma carapaça
Um corpo sem alma
Restos de tralhas
Sou como um copo vazio
Em cima do balcão
Eu espero em silencio
A minha morte, redenção
Para finalmente um dia atingir o chão
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𝒫ℴℯ𝓂𝒶𝓈 𝒹𝒶 𝓂ℯ𝒾𝒶-𝓃ℴ𝒾𝓉ℯ
PoetryO poeta é um fingidor, queria escrever sentimentos mas tudo não passa de dor, mentira aflita sem o mínimo valor.