Between Matches

𝐎𝐥𝐡𝐨𝐬 𝐯𝐞𝐫𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨𝐬.

Que merda! Que merda! Harry pensou, tentando formular uma desculpa plausível para estar chorando, no banheiro, enquanto todo o resto dos alunos almoçava no refeitório.

Não devo desculpas! Nem conheço ele, disse a si mesmo. Mas, havia uma chance — pequena, mas existente — de que Louis contasse pros outros sobre aquilo. Harry não queria isso, de jeito algum.

– Você está bem? — Louis perguntou, sem saber ao certo se deveria se aproximar, e abraçar o garoto, ou apenas ficar onde estava. Ele escolheu a segunda, uma opção mais segura.

Harry assentiu porque, de repente, parecia que ele não sabia mais falar. Em todas as vezes que abriu a boca pra dizer algo, ele desistia. Aquele era um dos momentos onde não havia uma boa explicação, apenas uma menos pior.

– Tem... certeza? — Louis insistiu, dando um passo pra frente.

Quer dizer, Tomlinson só queria ir no banheiro antes de almoçar, após passar a aula de matemática inteira vidrado num quadro negro. Não imaginava que iria encontrar o jogador ali, muito menos daquele jeito.

Não, não tenho certeza, Harry disse a si mesmo. Ele precisava pensar em algo pra dizer, e não podia ser uma desculpa que levasse Louis a pensar que ele estava mentindo. Bom, ele estava, mas Louis não precisava saber disso.

– Sim, um cisco caiu no meu olho e... — Porra, Harry, um cisco? Sério mesmo? — Já tirei. Viu? — Ele apontou pro olho direito, com um sorriso forçado nos lábios.

– Que bom que foi um cisco. — Louis respondeu, sentindo uma pontada de dúvida. Deveria insistir até Harry lhe contar a verdade?

Louis foi até uma das portas da cabine, e antes de entrar, olhou de relance para Harry.

– Sabe, existe um conselheiro aqui no colégio. Caso precise, você sabe... falar sobre esse cisco.

Harry franziu o cenho, só então entendendo o que ele queria dizer. Quanta humilhação! O jogador de ouro dos Lions sendo consolado pelo menino do clube de artes.

– Sim, claro. Sei disso. — Ele limpou a garganta, se virando pra pia. Pelo espelho, olhou para Louis, que permanecia em pé, o encarando. — Obrigado... Tomlinson, certo?

– Sim, Louis Tomlinson. — Ele respondeu, dando um sorriso de canto e entrando na cabine.

Louis não teve coragem de fazer qualquer coisa, enquanto Harry estava ali. Só conseguiu relaxar quando ouviu a porta do banheiro bater, indicando que Styles tinha saído do banheiro.

Tomlinson suspirou, percebendo que estava prendendo a respiração esse tempo todo.

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– Finalmente! – Lia exclamou, assim que viu Louis vindo em sua direção. A garota, sentada ao lado de Zayn, tinha uma expressão confusa no rosto. — Por que demorou tanto?

– Me perdi. — Respondeu, simplesmente. Ele só não tinha a menor ideia de como explicar o que havia acontecido.

Não é apenas um caso de "vi o quase capitão do time chorando no banheiro", era mais do que isso. Estava mais para uma situação do tipo "vi o garoto que gosto desde o sétimo ano, que nem me conhece, chorando no banheiro. Ah, e ele sabia meu sobrenome!"

Louis tinha muitas perguntas. Como Harry sabia seu sobrenome? Por que estava chorando? Ele precisa de ajuda? Está correndo perigo? Saiu do time?