BAD GUY

CAPÍTULO 7 - GUERRA

LUIZA BIANCO

Parte 1

Mais uma tarde tediosa ,aqui não tem muito o que fazer ,dia de feriado nacional.
Sem escola ou estudos.

Como não quero ficar entediada sozinha ,vou ter que perturbar lucca ,nós estamos muito próximos . Ele quer uma ligação fraternal ,parece que todos acham que eu vou ser o alicerce da União: família perfeita.

Não tem sido ruim estar aqui ,conhecer pessoas ,fazer amizades ,rir por coisas bobas ,beber como uma adolescente normal ,fazer besteiras sem represálias ou medo de ser castigada.

É aliviante saber que estou segura agora.
Que está tudo bem.
Sem tortura diária!

Estou aqui e quero aproveitar ,antes eu tinha medo do novo ,do futuro ,dos julgamentos.

Mas agora talvez ,só talvez eu não quero tanto voltar para o orfanato ,onde estava sozinha lidando com minhas angústias e passado.

Aqui é um sonho ,que não quero acordar.

Talvez esse seja o meu recomeço!

*******

No corredor totalmente determinada e ao mesmo tempo com uma timidez desnecessária vou indo em direção ao quarto de lucca.

Tive a brilhante ideia de fazermos uso do vídeo game inútil que há no meu quarto e convida-lo já que não sei iniciar uma conversa digna e normal.

Melhor ficarmos calados jogando ,do que calados e entediados.

Será que não vai parecer infantil jogar video game?
Afinal ele tem vinte anos ,Talvez eu deva arranjar outra forma de me conectar com ele ,na verdade eu nem sei jogar aquilo.

Não! Lucca vai ter que me aturar e me ensinar.

Em frente à porta bato duas vezes ,rezando pra ele abrir rápido antes que eu me arrependa e saia correndo.

Esperei... Esperei....
E nada do bonito abrir.

Bati novamente e fui recebido com belas palavras:

- dá o fora!- mais que mal educado.Fiquei brava agora!

Comecei a bater várias vezes e com força.

- que foi porra? - abriu irritado - o que você quer Hulk? - falou sarcástico.

- seu sem noção,quero jogar video game e como sou muito educada vim te convidar - falei entrando em seu quarto.

- pode entrar - ironia brilhou em suas palavras - não acha que já é bem grandinha pra ficar jogando Hulk? - revirei os olhos com sua falta de maturidade.

- não! E como você não tem nada melhor pra fazer ,vai jogar comigo.

- quem disse que eu não tinha? - perguntou debochado.

- Eu! Sei que não faz nada o dia inteiro.

- Que blasfêmia; claro que eu faço.

- Ah é,o quê? - ele me olhou por longos segundos como se exitasse em dizer seus argumentos ,E por fim concordou bufando contrariado.

- como você é insistente! Mas antes qual é a palavrinha mágica? - me provocou ,ele não perdia uma oportunidade.

Fingi estar pensando - vai se foder? - respondi

- HÁ,HÁ,HÁ, muito engraçadinha.

- É que eu nunca joguei ,pensei que poderia me ensinar ,mas se não quiser não precisa.- falei decepcionada.

- tá,tá,eu vou,não precisa fazer essa cara falsificada - descobriu minha tática, ri da farça mal feita ,eu teria que treinar mais.

Íamos jogar um jogo de corrida para duas pessoas " Nedd for speed " éramos rivais neste momento ,no começo era difícil ó ultrapassar ,mas depois que peguei o jeito ,detonei com ele.

- NÃO!NÃO! esse jogo é uma porcaria - disse raivoso ,parece que alguém não sabe perder.

- mal perdedor! Aceita que dói menos, o jogo é uma maravilha.

- nada a ver ,você nem é tão boa assim.

- Sei! Sou tão ruim que ganhei de você três vezes seguidas! - gargalhei da sua expressão indignada.

- eu perdi o jeito ,faz tempo que não jogava ,deixa eu pegar a habilidade de novo pra tu vê - falou me desafiando.

- mas e eu que nunca tinha jogado antes e te destruí - debochei o deixando sem argumentos.

- sua pestinha - gritou jogando uma almofada em cheio no meu rosto ,tão forte que caí na cama com tudo e choraminguei.

- luiza ,não era pra ser tão forte ,foi mal - aproximou-se.

- tá bom ,me ajuda aqui - pedi estendendo minha mão.

- tem certeza? Sabe ,você não gosta do negócio do toque e tal - disse receoso - tenho - respondi me segurando pra não rir. Quando chegou perto o suficiente para quase agarrar minha mão ,Bati com toda a minha força a almofada que segurava no belo belo rosto do perdedor.

- Nessa guerra vale tudo otário! - minha barriga doeu de tanto rir da incredulidade estampada na sua cara.

- Então você quer brigar? - me perguntou e o olhei desafiante - GUERRA DE TRAVESSEIROS ! - gritou sério ,cheguei a conclusão de que ele é competitivo pra karalho.

Veio numa travisseirada que desviei rapidamente correndo pegar minhas munições ,me enchi de almofadas atirando com as duas mãos em sua direção ,num movimento rápido ele me deu um golpe tão pesado que desabei no chão toda descabelada.

- seu cavalo - o insultei rindo.

Em nossa confusão boba ,brincadeira louca e eufórica ,nos demos um último ataque fatal que acabou acertando exatamente os dois ao mesmo tempo.

Paramos nossa crise de risos pela imagem de Dona Ruth na porta ,seus olhos estavam lagrimejando e tinham um brilho de esperança ao nos olhar ,seu sorisso era reconfortante e animado ,parecia estar a algum tempo observando nossa rivalidade brincalhona.

Era bom vê-lá sorrindo,esses dias ela tem estado tão tristinha.

Capítulo dividido em 2 partes.

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