capítulo 14; becos e vielas

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Cheguei ao único lugar silencioso suficiente para enfim soltar todo o sentimento que venho guardando desde que soube que meu pai não era da Terra

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Cheguei ao único lugar silencioso suficiente para enfim soltar todo o sentimento que venho guardando desde que soube que meu pai não era da Terra. O túmulo de minha mãe sempre foi meu refúgio para todas as ocasiões, sempre que vinha me dava a sensação que ela estava ali me guardando. 

Eu sinto sua falta, mãe. E por esse motivo, irei me espelhar em você e ir lutar por um povo que mal conheço os rostos, mas que ainda assim merecem alguém que lute por eles. Sentada naquela grama eu fiquei de joelhos desejando uma nova vida, chorei o bastante para refresca-las. Dei uma última olhada para o nome de minha mãe escrito na pedra e me virei, decidida a vencer. Começo novamente a caminhar pelas ruas de Nova Iorque porém sem a pressa de antes, o vento gelado batia no meu rosto e balançava meu cabelo, eu sentiria falta dessa cidade.

De repente algo ou alguém me puxa para um beco, Nova Iorque tinha muitos deles. Eram estreitos e cheios de lixo que faziam ter um odor terrível. Quando consegui recuperar meu foco, segurei o braço da pessoa e a coloquei no chão pressionando seu braço sobre suas costas. E assim que percebi que era o Peter soltei-o rapidamente. 

— Você ficou maluco? —, meu peito subia e descia intensamente enquanto o ajudava a se levantar.

— Diz que é mentira. Por favor me diga que é só uma brincadeira. —, ele segurou meus pulsos enquanto olhava profundamente nos meus olhos, suas pupilas dilatadas demonstravam a verdade em suas palavras. Logo percebi que ele estava se referindo á minha pequena viagem para NidHell.

— Peter...Eu preciso ir. Preciso ajuda-lo. —, me desvencilhei das suas mãos e encarei o chão. Não sabia qual seria sua reação, mas não cabe a ele decidir o meu futuro, embora eu quisesse que meu futuro fosse com ele.

— Não você não precisa! Por favor J. —, ele pegou minhas mãos novamente, parecia estar implorando, com as sobrancelhas levantadas, a boca entreaberta e os olhos vidrados nos meus. O que ele diz é verdade, eu não preciso.

Posso simplesmente fingir que não me importo com a morte do meu pai assim como ele não se importou quando fiquei sozinha assim que minha mãe se foi. Posso continuar deixando sua esposa matar pessoas inocentes, levando NidHell á miséria. Mas eu me importo demais para deixar isso acontecer sem nenhuma intervenção. 

Síndrome de heroísmo é a pior coisa que se pode ter.

— É, eu sei. — , Peter responde mesmo que eu não tenha percebido que falei em voz alta. — Não é sua obrigação Jordan,  você não é responsável por isso. —, ele tenta me convencer novamente mas eu já tinha feito minha decisão.

— Peter...eu já me decidi. — , eu disse levando suas mãos ao meu rosto, onde ele acaricia por segundos antes de se aproximar lentamente do meu corpo, me deixando sentir sua respiração quente, novamente. 

                                                                                    PETER POV

                                                                                    PETER POV

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Eu sentia sua respiração quente e pesada no meu rosto, sua boca estava entreaberta e suas bochechas estavas mais rosadas que as próprias rosas, ela estava linda. Minhas mãos ainda estavam em cada lado do seu rosto e eu não pretendia tira-las dali. Ali naquele beco éramos só nós dois, embora o trânsito barulhento estivesse logo atrás.

Eu poderia te beijar agora, pensei.

— O que você disse? —, Jordan questiona, aproximando suas sobrancelhas, eu vi um sorriso? Droga, estava pensando alto igual ela faz.

 — Nada. Me desculpe por querer te convencer a não ir, eu só... fui pego de surpresa, sabe? —, Tentei me explicar. Retirei lentamente minhas mãos de suas bochechas, não estava afim de fazer algo precipitado.

— Peter eu só vou tentar acalmar as coisas por lá e volto, não precisa se preocupar. Já já estou de volta! —, ela diz e eu apenas assinto com a cabeça. — Eu tenho que ir agora, pode me dar uma carona? —, Jordan me dá um sorriso de canto e eu a agarro pela cintura á levando para cima dos prédios. 

Segurei aquele corpo tão forte como se ela fosse deslizar pelos meus dedos a qualquer momento, Jordan curtia o vento no rosto com os olhos entreabertos e um sorriso estampado. Ela tinha aprendido a gostar daquilo. 

                                                                                JORDAN POV

                                                                                JORDAN POV

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— Oi. —, disse com vergonha, fechando a porta atrás de mim. Tony e Ashley estavam em pé, me olhando com pena. — Não preciso que me olhem como se eu já estivesse morta. —, eu disse soltando uma risada sarcástica para esconder o quanto eu estava com medo.

— Você não vai morrer, idiota. —, Ashley diz revirando os olhos e sorrindo. — Aliás você não tem permissão pra morrer. Quem mais iria se vingar do meus ex-namorados? E pior, se você morrer o Peter morre junto, então eu iria ficar sozinha! Tenha piedade. —, ela começa a andar de um lado para o outro, imaginando o cenário inexistente. A parte do Peter me chamou a atenção, por que ele morreria junto? Ele nem vai estar lá.

— Por que Peter morreria junto? Não entendi. — pergunto e os dois se olham instantaneamente, como se estivessem discutindo se deveriam ser honestos ou não.


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