About Last Night

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Faz muito tempo que não escrevo algo então não sei se está bom, mas espero que gostem!


Mariana Herrera, por mais jovem que fosse, era uma bem-sucedida empresária e investidora em aplicativos para o público feminino no geral. Seu último projeto "Konene" era um grande sucesso entre as mães jovens e de primeira viajem que não possuíam experiência para criar um bebê recém-chegado, assim como ela própria. Há 4 meses Valentina havia chegado para virar sua vida de cabeça para baixo e dar um novo sentido a tudo que a cercava. Seu amor pela menina já era maior que o amor que sentia por si própria.

O abalo que sentiu em saber que sua Valentina não era sua de verdade foi capaz de derrubar suas barreiras e deixá-la inconsolável. Como algo assim poderia estar acontecendo? Por que justo com ela?

Nem mesmo Pablo, ex-namorado e pai de Valentina conseguia compreender o abalo de Mariana, ninguém conseguia entender o que ela sentia, exceto por Ana.

Ana Servín, professora de matemática, esposa e mãe sabia exatamente da frustração e do caos que se passava na mente de Mariana.

Mas já era tarde demais para se lamentar do que havia acontecido, pois as coisas não iriam mudar, tudo já estava feito inclusive a troca das bebês. Todos os tramites judiciais foram realizados assim que o acidente foi descoberto e os advogados responsáveis pelo caso trataram de providenciar a volta de Regina e Valentina para suas "verdadeiras" mães.

Mariana não conseguia dormir desde que Valentina fora levada, no entanto seu amor e carinho por Regina crescia na mesma intensidade que a saudade pela outra filha. A solução que encontrou para amenizar seu sofrimento foi através do trabalho. Seja em seu escritório ou em casa, a morena não fazia nada além de trabalhar, exceto quando Regina resmungava e chorava propositalmente, chamando a atenção da mãe. A pequena tornara-se mais manhosa e carente após a troca, demorava para dormir e acordava inúmeras vezes durante a noite.

Ana, por sua vez, não tivera mais sorte. Valentina se acostumou com a voz suave de Mariana lhe recitando uma canção de ninar para que pegasse no sono e nada que Ana fazia era capaz de acalmar a bebê, que sentia falta de sua outra mãe tanto quanto Ana sentia falta de Regina. Não entenda mal, Ana já amava aquela bebê incondicionalmente, mas a falta do sorriso de Regina e de seus resmungos todos os dias às 6:00 da manhã em ponto tornavam a vida da loira mais monótona e sem sentido.

Rodrigo e Ceci, os outros dois filhos de Ana, não sabiam mais o que fazer para tirar a mãe daquela melancolia que a atormentava há mais de um mês. Juan Carlos, que havia se aproximado da família durante a gestação de Ana voltou a se ausentar quase todas as noites, indo sempre ao mesmo bar gastar os trocados que ganhava como motorista.

─ Não aguento mais ver a mamãe desse jeito ─ resmungou Rodrigo para a irmã mais velha, deitando-se na cama de Ceci com as mãos atrás da cabeça.

─ Eu também, mas já tentamos animar ela de todas as formas possíveis. Acho que só o tempo pode ajudar agora ─ Respondeu Ceci, olhando para as fotos de Valentina na tela de seu celular. Os irmãos também morriam de saudades da pequena Vale, mas tinham que mostrar força perante a mãe.

─ Sabe, eu não entendo por que não podemos visitar a Regina. Ela continua sendo nossa irmãzinha ─ Exclamou o menino, com lágrimas em seus olhos.

─ Ro... ─ Ceci segurou sua mão tentando não mostrar as lágrimas que também estavam prestes a sair de seus olhos.

Próxima a porta do quarto, Ana escutava a conversa dos filhos com os olhos marejados. Ela aceitava qualquer tipo de dor e iria suportar o que fosse preciso para ver seus filhos sorrindo, mas ouvi-los daquela forma deixou seu coração mais despedaçado ainda.

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