Contracorriente

You

Voltei!! Obrigada pelo feedback do primeiro capítulo, isso está me motivando a continuar a história.  Agora a relação da Ana e Mari vai começar a se desenvolver. Boa leitura!

Juan Carlos andava de um lado para o outro de seu quarto sem entender o que se passava na cabeça de sua mulher para aceitar sem mais nem menos morar com uma completa desconhecida e ainda por cima levar os filhos para participar desta loucura.

Ana ignorava os passos inquietos do marido enquanto colocava com delicadeza suas roupas na mala, não sabia por quanto tempo ficaria na casa de Mariana, mas levou seus melhores trajes tendo em vista o lugar em que estaria.

Tudo estava acontecendo rápido demais. Ana achou a proposta de Mariana uma loucura sem precedentes, ela nunca se sujeitaria a tal situação. No entanto, ao chegar em casa naquela mesma noite e ver que Juan Carlos havia saído mais uma vez sem avisá-la e deixado os filhos sozinhos, sua primeira reação foi telefonar para Mariana e dizer que ela aceitava participar desta loucura, pelo bem das meninas e dela mesma. É claro que os motivos que a levaram a aceitar tal proposta ela nunca revelaria para ninguém.

Em menos de uma semana, as duas mulheres haviam combinado cada detalhe de como a estadia da família Servín seria.

Ceci e Rodrigo estavam relutantes, mas eles não tiveram coragem de contestar a mãe, principalmente ao ver como ela estava certa daquela decisão, por mais estranho que fosse.

Ana colocou as roupas de Valentina com delicadeza em uma pequena mala enquanto Juan Carlos a encarava com um olhar cheio de fúria. Não havia mais nada que ele pudesse falar para convencê-la a mudar de ideia e gritar não havia sido o suficiente, até mesmo as ameaças veladas feitas não foram capazes de abalar a certeza que Ana tinha sobre aquela decisão

O motorista de Mariana parou em frente a casa de Ana e a ajudou com os materiais que ela utilizava no trabalho, além de colocar as malas no carro.

Ceci e Rodrigo se despediram do pai com um abraço rápido enquanto Ana colocava Valentina no banquinho apropriado para bebês na parte traseira do automóvel. Antes que ela pudesse adentrar o veículo sentiu alguém segurar com força seu antebraço.

─ Se pensa que não vou fazer nada em relação a isso está muito enganada. ─ Exclamou Juan Carlos enquanto a segurava com cada vez mais força.

Ana não falou uma única palavra, apenas se soltou e embarcou no carro sem nem olhar para trás. Como ela havia cogitado a possibilidade de dar uma nova chance para esse homem? Era o que ela se perguntava enquanto visualizava a cidade mudar em frente aos seus olhos.

A loira nunca havia reparado em como a cidade ficava cada vez mais bonita à medida que se aproximavam do casarão, talvez porque sempre tinha outras coisas mais importantes na mente. Agora ela apenas admirava a vista e, por alguns segundos, permitiu-se soltar uma lágrima silenciosa que escorreu por sua bochecha sem que ninguém notasse.

Mariana batia o pé no chão enquanto esperava a chegada da família Servín, ela estava nervosa e impaciente parada em frente a porta com os braços cruzados ora andando de um lado para o outro, ora se sentando no sofá tentando se distrair com Regina.

Altagracia, a governanta da casa, percebeu a tensão em Mariana e lhe trouxe um chá de limão na esperança de acalmá-la, mas de nada adiantou a tentativa. A morena não costumava ficar desse jeito, por algum motivo sentia que as coisas iriam mudar dali para frente, podia ser o instinto materno falando ou apenas os hormônios da gravidez que ainda estavam presentes em seu organismo.

O carro parou em frente a casa de Herrera e os irmãos Servín não puderam evitar ficar boquiabertos com a visão que tiveram da enorme residência. Ana desembarcou do automóvel segurando Valentina em seus braços enquanto seus filhos ajudavam Ramón, o motorista, a carregar as malas até a porta da frente.