Capítulo 10 - A selvagem

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Antes que ela pudesse falar ou fizesse algo para me impedir, eu a deixei na Torre de Astronomia. Eu não imaginava que Yaxley fosse capaz de algo tão imundo. Aquilo me deu nos nervos, como ele ousa força-la a algo? Toca-la? Só de pensar fazia meu estomago revirar

E foi ai que eu percebi, que por trás daquela armadura forte que ela vestia todo dia, a sua língua afiada, sua grosseria e falta de educação e toda a força, ela era uma garota normal, uma porcelana da mais fina e frágil prestes a quebrar, que precisava de alguém para proteger a qualquer custo

Desde o dia do banheiro dos monitores eu venho sendo consumido pela culpa. Eu queria arranjar um jeito de me retratar e agora eu tinha, odiava ficar em dívida com alguém

Mas eu estava fora de mim caminhando em direção a comunal da Corvinal o mais rápido que eu conseguia. Adivinhei o enigma para passar na maldita porta e avistei Richard Yaxley com um curativo em seu nariz cercado pelo seu grupo babaca e Pansy ao seu lado manhosa, eu empurrava a multidão dançante em meu caminho cego pela raiva, Tereza de Castro apesar do seu temperamento forte e das nossas discussões, não era uma qualquer

— Ei Yaxley! — gritei alto suficiente para que me ouvisse através da música alta, fazendo ele me notar e na mesma hora soquei seu nariz já machucado sentindo ele quebrar mais uma vez sobre minha mão

— Você está maluco Malfoy? — ele se levantou bruscamente mas avancei em sua direção agarrando seu camisa pela gola encostando ele na parede

— Pare com isso Draco! Olhe para mim! — Pansy gritava com seus olhos arregalados tentando se enfiar no meio mas gritei de volta sem olha-la pedindo que sumisse dali

— Como ousa tocar em Tereza de Castro seu imundo?

— Está protegendo a latina agora Doninha? — Yaxley retrucou ofegante

— Eu estou, algum problema? — segurei mais firme encarando seus olhos assustados

— Não sabia que ela era sua garota agora! — ele deu uma risada ensanguentada

— Pois agora sabe, ela é minha garota! Toque nela novamente e será a ultima coisa que fará! — falei antes de solta-lo e deixar metade da festa sem entender nada

Eu sai da festa farto de qualquer coisa, minha mão estava latejando mas eu estava satisfeito. Passei a mão pelo meus cabelos tentando ajeitar e respirando fundo

Torre de Astronomia

Tinha deixado ela plantada lá como uma arvore, corri em direção a torre com um fio de esperança que ainda estivesse lá da mesma forma que deixei. Cheguei e para meu alívio De Castro estava lá olhando o horizonte e os terrenos já escuros de Hogwarts segurando a barra de ferro, o céu estava límpido com várias estrelas, uma brisa suave bateu em meu rosto assim que parei trazendo seu cheiro doce, assim que dei o próximo passo o assoalho fez um barulho e ela deu um pulo assustada

— Ah...é você! Me assustou!

— Perdoe-me...

— O que foi fazer?

— Fui ter uma conversa com Yaxley

— Sua mão está machucada — ela cruzou os braços

— Não foi muito amigável — falei de forma ríspida ficando mais próximo bem na sua frente encarando seus olhos escuros como a noite afim de que aquele interrogatório acabasse

— Não é da sua natureza ser

— E nem da sua. Fez um belo estrago no nariz do Yaxley — ela revirou os olhos sorrindo ao me ouvir dizer isso seguida de uma careta devido a boca estar machucada

Veneno Tropical - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora