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Emília, quero que conheça Margareth Langarica, esposa de Sebastián Langarica, nosso antigo vizinho. - uma mulher ruiva, que não aparentava mais de seus vinte e cinco anos, se virou sorridente para Emília, lhe estendendo a mão de forma amigável.

-Olá, Senhorita Alo. - ela disse. -Confesso que os elogios que lhe fizeram condizem com tal aparência. É linda de tirar o fôlego de qualquer um por aqui. - ela disse sorrindo. Emília apertou sua mão a contragosto querendo, na verdade, sair correndo dali a qualquer custo.

-O-obrigada. - agradeceu apertando a mão da mulher e segurando as lágrimas.

-Imagina, Sebastián e sua mãe estavam absolutamente certos ao dizer que você é tímida. - ela disse rindo, soltando delicadamente do aperto exagerado da outra de seus dedos.

-Sebas fala de m-mim? - não se aguentou em perguntar.

-Oh. claro. Somos casados há três anos. - ela disse e Emília arregalou os olhos. -Digo, devo admitir que ele é um ótimo professor e que eu também não sabia montar a cavalo antes de conhecê-lo. Fico feliz que seja aluna dele, ele parece gostar muito de sua amizade.

"Aluna? Cavalo? Eram essas as mentiras que ele havia inventado sobre a minha existência?" Pensou.

-Qualquer dia poderíamos sair nós três para conversarmos, hm? - ela perguntou e Emília assentiu.

-Seria, hm, seria bom. - mentiu. -Eu realmente preciso ir, mas foi bom te conhecer. - disse a menina, visivelmente aflita.

-Quer que eu te acompanhe, filha? - a mulher questionou, mas Emília apenas negou com a cabeça, atordoada demais para dizer algo, saindo dali às pressas no instante seguinte.

-Acha que ela acreditou? - a mais nova perguntou e Maria sorriu.

-Emília é ingênua demais, Lindsay. Ela com certeza acreditou. - disse satisfeita.

-Ela, eventualmente, vai falar com ele e esclarecer tudo. Saberá que mentimos.

-Oh, querida, não se preocupe. - falou calmamente. Ela costuma ir ver aquele rapaz apenas de tarde e, bem, tudo o que eu preciso é que ela acredite que ele é casado até amanhã de manhã. Depois disso o estrago já estará feito.

-O que tem em mente, madame? - a garota perguntou. Apesar de Oliver e Maria terem falido, todas as pessoas que haviam trabalhado para eles ainda não tinham conhecimento disso, crendo que eles ainda tinham seus patrimônios todos intactos.

-Espere amanhã e então toda a cidade saberá.

[...]

Andi jogava pedrinhas no rio distraidamente. Estava debruçada sobre a proteção de concreto feita para que ninguém caísse lá embaixo. Seus olhos acompanhavam o pequeno objeto em todo o seu trajeto até se encontrar com a água, fazendo um pequeno "splash".

Seus olhos se distraíram ao som de passos. Parou o que fazia e desviou sua cabeça da direção do rio, olhando diretamente para a pessoa que se aproximava.

Precisou levar alguns segundos para perceber que quem estava ali era ninguém mais, ninguém menos, que a garota que ela havia passado os últimos meses observando. Arrumou sua postura rapidamente e deixou as pedrinhas amontoadas sobre a proteção da ponte. A menina estava cabisbaixa e aparentava ter chorado, o que fez com que o coração de Andi se espremesse.

-Essas coisas só acontecem comigo. - a garota sussurrou um resmungo qualquer, fazendo Andi franzir o cenho ao perceber que a menina não havia notado que não estava sozinha.

Ela pensou alguns segundos antes de então pigarrear, fazendo-se presente. Não queria que a garota revelasse algum segredo seu por achar que estava sozinha, seria embaraçoso para ambas.

𝙊𝙫𝙚𝙧 𝙩𝙝𝙚 𝙧𝙖𝙞𝙣𝙗𝙤𝙬 - 𝘼𝙣𝙙𝙞 & 𝙀𝙢𝙞𝙡𝙞𝙖. ( em hiatus eu acho😰)Onde histórias criam vida. Descubra agora